28 de outubro | 2012

Provedor não descarta desativar UTI para conter prejuízos

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Motivado pelas dívidas contraídas pela instituição com o acúmulo de prejuízos com o passar dos meses, o provedor da Santa Casa de Olímpia, Mário Francisco Montini, declarou nesta semana que não descarta a possibilidade de desativar a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. De acordo com ele, somente com esse tipo de atendimento a entidade amarga R$ 60 mil em prejuízos todos os meses.

Mário Montini justifica a possibilidade declarando que não está recebendo dos municípios o aporte financeiro necessário para manter o atendimento conforme vem sendo realizado atualmente.

“Nós já advertimos e se não houver um acordo com a região, se não houver um aporte financeiro para manter esse serviço, nós seremos obrigados a fechar a UTI. Isso não quer dizer que vai fechar agora porque as pessoas não sabem, mas a UTI de Olímpia salva vidas todos os dias”, declarou.

A declaração, entendida como mais uma ameaça do provedor da Santa Casa, aparentemente nos moldes do aviso dado em agosto à Unimed de parar o atendimento no pronto socorro, que acabou se concretizando na segunda-feira desta semana, foi feita nesta semana, durante entrevista que concedeu à rádio Menina AM.

“Nós já tivemos reunião o ano passado com os municípios da região, fizemos negociação das dívidas deles (com o hospital) e eles não pagaram. Esse ano a gente tentou (receber), toda semana estamos cobrando.

Estamos passando por palhaços e essa administração (da Santa Casa) não é palhaça de ninguém”, reforçou.

Mas ainda não há um posicionamento definitivo sobre a questão. “Nós levamos (a situação) ao conhecimento do Ministério Público, à Dr. Daniela que é a promotora da saúde. Colocamos que a Santa Casa não tem de bancar esse prejuízo. A Constituição fala que o direito à saúde, o cidadão tem direito, mas o dever de pagar a saúde é do Estado, não da Santa Casa”, explicou. “Como é que a Santa Casa recebendo um valor de R$ 50 mil, que num dá nem para pagar os médicos, e fica segurando um prejuízo de R$ 60 mil. Isso é impossível”, acrescentou.

Segundo Montini, a decisão de parar o atendimento da UTI dependerá de vários fatores, dentre eles do próprio posicionamento do Ministério Público em relação ao problema. De acordo com Montini, está sendo esperada uma ação civil pública contra o Estado para que se tenha ideia do que será necessário fazer. Até por isso, a UTI ainda não sofre processo de desativação. “Ainda não, mas se persistir (a situação atual) a fecharemos”, assevera.

DÍVIDA

Por outro lado, na mesma entrevista concedida nesta semana, o provedor informou que a Santa Casa acumula uma dívida de R$ 2,7 milhões, incluindo cerca de R$ 500 mil em ações trabalhistas.

Segundo ele o hospital realiza 700 cirurgias por mês e por isso tem prejuízo de R$ 200 mil no mesmo período. “Precisamos de um aporte de R$ 500 mil por mês para não termos mais problemas”, diz.
Montini contou que assumiu a instituição com uma dívida maior que a atual. “Nós assumimos a Santa Casa há um ano e meio atrás com uma dívida de R$ 3,4 milhões, sem contar o passivo trabalhista. Hoje a dívida da
Santa Casa, incluindo os déficits trabalhistas, é de R$ 2,7 milhões”, informou.

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