Ele teria usado mão de obra de três presos da extinta cadeia
da cidade na construção da própria casa, em um condomínio fechado, e foi
demitido a bem do serviço público em outubro de 2010, após denúncia por
improbidade administrativa.

Durante a investigação iniciada em 2005, a Corregedoria da
Polícia Civil apurou que o delegado levou os presos até a construção
particular. A defesa de Vendramel entrou com Mandado de Segurança no TJ contra
a demissão, mas perdeu o recurso.

“É muito fácil que alguém nesta situação abuse de seu poder
e, por meio de pressões ou favores, convença os presos a lhe prestarem serviços
a valor muito inferior ao de mercado. Ainda que isto não tenha
ocorrido, no caso em análise, o bom senso exige que um delegado de
Polícia se abstenha de tal espécie de conduta, a qual, por si própria, denigre
a função pública por ele exercida e desconsidera a necessidade de assegurar aos
presos garantias mínimas contra abusos de autoridades policiais”, diz trecho do
relatório assinado pelo desembargador Artur Marques.

Segundo o jornal, o delegado não foi encontrado para
comentar a decisão. Também não conseguiu contato com o advogado de  Vendramel para saber se entrará com novo
recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), já que ainda cabe a medida.