23 de outubro | 2012

Usuários temem que UPA não suporte demanda gerada com suspensão de atendimento a planos de saúde na Santa Casa

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Usuários do sistema de saúde pública de Olímpia estão temendo que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que começou a funcionar no início de julho próximo passado, não suporte a demanda que será gerada por causa da suspensão decidida pela Santa Casa, dos atendimentos de urgência e emergência de pessoas beneficiadas por planos de saúde, principalmente da Unimed, cooperativa de médicos que tem aproximadamente 15 mil beneficiários em Olímpia.

Pelo menos é o que se pode entender de uma reportagem de autoria do repórter Victor Pizeta, exibida no início da noite da segunda-feira desta semana, dia 22, pela TV TEM, afiliada da Rede Globo de Televisão, de São José do Rio Preto.

Dos 700 pacientes que a Santa Casa chegava a atender por dia, na urgência e emergência, 70% eram do SUS. Os outros 30% ficavam divididos entre pacientes conveniados e particulares. E agora, com a suspensão do Pronto-Socorro, o cliente do plano de saúde deve passar primeiro pelo médico do convênio. E a população que depende do SUS só vai ser atendida a três quilômetros do hospital, na UPA.

Segundo os números que constam teriam sido divulgados pela própria direção da Santa Casa, a UPA deverá passar a realizar mais 210 atendimentos, aproximadamente. Além do grande número que já vinha fazendo a partir de 1.º de julho.

Embora rapidamente, a reportagem ouviu duas mulheres que não tiveram seus nomes divulgados, mas aguardavam atendimento na UPA na manhã desta segunda-feira. “Aqui eu acho que não vai dar conta da cidade e da região”, disse uma delas. “Eu acho que vai fazer falta (pronto socorro da santa casa). Um lugar só eu acho que é muito pouco”, disse a outra.

Porém, inicialmente a reportagem mostrava o lado tanto do provedor Mário Francisco Montini e do prefeito em exercício Luiz Gustavo Pimenta. Ambos passaram a ideia de que há muito trabalho e pouca remuneração, como justificativa para cancelar o atendimento de urgência e emergência da unidade.

Em razão disso, as cirurgias eletivas – aquelas que são agendadas e portanto consideradas sem urgência – e pagas pelo SUS também estão suspensas. Mas os responsáveis pela saúde pública garantem que a cidade não vai ficar sem atendimento.

Na imagem aparece que a sala de espera do Pronto-Socorro passou o dia todo vazia e na frente, uma faixa colocada logo na entrada encaminha o paciente para outro local. Desde a manhã desta segunda-feira, a Santa Casa suspendeu o convênio com o SUS e os planos de saúde.

O provedor do hospital alega que a entidade gasta mais do que recebe. “Nós queremos que a remuneração seja justa e que os médicos sejam respeitados. Nós temos o atendimento e precisamos ser remunerados corretamente”, afirma o provedor da Santa Casa Mário Francisco Montini.

A Unidade de Pronto Atendimento começou a funcionar em junho e, desde então, tem acolhido parte dos pacientes que antes eram atendidos no hospital. Acontece que, agora, o fluxo foi todo desviado para a unidade. “Teremos que reunir com os prefeitos da região para ver se eles ajudam com alguma coisa com os pacientes que virão de fora. Mas a população pode ficar tranquila que a UPA dá conta do atendimento”, diz Luís Gustavo Pimenta.

A direção do hospital, que atende, ainda, outros quatro municípios da região, disse que só vai normalizar a situação se as prefeituras e planos de saúde tiverem interesse em negociar o repasse de mais verbas. “Nós temos uma população de 50 mil habitantes em Olímpia e 50 mil na região. Os municípios não têm contribuído com a Santa Casa, nunca chegamos a um denominador. Então suspendemos as cirurgias eletivas do SUS, apenas do SUS, para que os municípios tomem conhecimento que nós somos referência para eles”, explica o provedor.

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