31 de julho | 2022
Vereador usa tribuna da Câmara para chamar a advogada que pediu a cassação de “falsária”
CIRCO DA AURORA PEGA FOGO SEM QUEIMAR!
‘Sargentão’ usa citações bíblicas ao acusar advogada em sessão agitada.
Segundo Tarcísio, advogada teria sido condenada por ter falsificado assinatura em processo cível.
O vereador Tarcísio Cândido de Aguiar utilizou seu tempo na tribuna da Câmara, na sessão de segunda-feira, 25, para questionar a conduta da advogada Helena de Souza Pereira, cujo bate-boca pela internet resultou na cassação da vereadora Alessandra Bueno no início do mês de junho. Aguiar pediu ainda que a OAB da advogada fosse cassada devido a gravidade da situação.
Tarcísio utilizou diversas vezes nomes de figuras que atuaram na condenação de Jesus para ilustrar seu discurso, dando a entender que existiriam na Câmara figuras que demonstravam ser injustas como “Kaifaz”, medroso como “Pilatos”, traidor como Judas e também o Barrabás (o ladrão que teria sido libertado em troca da condenação de Jesus.
LENDO TEXTO ESCRITO PREVIAMENTE
Lendo e interpretando um texto escrito previamente, Aguiar ressaltou que a advogada teria falsificado uma assinatura num processo de partilha de bens e que já teria transitado em julgado. E que, além disso, teria confessado o crime numa transação penal para que não respondesse outro processo na justiça.
O sargento citou o art 34, inciso XXVIII da lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia) que prevê como infração disciplinar praticar crime infamante, para pedir também pela tribuna que a subsecção local abra processo ou sindicância visando cassar a inscrição na OAB da advogada.
Na sessão, o vereador, que é sargento do Exército aposentado e seu colega Hélio Lisse Júnior, que é delegado de polícia aposentado, também denunciaram que o presidente da Câmara, Zé Kokão, teve audiência com o desembargador Djalma Lofrano Filho, que é filho de um ex-juiz que atuou na comarca, antes deste decidir derrubar a liminar que fez Alessandra voltar para a Câmara.
“NÃO ACREDITAM EM TEORIA DA CONSPIRAÇÃO?”
Os vereadores usaram o recurso de retórica dizendo que não “acreditavam em teoria da conspiração”, mas achavam estranho o desembargador, que julgou o recurso em substituição a outra desembargadora para quem tinha sido sorteado o processo, ter conversado diretamente com o presidente da Câmara um dia antes da sentença.
Os vereadores enfatizaram ainda que, embora o presidente seja advogado, ele não poderia atuar como tal, devido ao seu cargo na Câmara e na pauta do tribunal aparecia que ele havia conversado com o desembargador como advogado. Também destacaram o fato de Lofrano Filho ter citado erroneamente que o voto deles não influenciaria no resultado da votação de 7 a 2, quando, na verdade, pela legislação a cassação não ocorreria se ambos tivessem votado.
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