06 de maio | 2012

A morte de Rafaela na mídia de Eugênio

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Do Conselho Editorial
Da mesma forma que se insurgiram os funcionários públicos em cargos de comissão, ou os que se alimentam de forma indireta do poder público, pseudos jornalistas a serviço do prefeito discutiram pelas suas óticas a morte de Rafaella.

Vale notar que pessoas ligadas ao grupo de Eugênio, repita-se, ligadas ao grupo de Eugênio, quando da morte de Fernanda por falta possível de atendimento na Santa Casa, conseguiram transformar a vítima em culpada pela própria morte.

Não bastasse, chegaram de forma depreciativa, imoral e antiética, a culpabilizar o assessor direto do jornalista responsável por este jornal.

Foram em manchete sensacionalista estampada em notório blog ligado ao prefeito que por trás da morte de Fernanda estavam instruções deste assessor e que o Ministério Público já tinha a fita que demonstrava isto.

Por não ser verdade, o blogueiro irresponsável e inconsequente retirou do blog os excessos sensacionalistas e recuou depois de atingir do ponto de vista moral o assessor e a família da pessoa que foi a óbito.

Não bastasse isto, forneceu espaço para que bate-paus de Eugênio, neste blog, assim como em outros e na rede mundial, publicassem verdadeiras manifestações de ódio, preconceito, discriminação contra a moça, infelizmente falecida, e sua família.

De origem humilde, a irmã de Fernanda foi a uma emissora de rádio e esclareceu o ocorrido e lamentou que pessoas estivessem atacando a idoneidade moral de uma pessoa que sequer conheciam, assim como fez questão de notar que a presença do assessor deste jornal foi fruto de um acaso, visto que não o conheciam.

Os defensores de Eugênio, sempre truculentos e demonstrando um nível baixíssimo de discussão, na ânsia de demonstrar a não responsabilidade do gestor público pelo caos que se encontra a Saúde local, continuaram na rede mundial disseminado a discórdia através de ataques de ordem pessoal aos que creem que o setor de Saúde e a responsabilização pelo que ocorre lá, de bom ou ruim, está diretamente ligado ao poder público, a Eugênio José.

No caso da menina Rafaela, antes até que se soubesse as razões mínimas que poderiam dar um entendimento do que poderia ter sido a tragédia que a vitimou e colocou a família e a sociedade local em choque, os bate-paus de Eugênio, na ânsia louca de blindá-lo, precipitadamente, já distribuíram pelas redes sociais, e pelos plantonistas de botecos a ideia de que a criança era desnutrida.

Tanto, que a informação a respeito de tamanho absurdo e falta de sensibilidade já era conhecida no velório da criança, razão mais que justificada para o desabafo da mãe neste jornal.

A mãe, inconformada com o que o pessoal ligado a Eugênio, repita-se, ligado a Eugênio, estava esparramando para justificar uma possível falha do setor de saúde local, mostrou que a criança, infelizmente, mesmo sem vida, demonstrava, no leito mortuário, de onde se despedia do mundo, que esbanjava saúde, e que fora tratada com zelo e carinho pelos pais quando em vida.

Houve uma falha, e que não crê a maioria que será apurada com o rigor que merece pelo Poder Executivo, sobrando apenas o crédito de que isto venha a ocorrer no setor policial, que encaminhará as evidências, se houverem, ao MP, que poderá representar ou não acerca dos fatos, se entender que houve falha de alguém.

Em relação a dúvida acerca da seriedade investigativa do possível processo administrativo a ser instalado pelo Poder Executivo, por parcela da população, se dá por geralmente, na maioria dos casos, estas investigações, neste plano, terminarem em pizza, ou como diria Sherlock Holmes, colocando a culpa no mordomo.

Basta para isto ver a fúria como os funcionários comissionados de Eugênio, e os rapadores de farelo que atuam de forma paralela na defensoria pública municipal nos meios de comunicação estão manifestando suas neuroses e conflitos oriundos de uma vida miserável e mal resolvida que culminou nos grilhões que os subordinam de forma escrava a exígua quantia mensal que recebem a título de salário.

A foto da menina estampada no jornal tirou desta gente o discurso iniciado por pessoas ligadas a Eugênio de que a mesma poderia ser maltratada, anêmica, desnutrida ou algo que o valha, jogando a credibilidade da família na vala comum que pretenderam jogar outras que tiveram o mesmo desfecho trágico para seus entes queridos.

Tivessem estes pseudoéticos de alcova, estrebaria e ninhos de abutres se debruçado na imprensa internacional, dado um simples busca no Google, veriam milhares de crianças mortas estampadas nos jornais, mortas pelo mesmo motivo que Rafaela, ou mortas de fome nas Somália, na África, no Quênia, nos guetos, em Varsóvia, Treblinka, Sobibor, pela fúria hitlerista.

Se desejarem, se a pretensa formação acadêmica permitir, a nutrição intelectual, os bifinhos didáticos aliados aos poucos neurônios facilitarem, busquem a obra de grandes fotógrafos, podem começar pelo Sebastião Salgado, e verão estampado em seus livros fotos de crianças cujas vidas foram ceifadas antes do tempo.

Podem, também, vasculhar na imprensa mundial e nacional, em edições antigas, que encontrarão assuntos idênticos tratados da mesma maneira.

E aqui falamos de edições antigas para demonstrar o tanto que estão despreparados e atrasados estes funcionários públicos comissionados (ou prestadores de serviço ao município, mesmo que eventualmente) que publicam jornais para defender o patrão, o que segundo o código de ética do jornalismo, não pode acontecer.

Se não bastar, tente encontrar cadáveres de papas e santos que estão expostos a visitação até hoje; pode começar pelo do Lênin, na antiga União Soviética, um país comunista, ditatorial, atrasado, que tinha gente que lidava com a questão da morte de maneira mais moderna que muitos escribas passadistas de aluguel da urbe local.

Pode ver também o cadáver de Ernesto Che Quevara exposto à visitação pública estampado nos principais jornais do planeta, assim como o de Kadafi que não só foi exposto e publicado como ficou mais de semana se decompondo publicamente, o que foi publicado e televisionado.

E não bastasse, fosse o caso defender a postura do jornal, poderia se tomar como exemplo a foto do jornalista com J maiúsculo Valdimir Herzog, pendurado por uma corda e enforcado por um regime ditatorial, como este que ai está, salvo algumas diferenças, estampada nos jornais pelo mundo.

O caso, porém, é que foi retirado o discurso da justificativa da morte, esta a grande questão, como no caso Fernanda, no caso Rafaela, os Pinóquios ligados ao governo Eugênio ao invés de trabalhar com a verdade optaram mais uma vez pela destruição daquele que já não existe tirando os possíveis ônus e consequências das costas da liderança, e nisto foram desnudados, esta a razão.

Poderia aqui se discutir ética? Como discutir ética com quem está comprometido pelo vínculo trabalhista?

Como falar de ética com quem sempre defendeu quem o pagou, e passou a acusá-lo com leviandades quando o contrato de trabalho foi rompido?

Seria como discutir a ética das rameiras, onde a satisfação do cliente não passa pelo prazer que se tem, sim pelo prazer que se dá, e ao que tudo indica, o prazer patronal está satisfeito com este clima de terror e hostilidade, onde nem os mortos são poupados.

 
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