01 de janeiro | 2021

Brindando por estar vivo, orando pelos que se foram e por suas famílias

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“Gostaria imensamente de desejar que 2021 fosse muitas vezes melhor que este ano que praticamente não houve, como não sou hipócrita e acompanho os noticiários e a vida, me sinto impedido de desejar o que sinto não ocorrerá”.

Willian A. Zanolli

Amigos e amigas, leitoras e leitores, os dias pedem paz, pedem calma, tranqui­lidade e discurso de esperanças: vem ai um novo ano após um que se pode dizer que não foi vivido na íntegra, como se deveria.

Lógico que para os irresponsáveis, para os que demonstram não dar importância à vida e não se preocupam com a morte isto não repercute em seus corações.

Se houvesse preocupação com a própria vida e com a do semelhante não estariam atuando na contra mão da história e dificultando que a vida volte à normalidade.

Este artigo tem a pretensão de ser muito mais um bate-papo perdido, ou localizado, entre o sério e o descontraído, sobre as aventuras e desventuras deste ano.

Iniciando, lembrando que o ultimo artigo foi meio biográfico, histórico, com referências cientificas na tentativa de comover algumas pessoas sobre ter consciência da gravidade do momento que vivemos e da necessidade de não se insurgir contra a ciência, contra vacinas.

Abordei a paralisia infantil que me acometeu quando criança e que deixou sequelas irreversíveis e chamei a atenção dos “negacionistas” para que, pelo menos, não tentem influenciar as pessoas contra a vacinação.

Pela minha experiência de vida e sofrimento, posso afirmar que convencer alguém a não se vacinar é crime.

Aproveito para lembrar que no período que a poliomielite acometeu o Brasil, os mesmos anjos que hoje estão à frente da batalha lá estavam.

Não corriam riscos, pois a forma de contaminação era outra, não se dava pelo contato ou proximidade com o semelhante, como ocorre agora, no caso do corona vírus.

O que é outro crime que os negacionistas cometem contra médicos, enfermeiros, pessoal que dá cobertura em hospitais, Upas, na limpeza, cozinha, segurança, manutenção, ambulâncias etc.

Não deve ser fácil sair de casa para ir prestar um serviço que implica salvar vidas sabendo que se está a colocar a própria vida em risco.

Isto é abnegação, espírito cristão, doação total, por isto, insisto com os que parecem se odiar e odiar o mundo, para que repensem seus despropósitos e avaliem que, ao invés de negar, devem assumir e colaborar para que possamos juntos superar esta tragédia.

Sei que a vida é feita de instantes e de acontecimentos que marcam e modificam a postura das pessoas.

Sei que o que não compreendemos hoje podemos compreender amanhã, em razão das lições que vão ocorrendo ao longo dos dias.

Que estas pessoas aprendam estas lições pela dor ou pelo amor rapidamente.

Está muito difícil, para quem tem consciência e não sai de casa, quando sai, utiliza máscara, respeita distância entre pessoas e fica indignado que muitos não façam isto.

Está difícil até para colocar algo mais brincante neste artigo, tamanha a gravidade da situação.

Toda hora se noticia a partida de alguém ou vem a público alguma fala desprovida de propósito demonstrando que vai ser difícil sair desta se depender das autoridades que deveriam ser responsáveis para apontar o melhor caminho e sinalizam para o abismo.

Sem querer ser pessimista ao extremo, vejo que algumas pessoas com a narrativa da necessidade de salvar a economia, estão estimulando as pessoas a irem pras ruas e estão colaborando para destruir a economia e se os números apontados pelos economistas até março se confirmarem a situação será calamitosa.

Gostaria de ter ocupado este espaço para contar histórias interessantes que ocorreram durante o ano, como elas não aconteceram não há o que contar.

Adoraria escrever sobre a retomada da economia, o aquecimento do mercado, aumento do emprego, mas os números e as evidências negam isto.

O que resta é um artigo bate papo advertindo que se as pessoas pretendem salvar a economia e o emprego indo pras ruas, ampliando o quadro da pandemia, podem esquecer economia e emprego.

Esta fórmula, onde foi aplicada, em países mais organizados e melhores governados, não deu certo.

Não será nesta bagunça, neste caos, onde as autoridades não falam coisa com coisa que vai dar certo.

Gostaria imensamente de desejar que 2021 fosse muitas vezes melhor que este ano que praticamente não houve, como não sou hipócrita e acompanho os noticiários e a vida, me sinto impedido de desejar o que sinto não ocorrerá.

Desejo no máximo que as pessoas se conscientizem de suas responsabilidades diante da sociedade, deixem de ser individualistas e passem a pensar coletivamente pra que as minhas preocu­pan­tes previsões se frustrem.

Só se pode ser feliz quando todos podem estar felizes.

Brindarei por estar vivo, orarei pelos que se foram e por suas famílias.

Que o próximo ano traga boas notícias.

 

Willian Zanolli é advogado, jornalista e artista plástico.

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