06 de março | 2022

Circo da Aurora com Kokão proporciona espetáculos ridículos

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E como diria Tiririca: “Pior que está não fica”.

 

Do Conselho Editorial

A Câmara Municipal de Olímpia, ao longo dos anos, tem dado mostras de que a máxima do palhaço Tiririca: “Pior que tá não fica”, não se aplica ao caso local.

Os erros são tantos e o espetáculo oferecido, às vezes, tão grosseiro e vulgar que se pode chegar a conclusão que a falta de noção não tem limites.

Quando postada nas redes sociais, as fotos dos vereadores contrários e a favor do referendo, chegaram a ser surpreendentes as manifestações de olimpienses no tocante a baixa representatividade dos eleitos na última eleição.

Natural que seja a vontade do povo expressada através do voto, no entanto, é preciso notar que a maioria tem dado mostras de um despreparo e desconhecimento total do que pode ser um mandato legislativo.

Chega a ser totalmente grotesco que em uma votação, como foi o caso da possível privatização do Daemo, que os pobres representantes do povo tenham despendido esforço gigantesco em matérias irrelevantes e até uma certa vulgaridade e, em relação a privatização da autarquia, tenham se debruçado por menos de cinco minutos, ao que deveria ser o tema central do debate.

Nos circos da vida, todos eles, o espetáculo segue uma certa lógica, tem enredo, um certo nível de compreensão do espetáculo, fio condutor, bifes que alimentam e buscam envolver o espectador.

Na última sessão da Câmara Municipal, o Circo da Aurora apresentou um espetáculo decadente, digno de circo de lonas rasgadas, que se arrasta por estradas poeirentas em cima de carroças buscando vilarejos pobres e subdesenvolvidos para apresentar um espetáculo mambembe.

Espetáculo vem do latim “spectaculu”, que significa “cena”, que pode ser espetacular, o que seduz os olhos pela grandiosidade, luxo, beleza, ineditismo e nada destas belezas tem se mostrado nos espetáculos chinfrins e empobrecedores que a Câmara Municipal tem apresentado.

Para que a plateia entenda e os péssimos atores políticos não interpretem de forma distorcida é preciso explicar que todos os fenômenos que envolvem a vida, desde o choro do bebê, a luta de filhotes de animais, a missa, o culto, as lutas, as touradas, o futebol, fazem parte de um espetáculo.

Cada um que cada coisa interpreta seu papel e o circo faz parte do sistema cultural e esteve presente por séculos enquanto propagador de cultura e entretenimento.

Há sempre um porém na vida dos espetáculos: alguns são de uma grandiosidade de atravessar milênios, caso de algumas peças teatrais, e outros de uma vulgaridade passível de se questionar se deveriam ter sido trazido a luz da humanidade.

O que aconteceu na última sessão da Câmara foi um deles.

A arrogância, a prepotência de alguns vereadores, a simulação, o cinismo e a desfaçatez em relação aos eleitores, a população, foi por demais chocante.

Eles, alguns vereadores, que se acham ungidos, divinizados por contra própria, parecem fazer uma enorme questão de se colocarem como superiores a tudo e a todos quando se manifestam.

O presidente da Câmara que deveria ser o regente, o gerente da orquestra, não é uma batuta que possa conduzir um bom espetáculo.

É preciso que se diga, sua postura em relação a participação de Márcio Ramos que fez uso da tribuna, que dizem ser livre, foi simplesmente fora de qualquer noção de civilidade.

Ameaçar cortar microfone de alguém que está se pronunciando é de um autoritarismo sem igual, uma truculência sem igual; exigir que alguém se atenha ao tema mesmo que a pessoa esteja tratando da questão ponto central é de uma violência e de um autoritarismo sem igual.

Exigir que alguém delimite tema em uma tribuna que se diz livre já tira dela esta condição de liberdade, algo que cheira a censura a liberdade de expressão e que deveria ser questionado através de uma ADI, pois pode estar em contradição com o direito a liberdade de expressão.

A liberdade de expressão é garantida no Artigo 5º da Constituição Federal, que diz que “é livre a manifestação de pensamento, sendo vedado o anonimato”. E no art. 220 veda “toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”.

Já que a Câmara está entendendo que tem legitimidade para discutir possíveis inconstitucionalidades, poderia discutir esta aí antes que alguém faça.

As posturas de Zé Kokão e outros ditadores travestidos de democratas naquela sessão foi um teatro do absurdo.

Como diria Fernando Pessoa: “São-me simpáticos os homens superiores porque são superiores; E são-me simpáticos os homens inferiores porque são superiores também; Porque ser inferior é diferente de ser superior; E por isso é uma superioridade a certos momentos de visão. Simpatizo com alguns homens pelas suas qualidades de caráter; E simpatizo com outros pela sua falta dessas qualidades; E com outros ainda simpatizo por simpatizar com eles; E há momentos absolutamente orgânicos em que esses são todos os homens. Sim, como sou rei, como sou rei absoluto na minha simpatia.

E como diria Tiririca: “Pior que está não fica”.

O Circo da Aurora mostra que há controvérsias, não só fica pior, como está bem pior que as piores representações legislativas que Olímpia já teve em toda a sua história.

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