17 de junho | 2012

Coisas que parecem não mudar

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Do Conselho Editorial

O mundo passa a impressão de que vai mudando com uma rapidez violenta, porém, olhando de forma individualizada como a sociedade se comporta, a impressão que se tem é a de que estas mudanças foram para pior.

O ser humano em contato com a informação que se discutia estava faltante em sua vida para melhorar em muitos aspectos, ao ter acesso a ela através da rede mundial de computadores parece que em sua maioria optou pela insignificância e pela exposição de sua mediocridade.

A televisão com seus vários canais que até pouco tempo tinha substituído o rádio na tarefa nada nobre de alienar e passar desinformação ao invés de cultura está, em grande parte dos seus programas, repercutindo exatamente vídeos postados na internet e que viram sucessos momentâneos.

Grande maioria infelizmente de um mau gosto que beira ao ridículo, vazios enfadonhos, infantis do ponto de vista pejorativo, absurdos, promíscuos, preconceituosos, sem conteúdo algum que induza a crer na possibilidade do crescimento humano.

A febre da insignificância, as famosas pegadinhas, os vídeos com acidentes grotescos, o mundo cão e as chãs mentes ocas do mundo, que por um motivo ou outro vivenciaram alguma situação ridícula, postam na rede caindo no gosto de maioria.

Infelizmente, esta vocação que estava oculta exatamente pela falta de acesso e democratização da informação parece ter vindo à tona para revelar que o ser humano em sua maioria tende a usufruir da forma mais equivocada possível o seu direito de se construir na plenitude.

O crescente da violência, a utilização deste meio para a aplicação de muitos golpes ou ataques de toda ordem ao próximo, vem, de certa forma, demonstrando que a idéia de que o homem vendo disponibilizadas ferramentas para a melhoria de qualidade de vida iria sair do casulo e crescer, ocorreu na prática, na maioria dos casos, de forma contrária ao enunciado.

Há, para os que fazem uso adequado destas tecnologias, grandes vantagens e não se pode, de maneira alguma, imaginar que não tenha havido vantagens no acesso a população. No entanto, a constatação de que as correntes do mal, a inconsequência e o vazio tem tomado espaços muito significativos para divulgar ou propagar situações e proposições contrárias a convivência pacífica que se esperava com a ampliação das oportunidades.

O mundo em seus aspectos mais belos e mais ordinários estão invadindo sua casa através da rede, das obras do Museu do Louvre, a rede mundial de pedofilia, das obras dos grandes pensadores, a mediocridade de pensamentos nazi fascitóides, da divulgação de momentos de religiosidade a pornografia, podem circular pelo universo familiar.

Ao que tudo indica, neste jogo maniqueísta é que o lado obscuro do ser está em sua maioria buscando discussões e contatos que indicam a contra mão da história e o domínio do mal está não só se ampliando como também se comunicando através dos computadores.

Se não houver uma volta às origens e um desejo coletivo de se buscar a si mesmo, se objetivamente o ser humano não se conscientizar que tem de sair da caverna em busca de luz, como pretendem a filosofia e seus amantes que buscam incessantemente a verdade, tendo em si uma certeza, que não existe verdade absoluta, o que restará serão apenas sombras e escombros daquilo que um dia foi mundo, daquilo que um dia foi humano.

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