24 de julho | 2022
Crônica de uma morte anunciada: o caos da saúde pública
“Tem se dado pouca atenção à saúde pública local e se não houver uma preocupação maior dos homens públicos envolvidos e a quem compete apresentar soluções para o setor, é crônica de uma morte anunciada, o caos da saúde pública”.
Do Conselho Editorial
O atendimento na saúde pública brasileira vem se deteriorando de algum tempo e nos últimos anos nota-se com bastante frequência que a qualidade dos serviços prestados no setor na estância turística dá mostras de estar acompanhando esta degradação dos serviços.
Se de um lado há modernização dos equipamentos e ampliação de alguns serviços na UPA e Santa Casa, por outro lado, no que tange ao atendimento médico e exames laboratoriais há queixas constantes da população, apontando indícios de que o setor está fragilizado.
Não se pode afirmar que a situação seja crítica, porém, se não forem observados os cuidados que o caso demanda, considerando-se que a cidade é turística e que a demanda se amplia em determinados períodos, a possibilidade de estrangulamento do setor é real.
Não se ouve falar, muito menos se menciona que discussões estejam ocorrendo por parte do poder administrativo e legislativo referente a saúde pública local.No entanto, pelas ruas e pelas redes sociais há um crescendo de queixas sobre o setor, principalmente em razão do aumento do número de casos de Covid, síndromes gripais e dengue.
Nas UBS e na UPA local, pelas informações obtidas, há dias de alto congestionamento, queixas na demora para consultas, demora para marcar consultas e demora maior ainda para se conseguir resultados de exames primordiais para diagnósticos de doenças.
A grosso modo se pode concluir que há falta de profissionais em algumas especialidades e em outras o número parece ser insuficiente para atender a demanda, principalmente na alta temporada em que o número de turistas que necessitam de atendimento e naturais transformam a saúde pública em um verdadeiro caos.
O que se observa é que, embora se tenha investido tanto em infraestrutura, premiando o setor turístico, a impressão que fica é que não houve um estudo que equacionasse a necessidade local e o atendimento à população flutuante na área médicano setor público.
Este período em que Covid, dengue e gripe aumentaram a incidência, revelou um sistema de saúde precário e com necessidades urgentes de que seja repensado, seja contratando bons profissionais na área médica e de enfermagem, seja modernizando as UBS e UPA para que não ocorram tantas queixas relacionadas a mau atendimento.
Observa-se que talvez o termo correto não seja mau atendimento até porque mesmo com a carência profissional, evidente o esforço desenvolvido pelos profissionais de saúde e sua dedicação que têm sido alvos de elogios por usuários.A crítica se refere à demora para ser consultado, para agendar consultas e para obter resultados de exames.
Tem se dado pouca atenção a saúde pública local e se não houver uma preocupação maior dos homens públicos envolvidos e a quem compete apresentar soluções para o setor, é crônica de uma morte anunciada, o caos da saúde pública.
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