31 de março | 2019

De crise em crise

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Do Conselho Editorial

A crise se instalou no Brasil e vai se avolumando a cada dia que os governos nas esferas, federal e estadual não buscam respostas para acontecimentos graves.

As filas de desempregados em busca muitas vezes de uma única vaga anunciada dá o contorno do que há de vir por ai.

Maioria dos Estados está quebrada, municípios seguem nesta mesma direção e todos, juntos com o governo federal, vão batendo cabeça em direção sabidamente oposta a possibilidade de sair do fundo do poço.

A tão anunciada reforma trabalhista que iria gerar milhares de empregos não só naufragou nas anunciadas pretensões de resolver o grave problema de mercado como deixou milhares de trabalhadores sem atividade laboral e sem direitos.

O que era para atrair milhares de empresas e gerar trabalho em quantidade não passou de propaganda mentirosa que em futuro breve mostrará a conta da irresponsabili­dade, na realidade já está mostrando.

Anuncia-se como solução para as contas públicas uma reforma previden­ciária sem pé nem cabeça que, se implantada, deixará muitos idosos sem a proteção da previdência.

Lógico que tanto a reforma trabalhista quanto a previdenciária atuam em favor do grande empresa­riado e miserabilizam a grande massa operária que possivelmente, em sua maioria, irá contribuir e não conseguirá beneficio algum.

O chocante nos gover­nan­tes é a constatação de que não há projetos para enfrentar estas questões e outras graves na área de Educação, Saúde, Emprego, Segurança, Cultura e Meio Ambiente.

O que se observa são graves ataques dos poderes Executivos ao Legislativo e vice-versa, entendimento e proposições parecem ter desaparecido do cenário político.

Na esfera federal já ficou bastante evidenciada a falta de tato e condições de governabilidade do atual presidente que não consegue discutir nenhum assunto relativo ao mandato com conhecimento e segurança.

E vai distribuindo caneladas e se desculpando depois como se não estivesse sob sua responsabilidade a vida de milhões de brasileiros que esperam extenuados um sopro de esperança vindo do planalto que não ocorre.

A preocupação presidencial é passadista e está localizada nos anos sessenta. E o pior é que seus delirantes ministros seguem a cartilha da mediocridade e da insignificância, pautando todos os dias insignificâncias e estupidezes que não conduzem a nação a nenhum porto seguro.

De outro lado vão desmontando a máquina pública, passando a impressão que após o tsunami não sobrará muita coisa para se governar.

Suas brigas com o parlamento são coisas imaturas, infantis que fazem deduzir que seu mandato não será duradouro. Outros presidentes com mais paciência e jogo de cintura não resistiram.

A grande preocupação é que esta estratégia, se assim se pode chamar, de utilização da truculência e da falta de diálogo, parece estar se esparramando para alguns Estados em que governadores e prefeitos reacionários e de direita conseguiram se eleger.

É notável perceber, com certa apreensão, que alguns governadores e prefeitos passaram a achar elegante tratar a sociedade e os parlamentares de sua base de sustentação com extrema indelicadeza, sem muita educação, no bico da chuteira como se estes fossem seus escravos.

O diálogo, se per­ce­be,está distante e muito daquilo que pede o marco civilizatório e a continuar desta maneira se conclui que ou se voltará à idade da pedra lascada ou o po­vo ganhará as ruas como tem acontecido em países vizinhos, onde esta condenável e insuportável situação está sendo levada a efeito.

O ser humano, por mais cordial e submisso que possa ser, e no Brasil isto é uma característica da maioria, chega um momento que grita por carinho, amor, educação e propostas que possam devolver a esperança no futuro.

O que infelizmente está faltante no governo federal, alguns estaduais e alguns municipais.

 

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