19 de dezembro | 2021

Denúncias de Alessandra são graves e deveriam ser investigadas pelo MP.

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“Esta a pergunta que deve se fazer, isto que o Ministério Público deve investigar,
porque gente de fala agressiva, quando acuada, temerosa da perda
de privilégios, costuma ser mais sincera do que nunca foi”.

 

Do Conselho Editorial

A vereadora Alessandra Bueno nunca foi um exemplo de comportamento civilizado no exercício do mandato de vereadora, nem quando começou a despontar na internet..

Adepta do atual modismo que confunde falta de educação com sinceridade, interpreta que pode “xingar” e falar de forma depreciativa da vida pessoal dos que divergem dela, como se estivesse amparada pelo livre direito de se expressar.

O que é liberdade de expressão na sua boca, quando na de outrem, contra si, é agressão, infâmia, em total desacordo com a realidade.

E ataca indistintamente, dos colegas de bancada aos oposicionistas que frequentam a sessão; dos jornalistas aos evangélicos; dos que postam textos nas redes sociais ao cidadão comum que não comunga sua cartilha.

Há quem a interprete como muito verdadeira, até ser atingido pela metralhadora giratória da vereadora.

O método, levado a efeito possivelmente em razão de sua formação humilde, é o da intimidação, expondo o pretenso adversário a execração pública, expondo questões de ordem pessoal que entende possa diminuir o oponente diante da opinião pública.

Dentre as várias “lives” que gravou antes e durante seu mandato a comprovação deste desvio, desta disfunção é clara. Muitas situações foram parar na delegacia e até viraram processos.

Antes se opunha ao atual prefeito com os mesmos aspectos de vulgaridade com quem se alinhou após se eleger e parece estar se aquecendo para um futuro rompimento.

Em recente “live”, por discordar de crítica política feita pela advogada Helena de Souza Pereira, gravou “live” onde desfiou preconceito e discriminação contra a ex-provedora da Santa Casa, em um nível de vulgaridade desnecessário, que pode ter extrapolado o livre direito de manifestação e avançado no campo da antijuridicidade.

Ocorre que, para sua infeliz insensatez e despreparo, a advogada atingida é Presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB de Olímpia e parte da categoria se sentiu no dever de se solidarizar com a operadora do Direito.

Foi, então, encaminhado abaixo-assinadopara a OAB local e a entidade de classe encaminhou à Câmara Municipal para análise de possível quebra de decoro parlamentar.

Era de se esperar que a vereadora tivesse pelo menos noção da situação inglória na qual se envolveu, mas, não, envolta nos delírios persecutórios parece ter concluído que por trás do abaixo-assinado há uma conspiração para retirá-la do cargo.

E a vereadora concluiu que o desejo de ejetá-la da Câmara e o abaixo-assinado são filhos da mesma fornada e saiu atirando forte contra o presidente do Legislativo.

Ao estilo velho faroeste girou com o“morre mas mata muita gente antes” e jogou “fezes” no ventilador revelando que há possíveis casos de corrupção no Legislativo comandado pelo popular Zé Kokão.

Seria apenas o tradicional afogado que gruda no cabelo e quer arrastar consigo pro fundo do poço, se não se tratasse do Presidente da Câmara, já investigado por conta da possível prática de nepotismo, que inclusive a vereadora faz questão de acentuar em suas denúncias.

As denúncias que a Vereadora Alessandra Bueno trouxe a público e que envolvem Zé Kokão, se verdadeiras, se comprovadas, como tentativas ou desvio de verbas públicas, são por demais sérias e obrigam a intervenção do Ministério Público nas investigações.

E tão grave quanto foi a insinuação de que a privatização do Daemo está em vias de acontecer e de que vereadores favoráveis votariam em razão de um grande acordo celebrado entre eles.

Pelo menos foi o que deu para entender de sua fala.

São denúncias graves.Se procedentes, e se presume que sejam, mesmo que não forem, por se tratar de ameaça, em caso de prosperar a possibilidade da vereadora vir a ser cassada.

Aquela velha história: Se eu for cassada muita gente vai ser cassada comigo.Eu sou honesta, nunca roubei e outros eteceteras.

E, se não for cassada, o que denunciou deixou de existir, enquanto corrupção deixará de existir?

Esta a pergunta que deve se fazer, isto que o Ministério Público deve investigar, porque gente de fala agressiva, quando acuada, temerosa da perda de privilégios, costuma ser mais sincera do que nunca foi.

A prova disto é que na história, são muitos os casos que mostram que sabiam muita coisa sobre desmandos e mazelas e só quando ameaçados falam enquanto ameaça para se manter no cargo, não sabem que isto se chama omissão, ou fingem não saber.

Por outro lado, se o presidente atingido pela denúncia e os vereadores recuarem, negociarem,ficará a sensação de que não havia só verborragia inútil na fala da vereadora desbocada.

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