28 de setembro | 2014

Desespero de Geninho e de seu grupo: o resultado eleitoral?

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Do Conselho Editorial

As últimas intervenções de Eugênio José Zuliani na rede mundial de computadores, aliadas as decisões que têm sido tomadas em relação aos premiados com serviços no poder público e foram dispensados, deixa a sensação de desespero nas hostess geniais.

Sabido que Geninho tem o viés autoritário do grupo que o cerca e defende no plano municipal, estadual e federal.

Aqui, sabidamente foram conduzidos ao poder pelas forças oligárquicas, as sobras do coronelismo enxada e voto, tanto que sua prática eleitoral remonta a séculos passados quando o cabresto e o eleitor de curral eram presentes na escolha dos mandatários.

Para quem não sabe, os candidatos ficavam com o número dos títulos dos eleitores a quem davam alguns benefícios como cestas básicas, dentaduras, remédios, promessas de empregos ou contratação pelo poder público, cargos comissi­onados e outras benesses.

E tudo indica que as eleições em Olímpia vêm mantendo esta prática perversa que contamina o processo democrático.

Pode-se dizer até mais, em que pese o autoritarismo patente de José Fernando Rizzati, ou a leniência e a permissividade do governo de José Carlos, foram nestes períodos que a cidade respirou um pouco de liberdade de ações.

No governo de Moreira, pela sua ausência total, pelo seu perfil bonachão e indisposição para perseguir quem quer que seja ou colocar camisas de força na sociedade.

Já no governo José Rizzati foram implantados alguns conselhos e a cidade teve o governo participativo que mesmo que houvesse manipulação nas suas ações no conjunto trazia a participação popular.

Já, no governo de Carneiro o retrocesso em termos de respeito a democracia foi gritante e a cidade passou a conviver com um autoritarismo bem próximo do governo militar de Castello Branco, onde se fazia acreditar que, embora fosse duro o general, o governo não estava eivado de mazelas e atos que deveriam ser combatidos.

O que se comprovou não era tão verdadeiro assim.

No governo de Eugênio a máquina pública parece que ficou privatizada, foi inchada aos extremos, ficou extremamente fisiológica e tornou terreno fértil para a implantação da visão de se levar vantagem em tudo.

Esta dependência orgânico financeira do poder público gerou muitos cabos eleitorais travestidos de funcionários públicos na condição de cargos comissionados.

A Câmara Municipal de Olímpia, além de se atrelar a esta política de aprisionamento das possibilidades de surgimento de novas lideranças se alinhou a este pensamento arcaico, dobrou sua folha de pagamento em contratações e se submeteu aos desejos do Executivo.

A mídia local nunca viveu um período de entreguismo e frouxidão como estes anos em que Geninho foi patrono de grande parte dos jornalistas locais que encontraram abrigo nas asas do Executivo e do Legislativo, comprometendo suas opiniões.

No entanto, as coisas para os ditadores e para as ditaduras nem sempre caminham como elas querem, seres humanos não são gados de pastoreio.

Razão pela qual, têm ideais, sonhos, vontades, desejos, ilusões, mesmo que tudo isto possa ser consumido pelo mercado, desejo de inserção na sociedade através do dinheiro ou do poder.

 E, ao que tudo indica, isto parece ter ocorrido no grupo, ou no ajuntamento que ocorria em torno de Eugênio.

Sendo a maioria desprovida de instrumental ideológico ou desejo de ver instalado um governo sério e transparente, olhando para o próprio umbigo, instados por Eugenio a livremente, por espontânea pressão, a assumirem as candidaturas da preferência de Geninho, Rodrigo Garcia e Itamar Borges, o grupo, segundo comentários de ex participantes, se esfarelou.

Relações baseadas no econômico geralmente se esgotam quando da possibilidade da continuidade se mostra esgarçada.

Dificilmente resistiriam os elementos em debandada assim que fosse chegando a disputa local. Houve uma precipitação por conta da tentativa de imposição dos candidatos a deputado federal e estadual neste momento, visto que tal imposição faria naufragar outras intenções.

Geninho não ficou só por que sua liderança nunca foi lastreada na sua capacidade de liderar, está muito calcada na promessa e no cumprimento da mesma; falta a Eugênio a envergadura de uma grande liderança; é mais do mesmo, feijão com arroz, sobrevive no sistema capitalista quando em alta na economia, onde as situações se dão pela valoração do ter e não do ser.

Esgotado o capital, nada acrescenta seu discurso chocho e sua incapacidade administrativa que é exportada de outras cidades por imposição de quem dá as cartas no seu governo e que seus ex-pares se negam a seguir nesta eleição.

Talvez, prevendo queda razoável dos votos dos seus gurus, Rodrigo e Itamar na cidade, baseado em pesquisas ou no pulso da população, Eugênio tem descido do pedestal e mostrado sua face humana nas redes sociais que o têm tornado, como Dorian Gray, no seu retrato, algo envelhecido e sem beleza interna, levando-se em consideração a disposição bélica e o descontentamento com quem diverge do seu governo meia boca.

Contribui para isto o distanciamento das mídias que agora encontraram um pouco de equilíbrio e não transformaram a campanha eleitoral nas baixarias que elas foram nos últimos tempos, quando o domínio do poder público sobre elas era gritante, antidemocrático, e repulsivo demais.

Neste aspecto Geninho e seu grupo caminham para o isolamento já que a mídia chapa branca oficial não encontra eco na população e o rompimento interno de seu grupo demonstra que sua forma autoritária e rançosa de governar dá sinais de cansaço, de esgotamento, de final de uma jornada que não cumpriu bem o seu circuito.

 

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