06 de outubro | 2012

Está chegando a hora do voto

Compartilhe:

Do Conselho Editorial

Hora de decisão, hora da escolha do governante da cidade por mais quatro anos.

A disputa não foi muito equilibrada do ponto de vista econômico, tendo em vista que um dos candidatos disputa a reeleição e, como é por demais conhecido, conta com a máquina a seu favor.

É complicado não reconhecer que mesmo que haja dificuldades no percurso do mandato que quem está com a máquina na mão, não seja beneficiado pela estrutura administrativa que comanda.

O uso da mídia, das pesquisas, do poder, das licitações, dos empregos, dos cargos em comissões, das promessas futuras, dos arranjos de bastidores com candidato e cabos eleitorais, acaba influenciando pelo menos até certo ponto, a favor desta candidatura.

Porém, o mandato, avaliação popular do desempenho administrativo e outras questões podem encaminhar o desejo popular no caminho contrário a candidatura de situação.

A reeleição é um golpe que o ex-presidente, filiado do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, fez passar no congresso, de forma autoritária, e com resquícios de adulteração da regra vigente, onde se discute até a possibilidade de compra de parlamentares.

Nascida do vício para possibilitar que um ditador de centro esquerda, que se fingia de democrata, pudesse se manter no poder e que adicionou outros vícios na política brasileira que vão sendo ampliados a cada capítulo promovido pela malfadada reeleição.

Tudo isso aceito pelo seu sucessor, que seria representante da esquerda, mas que continuou e fez perpetuar o injusto sistema.

O que se viu no território olimpiense, e ao que se ouve, e se lê, em muitas cidades brasileiras, foi uma das campanhas mais silenciosas de todos os tempos, do ponto de vista da discussão de programas e plataformas de governo, e também a mais corrompida pelas cervejadas e churrascadas e promessas de vantagens, que rolaram soltas por ai.

Fato que demonstra que ou muda o cenário político nacional, com regras mais rígidas e inexistência de golpismos, fraudes e farsas, ou muda-se a concepção jurídica de se julgar os feitos.

Não há lógica alguma que se faça tanta campanha a favor da moralidade, da ética, e se observar o crescendo cada vez maior da noção de impunidade, e o desprezo total ao que está descrito na lei.

Nada verdadeiramente muda exatamente por que todos os que deveriam temer o rigor da lei, alardeiam que tudo que se faz de errado sempre dá em nada, e geralmente não dá mesmo.

Assim sendo, se assim é, deveria então se criar leis que coibissem a honestidade já que as outras não funcionam e ninguém dos que deveriam crer nelas, da forma como deveriam crer, não crêem, por não vê-las aplicadas na prática.

Isto traduzido significa que a maioria dos processos levam anos para chegar ao final, prescrevem e geralmente não trazem solução alguma para os conflitos políticos que permanecem inalterados, ou vão somando novas técnicas de burla ao arcabouço legal ineficiente.

Amanhã, dia de eleição, dia do voto ser depositado na urna, seria muito bom que todos votassem com consciência da necessidade de mudança não só de sua cidade, de seu país, envolto em lama e corrupção.

Tomara que o eleitor, outra ponta responsável pelo crescendo de corrupção, que muitas vezes não reconhece no candidato que oferece vantagens, um corrupto de marca maior, ou talvez seja adepto do ato de se corromper, desta vez repense sua postura e se comporte como cidadão, cumpridor de seus deveres e sabedor de seus direitos e tente pelo menos votar certo.

A primeira coisa a fazer é não votar em quem ofereceu tudo que foi escrito atrás, a segunda é procurar saber sobre a vida passada do escolhido e sua vocação para a honestidade.

De posse disto, se acrescentar ao currículo capacidade administrativa ou boa intenção, melhor ainda, e se errar no voto por descobrir que ele no mandato traiu sua confiança, é só trocar na próxima eleição.

Tudo quanto está escrito deveria ser dedicado aos que iniciam na função da escolha dos futuros ocupantes do Executivo e do Legislativo, até por que os que votam há algum tempo deveriam ter claro esta lição.

A impressão que passa é que esqueceram ou faltaram a aula de cidadania neste dia, que sirva também para eles, de forma atrasada, para que corrijam todos os malefícios causados à sociedade ao longo dos anos, elegendo gente disposta a enriquecer a custa do erário, deixando a população sem atendimento nas suas necessidades básicas.

Hora de votar e como é sempre tempo de aprender, os que sabem votar certo a nação agradece, os que não sabem, eis ai a chance de aprender.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas