31 de maio | 2021

Este tempo de ódio e negação vai demorar a passar

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“Grande parte destas pessoas não irá acreditar nestas pesquisas até porque são anticientíficas, negacionistas e enquanto houver estupidez, radicalismo, desejo de implantar o pensamento único de vida, insistirão no erro”.


Do Conselho Editorial
O que os brasileiros estão assistindo em todo Brasil no que se relaciona ao ódio e a negação da ciência é algo que beira as raias da loucura.

A polarização política tem conduzido algumas pessoas a uma condição de cegueira total.

Ficou lugar comum reconhecer ou desconhecer pessoa muito próxima que era doce, meiga, carinhosa, educada, aparentemente antenada, supostamente bem informada, transformada em um monstro irreconhecível defendendo teses supremacistas, nazistas, como se fora normal.

A rede social super carregada de mentiras, Fake News, e pessoas defendendo a tese, que seria impensável em uma democracia sólida, que tem direito de expressar o que desejar, mesmo que isto traga prejuízo à sociedade.

Em razão desta loucura que tomou por completo parcela da população, as instituições estão se desmoralizando ao ponto de o Executivo, Legislativo e Judiciário, quando contrariam os adoidados que defendem o pensamento único, serem tratadas como o câncer a ser extirpado da sociedade.

Em razão da lavagem cerebral levada a efeito por esta massa endoidecida, milhares de pessoas estão acreditando em tratamentos precoces que não têm eficácia e morrendo em razão desta crença anticientífica.

Outros milhares estão indo a óbito por acreditarem em lendas urbanas e mentiras de WhatsApp.

Não se vacinam por que ouviram dizer que a vacina vem da China e tem ingredientes que irão mudar suas vidas pra pior, ou chips que permitirão que sejam monitorados pelos chineses em tempo integral.

E todo dia anúncios de mortes e mais mortes e os responsáveis pelas campanhas de vacinação informando que muitos não estão comparecendo para tomar a primeira dose ou não voltando em busca da segunda.

E ai não se trata apenas de disputa política, trata-se de uma porção da sociedade, que não é pequena, que estacionou no século dezoito e que acha que a vida não segue adiante e continua rodando a estrada olhando pelo retrovisor.

E a doença que desconhece lendas, tradições, teimosias, burrice, radicalismo, ignorâncias, sabedorias de boteco, vai arrastando muitos deles para a cova rasa, a sete palmos, sem dó ou piedade.

Já se chegou a mais de 450 mil mortos e tudo indica que o País baterá a porta do milhão e as aglomerações continuam em alta promovidas pelo povão em festas e comemorações seguindo o genocida palaciano como se para a vida não houvesse amanhã e não haverá para muitos.

Estudo recente deu conta de que a incidência de mortos por Covid 19 é mais alto nos redutos bolsonaristas.

Estudo feito pela unidade de inteligência do Congresso em Foco mostra que os estados que mais votaram no atual presidente no primeiro turno das eleições presidenciais de 2018 são hoje os que apresentam as maiores taxas de mortalidade por covid-19.

Bolsonaro foi o mais votado naquele pleito nos 12 estados que lideram as estatísticas oficiais de óbitos do Ministério da Saúde, considerando o total de mortes por 100 mil registradas até o último dia 6 de abril.

A lista é encabeçada por Amazonas, Rondônia e Mato Grosso. 

A situação se repete em relação às unidades federativas com os menores coeficientes. O atual presidente perdeu a eleição em sete dos oito estados com os menores índices de mortes.

Nesse caso, a liderança é dos estados do Maranhão, da Bahia e de Alagoas. 

As cidades em que o presidente ganhou o 2º turno das eleições de 2018 apresentaram um maior número de casos e mortes por covid-19 do que aquelas em que ele perdeu.

Cidades que tiveram mais de 51% dos votos para Bolsonaro registraram números de casos até 299% maior e até 415% mais mortes um ano depois do início da pandemia.

Os dados são de um estudo realizado pelo Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais) e pela Universidade de Toronto.

Como bem se pode observar, os seguidores das teses presidenciais que não se baseiam na ciência, estão vendo a raiz da grama dos cemitérios em número muito maior dos que os que acreditam na ciência e seguem os protocolos da OMS.

Grande parte destas pessoas não irá acreditar nestas pesquisas até porque são anticientíficas, negacionistas e enquanto houver estupidez, radicalismo, desejo de implantar o pensamento único de vida, insistirão no erro.

E a foice levará muitos deles para os braços do Senhor se este tempo de descrenças, dúvidas, ódio e negação demorarem a passar.

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