25 de novembro | 2018

Geninho um político que se afunda

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Do Conselho Editorial

As inúmeras investigações levadas a efeito contra o agora eleito deputado federal Eugênio José Zuliani e sua recente condenação em primeira instância, sugerem que sua vida na política poderá ser bem mais curta do que se possa imaginar.

A condenação por improbidade administrativa no caso da contratação de advogados é o começo de muitas que poderão trazer dificuldades para que Eugênio possa continuar na política no futuro.

“São cerca de 100 inquéritos policiais contra mim. Eu já consegui arquivar uns 70”, afirmou na terça-feira, 13, ao Diário da Região.

Há de se considerar que 30 inquéritos é um número razoável de investigações e que permite visualizar que o futuro deputado federal mesmo coberto pelo foro privilegiado enfrentará dificuldades na justiça.

O que se coloca enquanto pedras e abismos a ser superados por políticos que terão enfrentamentos na justiça por casos de improbidade administrativa é a crescente onda de caça as bruxas e macarthismo desenfreado que com a indicação do juiz Sérgio Moro ao Ministério da Justiça tende a crescer e muito.

Quem acompanha a trajetória jurídica e imagina que haja intenção de uma possível candidatura do futuro ministro a algum cargo de relevância na política, aposta que o mesmo jogará todas as suas fichas no combate a corrupção.

Há que se notar que o futuro presidente acenou para ampliar o combate à corrupção e mesmo que as indicações ministeriais tenham repetido as mesmas fórmulas de sempre, um dos requisitos para que seu governo se sustente junto à população, encontra-se exatamente nas ações de combate a corrupção. 

Este quadro que se mostra no horizonte permite visualizar que eleitos com a ficha nada recomendável que Eugênio sustenta terão dificuldades que não serão poucas para conseguir atravessar quatro anos sem estarem inelegíveis, principalmente se levado em conta a tendência que cresce no Supremo Tribunal, e é exigência da população, que se acabe com o foro privilegiado para políticos.

Resiste Eugênio, por enquanto, mas a ideia central é de que à medida que cresce a tendência da instalação no país de forças reacionárias que impulsionam medidas populistas e invocando o combate a corrupção como eixo central de seus discursos, que agentes públicos com várias condenações  sejam expelidos do processo automaticamente.

Nesta eleição passada o nome de Eugênio José já figurava inicialmente na relação de fichas sujas em razão de apontamentos do Tribunal de Contas e a maioria não consegue entender bem como conseguiu reverter um processo já julgado pelo TC, porém, conseguiu e foi candidato e se elegeu.

Ocorre que em quatro anos muita coisa ocorrerá e a menos que aconteçam outros fenômenos que a vã filosofia não consiga interpretar, em se considerando que já pesa contra si condenação em primeira instância, pode, levando em consideração, a atual criminalização da política, pensar que Geninho é um político que se afunda.

 

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