21 de janeiro | 2018

Governo Cunha caminha entre acertos e desacertos

Compartilhe:

Do Conselho Editorial

Dos governos passados, desde o período Zangiro­lami até a presente data, o governo de Fernando Cunha, muito embora não seja algo espetacular, que tenha mudado radicalmente o sistema de gover­nança estribado no po­pulismo e no coronelismo, parece, em tese, estar se destacando dos outros.

Embora atue com a mesmice, seja controlador, centralizador, com não muitas características de democrático ou aberto a participação popular, nas questões reclamadas pela população nas mídias tem sido atento e fornecido respostas de pronto atendimento das demandas que faltavam aos outros.

A cidade está visivelmente melhor cuidada e as ações de coleta de lixo ou de galhos tem mantido o calendário proposto pelo Daemo e mesmo a discussão ambiental tem entrado, mesmo que pelas portas dos fundos, na pauta de discussão.

Percebe- se uma preocupação ambiental, faltante a outros governos que timidamente invocavam uma ou outra ação sem se atentar para o absurdo preocupante que foi o desmatamento na área urbanizada, deixando atrás de si um passivo ambiental violento causado pela supressão arbórea de forma inconsequente e irresponsável.

Mesmo ações como cooperativa visando a separação de reciclados ou eco pontos eram muitos mais ações de marketing que atuação eficiente e qualificada para modificar atitudes e gerar impacto positivo no que fora degradado.

Preocupação com abastecimento de água sendo discutido de forma mais racional, privilegiando poços artesianos profundos e evitando a colheita de água de superfície que se presume, carregada de ingredientes químicos, possa trazer danos à saúde da população, além do custo mais elevado do tratamento.

Aliado a isto, o retorno a questão da retomada das obras, finalizando a Estação de Tratamento de Esgoto, sem aquela euforia desmedida que não dava em nada em governos passados, que passava a sensação de que o problema se resolveria no dia seguinte e ao invés disto, se criava uma nova situação problemática para a cidade discutir.

A Avenida Aurora Forti Neves caminhando vagarosamente para a finali­zação e outras obras anunciadas de forma discreta denotando mais equilíbrio nas ações publicitárias, que possivelmente devem contar com o resultado das obras prontas, muito mais que com o alarde delas se efetivarem algum dia.

Pode não ser o ideal, porém, são aspectos que não podem passar despercebidos para os que de forma imparcial emitem opinião para um público razoável.

Não reconhecer que o nível de organização do folclore, carnaval e de festejos de final de ano é se posicionar com o antagonismo de quem se opõe a tudo apenas por se opor, ser o eterno xiita xaato, fora de moda, ultrapassado, que não consegue enxergar para além do próprio umbigo.

Há falhas e buracos negros que não estão sendo observados na administração pública e que possivelmente culminarão em ações alvo de investigações no futuro.

É da regra do jogo: quem se opõe tem que sobreviver e quem governa deveria ter zelo a algumas questões que ocorrem debaixo de suas fuças e que por excesso de centralização, coronelismo, visão única de mundo, ou apenas por crer na impunidade, não corrigem a tempo, e depois se queixam que a oposição está judici­alizando o debate.

O pior cego não é o que não quer ver, é o que não deseja de forma alguma ver, sentir ouvir ou imaginar que algo a sua volta relativo a responsabilidades pelas quais deveria, ou deve responder, possa não estar ocorrendo da maneira como deveria.

Como ao homem público só é permitido que se faça o que está determinado em lei, se o contrário ocorre, o risco que corre é de responder pela omissão.

O que foi escrito são especulações baseadas em diálogos que se ouve a boca pequena e grande sobre feudos que predominam no poder público e que a título de apoio retiram da liderança, no final, o principal, o referencial ético e moral.

Governos anteriores que incorreram em erros que se presumem idênticos foram à vala comum e de lá não voltarão jamais para ser incluídos na galeria dos que fizeram história com retidão e seriedade.

E começaram, muitos deles, tão bem avaliados como Cunha e por auto­ri­tarismo, man­donismo e excesso de confiança descuidaram do principal e hoje, quando deveria ser discutida sua obra, se discute seus des­mandos.

No mais, afora pequenas correções de rota que poderão levar a colisões futuras, dentro do lugar em que está inserido, fazendo o feijão com arroz de sempre, o governo atual poderá deixar um bom legado de realizações, se não perder o pique.

 

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas