22 de setembro | 2013

Governo Geninho entre a vida e a morte

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Do Conselho Editorial

No momento em que este editorial está sendo escrito, se houver vida em outros planos, como acredita grande parte da população, estará recebendo as boas vindas no paraíso o menino Pedro Henrique, que era de Jesus, por nascimento, e agora é de Jesus, por antecipação do final de sua história na terra.

Quando uma criança é conduzida a óbito por aparente falta de cuidados, a sociedade fica indignada pela cessação de uma história que poderia ser povoada de sonhos e esperanças.

Se, como parece ter sido o caso, esta morte teve por motivação, conforme parece demonstrar alguns indícios, pela falta de atendimento médico preciso, pela ausência de preocupação humana, apatia, desatenção, falta de profissionalismo a revolta popular se amplia.

E por alguns dias, como tantas outras mortes sob suspeição ocorridas no Governo de Eugênio José, durante semanas, quinzenas ou meses o debate se prolongará até cair no esquecimento.

Assim que outra pessoa por infelicidade do destino, nos últimos momentos de sua vida, tenha que ser conduzida em um colchão colocado na traseira de alguma camioneta por falta de ambulância, ou alguma outra criança venha a óbito pelas razões ora discutidas, a discussão de novo ganhará contornos de desconforto.

Geninho, que passará para a história como o prefeito que interviu na Santa Casa de Misericórdia e com seu grupo a transformou no caos em que se encontra, será lembrado também por uma UPA que nunca funcionou corretamente.

E, ao seu currículo, com certeza será acrescentado por muitas famílias que perderam seus entes queridos, pelo que entenderam como descuido, desprezo, falta de profissionalismo, de instrumentos, profissionais competentes da área de saúde, a culpa, mesmo que não tenha, pela perda destes parentes por falta de atendimento adequado.

E não se pode aqui afirmar que Eugênio, na sua turrice, na sua teimosia de governante autoritário, não saiba que seu governo na área de Saúde foi o pior que houve em todos os tempos nesta cidade.

Qualquer governante que tivesse como preocupação básica a dignidade do ser humano, já teria percebido que contabiliza muita suspeição de intervenções na área de saúde que ganharam notoriedade pela demonstrada falta de condições de dar boa resolutividade para o caso.

Traduzindo, contou-se muitos mortos no Governo de Eugênio e continuam a ser contados.

Para quem prometeu em palanque que seria melhor que os dois médicos prefeito e vice, que cuidavam da prefeitura e de seu Secretário de Saúde, também médico, é de se concluir que ninguém fez nunca antes na história desta cidade, tanto mal a saúde pública de Olímpia que o governo de Eugênio.

Para quem prometeu em campanha que em quatro meses resolveria o problema caótico da saúde pública local, que de ruim passou a ser horrível, horrorosa, Geninho, cumpriu a promessa ao avesso.

Hoje se tem prédios públicos embelezados e confortáveis, anúncios de máquinas, ambulâncias, mas não se tem atendimento de qualidade, não se tem médicos em algumas especialidades e nem remédios.

Saúde pública só funciona com responsabilidade social e preocupação humana, o que as diversas mortes e esta que vai se juntar aos demais, demonstram evidências de que não é esta a preocupação deste governo visto não se mover para resolver o impasse.

Contrário a isto busca justificativa para cada morte, para cada acontecimento funesto como se este fugisse da ótica de responsabilidade do que deveria ser sua atuação.

E toda vez que se credita a ineficácia do governo inoperante de Eugênio é tirada da bolsa do colete uma desculpa, ou uma culpa a outrem pelo descalabro que se tornou a via crucis que pode se transformar a necessidade dos serviços da Upa de Geninho.

Possivelmente, Pedro Henrique de Jesus, recepcionado no céu enquanto se escreve estas linhas, deve ter se encontrado com idosos e crianças que lá chegaram nas mesmas circunstâncias depois de implorarem, suplicarem por atendimento, por ajuda humanitária de um governo perdido entre a vida e a morte.

E tudo parece indicar que a morte infelizmente tem se mostrado muito presente por aqui, e pela intolerância demonstrada pelo poder público, pela falta de reconhecimento de suas culpas, continuará ceifando a possibilidade de futuro de outros Pedros e Henriques, que irão, caso nada mude por aqui, se encontrar com Jesus antes do prazo combinado.

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