24 de janeiro | 2016
Históricas chorumelas de um povo
Do Conselho Editorial
Na semana passada este jornal publicou um editorial que tinha por titulo “Olímpia uma cidade ilhada pela incompetência Executiva” que constava até a data de ontem, sexta feira, 22 de janeiro de 2016, às 18 horas com 2823 visualizações e diversos compartilhamentos no Facebook.
Pode não ser prova de muita coisa para quem, como o poder público local, se mostra apenas preocupado com uma política de resultados que beneficie os que são próximos do seu grupo, seria, no entanto, suficiente para qualquer administrador bem intencionado e disposto a acertos pontuais que levassem ao encontro dos interesses coletivos, motivo mais que suficiente para a proposição de uma mudança de rota, visto não estar dando certo a fórmula administrativa adotada.
O que deve impedir é a mentalidade retrógrada de um prefeito que olha pelo retrovisor desde antes de sentar-se na cadeira de prefeito do município.
O crescimento desmedido e sem controle da cidade, sem previsão e organização, se deu muito mais pelas circunstâncias externas, crescimento do país, desenvolvimento ocasionado pelo crescimento da classe média e do poder de consumo do brasileiro nos últimos anos.
A estagnação deste processo de desenvolvimento e a crise mundial lançando firme sua ancora no fundo dos nossos lastros econômicos começa a demonstrar de forma clara, límpida e cristalina, quem verdadeiramente planejou e orientou o crescimento da região que administra e quem no por acaso foi assistindo de camarote o fenômeno acontecer por força de circunstâncias que nada têm a ver com sua presença no poder.
Em Olímpia esta questão é muito evidente, interpretar que o governo de Eugênio José, obreirista, fisiológico, oportunista, empreguista, sem planejamento e previsão de futuro, tenha realmente contribuído para que a cidade se desenvolvesse como se desenvolveu é no mínimo desconhecer princípios básicos de administração e economia.
O governo de Eugênio José é uma nau sem destino; é um Pedro Álvares Cabral que pretendia ir ás Índias e acabou descobrindo o Brasil no sem querer e no caso de Geninho depois passou a fingir que foi querendo.
Qualquer saca-rolhas percebe que a porção populista de Eugênio não permitiria que ele pudesse possuir uma cabeça, um pensamento progressista, moderno, avançado e que fosse responsável por colocar Olímpia em condição de superioridade administrativa, diferentemente de outros prefeitos que por aqui passaram e fizeram o mesmo feijão com arroz que ele repete a exaustão.
Começa pintando guias, reformando prédios, esticando a Avenida Aurora Forti Neves, enchendo o fundo do rio de concreto, como o Zé e o Luiz, representantes máximos do atraso e da truculência, inaugura obras e no fundo e no fim, nada funciona como deveria.
Não fora o turismo para o qual pouco ou nada contribuiu, a cidade estaria no sal, vivendo seu inferno astral, pois nada foi feito para que houvesse progresso, que houvesse emprego, geração de renda. Tudo se resume ao que havia antes, Usina e Thermas e algumas empresas que fecharam.
Criou-se a ilusão de que aqui era o lugar para se investir em casas e terrenos por que não se encontrava casas para alugar e os terrenos alcançaram preços absurdos estratosféricos, e dá-lhe loteamentos, ai o mágico que saiu da lâmpada em conluio com seus vereadores aumentou significativamente o valor venal dos imóveis e hoje há imóveis cujo valor que se pede no mercado para a venda é quase idêntico ou inferior ao valor venal.
O grande administrador de coisa alguma, tivesse ido ao Google, teria percebido que a grande grita dos especuladores em relação à Minha casa Minha Vida era exatamente o fato de inibir aluguéis altos em razão da oferta de imóveis a quem alugava e a diminuição dos valores dos imóveis exatamente por que diminuía a taxa de ocupação, o valor dos aluguéis, e passa a não compensar especular com imóveis.
Dentro deste quadro, o especulador coloca o imóvel a venda, como diminui a procura, diminui também o valor do imóvel, parece que o administrador desconhece que a máxima de mercado é a oferta e a procura. Aumentou a oferta é por que diminuiu a procura, e o preço segue esta visão.
Esta visão não é nova e Eugênio faz parte de algo muito antigo que sempre dominou Olímpia: o velho coronelismo que vai repetindo e repetindo as mesmas coisas, tratando o povo como no tempo da senzala, não permitindo novas lideranças e impondo políticas públicas assistencialistas que não tira nem as pessoas e nem o município do lugar onde sempre esteve.
Daí esta “Belindia”, este misto de Bélgica e Índia, de um lado uma cidade cujo comércio sinaliza para a paradeira total com prédios comerciais colocados para aluguel aos montes e casas a dar com pau com placas de aluga-se e, do outro, resorts e pousadas de primeiro mundo, como se cidade e Thermas fossem dois universos que não falam a mesma linguagem de evolução.
Há alguma coisa errada ai e é facilmente identificável como sempre com raízes fincadas no passado e que um leitor que se identifica como Dourado levanta a ponta do lençol que mostra onde adormece a incompetência, a irresponsabilidade política, fora as exceções que dominaram e domina o cenário político local, e Eugênio é cria deste passado.
Diz ele que “em resumo, editorial e comentário (anônimo) são chorumelas de um povo que, historicamente, foram e são empreendedores de um modus operandi particularmente vivido para levar vantagem, e não interagido para o bem geral da comunidade como um todo. Apesar de óbvia, essa realidade tem viés prá tudo quanto é gosto, dependendo das forças políticas que exercem o poder local. Talvez, Wilquem M. Neves tenha sido uma exceção que, no rastro da travessura de Jânio, tenha tido a ousadia de tentar substituir um clã e, de cara, asfaltado a Rua Síria que era caminho poeirento dos mortos rumo a última morada. De lá para cá, o que se notabilizou na política local, foi a picuínha de fundo de bordel que só dá valor à administração através da frente de catedral que cada um pinta para si e seu grupo. Os altos e baixos vividos pela cidade nas últimas mais de 5 décadas, são o reflexo do vai-e-vém dos desmandos e das disputas peçonhentas que a elite local (se é que se pode chamar de elite grupos tão recalcitrantes e reacionários!) tem patrocinado sempre com o objetivo de assegurar sua fatia na divisão corrupta do Erário. Não é do conhecimento que esses grupos – inimigos figadais – tenham um dia tentado alguma iniciativa de cunho republicano objetivando o interesse de Olímpia. O que sempre prosperou de maneira inaceitável foi a força das relações e das lealdades pessoais, que muito frequentemente, se transforma em depredação dos recursos públicos e na corrupção. E, como de resto no país da Era-petista, o eleitorado olimpiense ainda vota com o intestino, sempre atrás de churrascada e cervejada e continua anestesiado e calado, rindo do tropeço do vizinho, indiferente ao dia de amanhã. Essa briga vai continuar para sempre enquanto faltar pão para todos!”
Pão, por que circo é o que se tem demais.
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