14 de abril | 2013

M.P e Polícia Federal, aconteceu o que se previa

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Do Conselho Editorial

É preciso sair do discurso da hipocrisia e encarar a realidade de frente pelo menos uma vez na vida e assumir que nada que não se esperasse aconteceu na vinda de surpresa do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.

Pelo contrário, se é que houve alguma surpresa para alguns, esta surpresa foi a demora para vir, tantos os desmandos e mazelas nitidamente observados na atual administração pública.

É inconcebível que desde a abertura das urnas a maioria não conferisse credibilidade a este governo, nem os que votaram nele.

O passado de Eugênio José não permitia visualizar que sua administração seria diferente do foco que imprimiu à UEUO ou à Câmara Municipal.

O que se viu nestes anos de desgoverno foi algo nunca dantes visto em termos de mau uso da máquina pública em favor de um grupo.

Se por um lado Eugênio José tinha trânsito no governo Federal e Estadual para buscar emendas parlamentares, e não foram poucas, por outro a máquina pública não funcionava adequadamente.

Agora, depois da operação se deduz que a grande preocupação era de ordem econômica e não de administração no sentido organizado da coisa.

A máquina pública no governo Eugênio virou um tremendo cabide de empregos e a Prefeitura um balcão de negócios.

E o que está escrito aqui era sobejamente falado pelas ruas, não pelos adversários de Eugênio, pelos próximos que se gabavam, e se gabam de ter influência nas instâncias federal e estadual de governo, o que ficou provado na operação.

Em função disto se achavam acima da lei, que estavam impunes e que nada iria acontecer com o grupo, cuja crença estava escorada na influência que desfrutavam, ao que tudo indica.

A situação ficou descarada e cínica, foi exposta de maneira vulgar e medíocre, era como se tudo fosse possível ser feito sem que houvesse punição para nada.

A ostentação dos próximos do poder chegava a ser algo vergonhosa, se não houve nada de errado, se não há nada de errado, a produção que foi feita para se crer que tudo está errado foi muito bem dirigida.

O que há de novos ricos, ou pobres que fingem ser, depois deste governo, chega a ser inacreditável.

A quantidade de novas empresas que foram abertas que parecem ter a finalidade de servir o poder público, as licitações sempre carregadas de estranhezas, com empresas deixando obras pela metade, ou concluindo sem qualidade como bem se pode observar por ai.

E o povo na rua, quase unanimidade, oposição e situação, até o pessoal que mama na teta da viúva acreditando que a qualquer hora alguma coisa iria acontecer.

De uns tempos que vem crescendo a onda de que Eugênio José não terminaria seu segundo mandato.

Muita gente, até cachorro e gato, acreditava que algo de muito podre poderia haver no reino da Dinamarca. Só que pessoas autoritárias, contaminadas pela idéia do poder e da impunidade não dão marcha ré e isto pode ter levado de roldão os sonhos de Eugênio de fazer brilhante carreira política.   

O demonstrar surpresa apenas faz parte do pacote necessário de justificativas para desviar a atenção, pois, mesmo que não haja nada de podre no reino da Dinamarca, denúncias já haviam tido de que poderiam haver irregularidades no grande número de contratos firmados entre Prefeitura de Olímpia e as empresas que o procurador chamou de componentes de uma quadrilha de corrupção que nunca se viu na história do Brasil. E não tem como descolar a imagem de Eugênio, mesmo porque, o próprio, além de contratar as empresas de Votuporanga, também contratou, coincidentemente ou não, varios membros de seu governo oriundos da cidade sede da corrupção.

Portanto, aos que sobraram ilesos da operação, se tiverem alguma pretensão futura, espelhem neste exemplo que fica, nesta lição que a trajetória em ascensão de Geninho mostra, se não tiver discernimento, humildade, lógica, respeito à legalidade, a tendência é ser interrompido pela própria ação imprópria que praticou.

Subir, subir, inevitável voar.

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