06 de dezembro | 2015

Meninos desmascararam a violência e a crueldade da PM e destroçaram a intransigência do Geraldo Alckmin

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Do Conselho Editorial

Uma grande lição emergiu das ruas, se o povo reagir, o comando do governo voltará para as mãos do povo e deixará definitivamente de ser exclusividade de políticos autoritários, a imposição de políticas públicas que não atendem as necessidades e demandas da sociedade.

Outro tempo virá e nele estarão inclusas discussões com a população visando seu bem estar e se garantirá espaço a voz e comando a todos que foram excluídos pelas botas assassinas e bandidas de militares e policiais toscos que obedecem a tiranos e ditadores em uma sociedade de exclusão e preconceitos.

Enfim, a lição foi dada e só não entendeu que está totalmente alheio a interpretação de que o mundo é totalmente diverso daquele em que as decisões eram impostas goela abaixo da população.

Agora, e nestes tempos, a comunicação não depende única e exclusivamente de jornais, rádios e canais de televisão corrompidos e de governante idem que compra espaços na mídia, para pautar agendas positivas e impedir notícias que possam trazer danos a sua imagem; as redes sociais substituíram os jornalistas que vendiam desinformações.

Desta forma é possível articular um movimento, ter voz e vez não depende mais do espaço corporativo da mídia comprometida, as redes sociais, a internet faz isto de maneira rápida e eficaz.

E neste quesito não há como negar que a meninada tem uma performance fantástica para lidar com estas ferramentas de informação rápida, além de estarem antenados e serem muito criativos.

E foram estas questões e outras que fizeram com que a moçada fosse para o enfrentamento contra a tentativa de reorganização do ensino imposta goela abaixo pelo governador do PSDB Geraldo Alckmin e obtivessem êxito.

Independente do governador à moda da ditadura de 64 ter colocado seus gorilas da tropa de choque nas ruas e patrocinado cenas de crueldade e violência explícita contra a meninada, eles não se intimidaram e levaram porrada, tiro e bomba, foram presos, arrastados pelas ruas, inalaram gases, levaram bombas de efeito moral e mantiveram a moral de suas tropas bem intencionadas juvenis em alta enquanto desnudavam uma Polícia Militar, mostravam à população uma Polícia Militar cada vez mais refém da submissão e distante da democracia.

Conseguiu nesta luta a moçada mostrar a necessidade urgente de se rever conceitos não só de Educação, no maior Estado da nação, também de segurança e os necessários diálogos civilizatórios entre governo e população.

A pesquisa de opinião publicada pela Folha de São Paulo mostrando a significativa queda de popularidade do governador Alckmin e o aumento de rejeição a sua figura foi, segundo avaliadores de política, ponto fundamental para que recuasse de sua decisão de reorganização do ensino no Estado.

Isto, mais a queda do Secretário Estadual de Educação, deixaram muito claro que a força da presença do povo nas ruas obriga a que governos que se impõe pela força das armas e da tropa recuem das suas intenções nem sempre benéficas à população.

Evidente pelas manifestações de intelectuais da área de pedagogia e entidades ligadas ao setor, somando-se a isto faculdades e universidades de peso, como é o caso da USP, reconhecida como umas das melhores pelo mundo acadêmico na América Latina, contrárias a reorganização pelo vazio da proposta, que não visava a melhoria no ensino e muito menos a elevação do nível cultural do alunado, e sim, economia no setor, e futura privatização.

Os meninos que foram as ruas, os pais, professores, diretores, funcionários das escolas que se somaram a luta, voluntários, artistas, cada um que deu sua contribuição neste movimento que foi violento e cruel da parte da Polícia Militar, pacífico e ordeiro pela parte dos alunos, das lideranças e dos movimentos que aderiram, estão de parabéns.

Ficou demonstrado o carinho que as pessoas têm pelas escolas, do quanto elas são simbolicamente significativas na vida de cada um, o que estava nos acordos silenciosos que há entre os humanos que os liga a sua história brotou nestas manifestações, tipo, mexa na minha vida mas não mexa na minha escola, pois mora ali a minha reserva histórica mais importante, meu pedaço de coração reservado aos momentos em que se fez luz nas minhas sombras.

Esta criançada saiu dos bancos das escolas e ganhou as ruas e o coração de todos que são pais, irmãos, tios, padrinhos, avós e os que se emocionam ao ver que a esperança dobrou esquinas e cassetetes e conseguiram estes meninos desmascarar a violência e a crueldade da PM e destroçar a pretendida intransigência ditatorial do Alckmin no tocante a fraudulenta reorganização do ensino, que, ao que tudo indicava, escondia a privatização do ensino público no Estado de São Paulo.

 

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