05 de agosto | 2012

Momentos de tensão eleitoral

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Do Conselho Editorial
O prefeito Eugênio José parece ter voltado à carga na tentativa de intimidar este jornal.

Desta vez, porém, ao que parece, faz uso da justiça para tentar inibir este jornal que, ao longo de sua vida, sempre primou pelo jornalismo sem vínculos com o poder.
Estes subterfúgios carregados de autoritarismo em nada mudarão a rotina deste veículo de comunicação que já foi alvo de outros antidemocratas ao longo de sua existência e possivelmente continuará sendo até que se extirpe do seio da nação esta praga terceiro-mundista: o autoritarismo.

Via de regra, a maioria dos autoritários é favorável a esquemas visando tirar benefícios deste horror, por sobreviverem economicamente da falta de consciência cívica da maioria.

E por estas razões ampliaram conhecimentos na pérfida arte do amedrontamento, do amordaçamento, do silenciar de vozes discordantes de formadores de opinião que tenham clareza do processo de implantação da submissão e da indiferença com que a maioria lida com as mazelas provocadas e mantidas pelo poder, avesso a liberdade de opiniões.

O governo local, ao que tudo indica, extraiu dos tempos de chumbo material bastante volumoso para implantar no regime de exceção que parece pretender impor na cidade, que dá indicações de ser extensão do fundo do quintal de suas casas.

Primeiro implantaram a ideia da impunidade acompanhada da visão do destemor que qualquer ação possa ser apreciada e julgada no plano legal de forma desfavorável as suas pretensões, ou que nenhuma investigação culminará em culpa mesmo que esta exista, tamanho o poder e controle que alguns demonstram nos bastidores em relação a influências muito poderosas em todas as escalas de poder.

Óbvio que isto não tem nenhuma base na realidade, embora esteja firmada como convicção no espírito de bajuladores extremados, e chega ao ponto em que a sensação que o coletivo tem é de que nada, no sentido de se fazer justiça, acontece com eles, mas, tudo pode acontecer com quem se coloca, mesmo que de forma verdadeira e real, contra seus projetos de manutenção do sistema através do voto por muitos e muitos anos.

A atual investida, mesmo que não tenha tirado o sono do editor do jornal Folha de Região, chama a atenção para um detalhe que, em um país onde o império da lei fosse intransigentemente marcado pela razoabilidade, a situação seria inversa.

Os meios de comunicação ligados ao poder central desta cidade, que mais parece um outro país, estão com toda força que têm, senão transgredindo tudo o que está instituído  pela lei eleitoral, pela ética, ou pela decência, trabalhando em prol da candidatura situacionista.

Não há como assegurar que o que tem sido feito pelos contratados ou pelos alimentados pelos que estão no poder público, que o que está sendo feito não seja propaganda eleitoral; basta ouvir a emissora oficial e ler os jornais impressos com a colaboração dos atuais candidatos situacionistas.

Não há disfarce nem nas matérias. É muito claro que os jornais são verdadeiros panfletos de campanha e que as entrevistas no rádio não tem outro objetivo senão endossar, alavancar e divulgar a candidatura do prefeito, que tenta a reeleição.

A tentativa de calar este jornal passa exatamente por calar uma voz que não se coloca de forma favorável a ninguém e não dispensa benefícios a quem quer que seja, onde todos são tratados como informação, matéria a ser lida.

Tudo isto em respeito ao leitor, ao contrário de outros jornais cuja característica marcante é a crítica ao adversário do que está seu patrão, sendo que há na cidade blogs e jornais em que parece só haver uma candidatura na disputa.

E outros que são otimistas quando se trata da obra do patrão, no entanto são pessimistas quanto a obra e vida dos opositores.

Não está tendo tratamento de igualdade a disputa eleitoral em Olímpia e o patrão está recorrendo a justiça, pois parece pretender, através do temor, ampliar a rede de bajulação que o cerca.

Ocorre, porém, que este jornal, vivido na triste arte da perseguição, sabe muito bem, que depois de três anos e meio no poder, em plena campanha eleitoral, o que move o patrão são ambições de se manter no poder com seus muitos bajuladores à volta e para isto pensa contar com a justiça, que ao que tudo indica, não está percebendo os excessos cometidos na pretensão de se eleger.

Nada mais legítimo que buscar a justiça quando se vê ferido um direito, mas no caso em questão parece evidente que o que foi ferido não foi nenhum direito, o que se busca é a mordaça, o cala boca, a imposição da opinião única e mais que isto, o desejo de perpetuar o império do silêncio, o reino das mazelas.

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