29 de julho | 2012

O Frei, a intolerância e o preconceito dos próximos de Eugênio

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Do Conselho Editorial
O Frei Flaerd Valvassori, desde que se colocou na condição de possível vice na chapa de Helena de Souza Pereira, suscitou em parte da população uma certa alegria que se pode computar ao desejo que algumas pessoas têm de que homens de bem estejam à frente da participação política.

E mesmo os simpáticos à candidatura colocada na disputa pelo PMDB se entendiam que o postulante a vice é um quadro a ser respeitado no cenário político, discutiram dentro do que se entende como de forma civilizada a participação do Frei na disputa eleitoral.

Porém, os que se postam como simpáticos à reeleição de Eugênio José, desde o início trataram a questão com truculência, intolerância e preconceito nos blogs e na rede social.

Foram escritos absurdos de toda ordem acerca da candidatura do Frei, como se houvesse ele tomado uma decisão que nunca antes fora tomada no Brasil e que feria frontalmente a ordem e colocava em colapso o universo cristão.

Repetiram exatamente o tratamento desrespeitoso que utilizam em relação a todos os que se postam contra a atual administração, como se nada ou ninguém pudesse disputar a eleição com o ditador de plantão.

Há observações nos sites, facebooks e twiters, que claramente demonstram da pior maneira possível a simpatia pela candidatura de Eugênio e a antipatia por tudo que não seja Eugênio, beirando determinados comentários ao desequilíbrio e a loucura, tão desprovidos de respeito ao ser humano.

A ideia de se reviver os criminosos boletins apócrifos que tiraram da disputa as candidaturas de Celso e Nilton está viva e presente na rede social através de anônimos que revelam se identificar com Eugênio e lutam com as armas que o ódio propõe.

Na questão relacionada ao frei, tudo indica pelo que foi exposto por Flaerd Valvassori, mesmo que nas entrelinhas, ou através de parábolas, fica evidente na sua entrevista que houve uma disposição muito grande para que não fosse candidato, que o enfrentamento não foi dos menores.

Deixou claro, também, que há, pela imensidão deste país, padres e freis que estão prefeitos e vereadores, que estão candidatos e que seus posicionamentos políticos não interferiram em suas vocações de fé e de amor ao próximo, pelo contrário, segundo ele pode contribuir para que levem a efeito um trabalho de ordem social próximo da visão cristã de mundo.

Relatou a perseguição histórica desenvolvida a quadros da igreja do Império a República. E demonstrou estranheza com a agilidade com que o tema foi tratado, considerando a distância que separa Olímpia de Eugênio a Itália onde estão seus superiores.

De tudo, no entanto, embora não se esteja aqui afirmando que houve o dedo de Eugênio neste episodio, o que causa suspeição é, além da satisfação demonstrada pelos eugenistas na rede social, o fato de que o blogueiro ligado umbilicalmente ao prefeito Eugênio José ter noticiado que sabia do fato antes mesmo, ao que tudo indica, do Frei Flaerd Valvassori, que recebeu a notícia no domingo após as 22:00 hs.

No entanto o tal blog relata:

Nota da Redação… Pelo que soube, na reunião ficou decidido” que a manchete iria para outro site. Não Foi. Aqui somos mais rápido, trabalhadores e eficientes. E mais sabemos da decisão do Frei desde domingo (22) quando algumas pessoas passaram a informação (não o boato) de que o próprio Frei havia decidido renunciar atendendo ordem religiosa de cima. A informação foi escondida até a reunião desta terça-feira, agora, está (..).

Em outra manifestação no site, o blogueiro, que é carne unha e defensor ferrenho de Eugênio, o defende com unhas e dentes na rede e passa todas as informações do governo em absoluta primeira mão, assim se manifesta:

“Tem site, email (?) pelo que sabe, a ordem veio pelo Correio Eletrônico e tem superiores Tb”.

Quem leu achou estranho que o blog umbilicalmente ligado ao prefeito, defensor ferrenho não oficial da Prefeitura e do prefeito Eugênio, tivesse tanto interesse nesta notícia, ou uma decisão interna vinda da Itália tivesse chegado antes ao site e depois ao interessado. Sabia até que o religioso havia recebido a comunicação por email.

Isto é o que dá a entender o próprio blogueiro em seus escritos, e deixa no ar a fala do Frei inconformado com a pressa e agilidade com que a questão foi tratada, além dos contornos que ela tomou, sendo conduzida a distorções, preconceitos, alienações e a discussão inconcebivel no mundo democrático do não direito a participação na vida pública de todos os cidadãos.

Como bem relatou o Frei, em sua feliz explanação para explicitar o eixo das perseguições quando, evocando seu passado de luta contra regimes ditatoriais instalados no Brasil, que foram depostos pelo povo que foi às ruas ou impedidos de governar pelas manifestações populares, deixando subentendido que a perseguição é típica de governos autoritários que não reconhecem as diferenças, e não convivem com o pensamento contrário, nem aceitam o arejamento de ideais.

De toda esta discussão, no entanto, salta a dúvida que permanecerá, muito mais por conta dos excessos cometidos pelos que se postam de maneira agressiva contra os que divergem da política coronelista do grupo de
Eugênio, do que exatamente pela discussão do que pode ser a realidade, se for outra diferente da que se anuncia pelas ruas.

Se houve intervenção do poder através de rolo compressor ou pressão para que o frei abdicasse de sua candidatura, ficou evidente na fala de Flaerdi, saber exatamente quem exerceu a pressão e porquê é outra discussão, que pode ser mais profunda do que se pensa.

As evidencias e as desconfortáveis manifestações agressivas do grupo de Eugênio, carregadas de sinistras denúncias ou afirmações maldosas contra tudo e contra todos nas redes sociais, remete o pensamento de maioria a concluir de que direção pode ter vindo o rolo compressor.

Sem contar que outras situações enunciadas em forma de parábola pelo frei como a que destaca a demissão de possíveis candidatos de seus empregos, pressupõem um clima de terror muito mais preocupante que o da eleição passada, quando candidatos desistiram por conta de um criminoso boletim distribuído antes do registro de candidaturas.

O pior em tudo isto é que, ao que tudo indica, a situação está se postando de forma tão agressiva que a sensação que se tem é a de que a oposição, pela primeira vez na história das campanhas eleitorais, terá comportamento de ovelha que o lobo pretende devorar.

O pior em tudo isto é que a presença do Frei Flaerdi Valvassori, além de elevar o nível da campanha eleitoral poderia inibir estas manifestações que remetem à barbárie.

Aguardemos a ampliação do baixo nível.

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