26 de março | 2017
O Mordaça e a mordaça estão caindo?
Do Conselho Editorial
Ao que tudo indica, pelo que se notícia e pelo que se discute nos bastidores, iniciou-se o triste fim de Mário Mordaça.
O personagem que se misturou à figura do cidadão teve seu auge ou seus poucos momentos de fama em razão muito mais pela maneira truculenta de reagir as críticas que exatamente pelos trabalhos prestados a entidade que servia.
Na vida pessoal é reconhecido pelos próximos, pela postura educada e cavalheiresca como se dirige as pessoas, no entanto, investido da máscara que o poder confere a alguns, se notabilizou pelo desejo de calar a opinião que fosse dissidente da sua.
Conduzido a provedoria da Santa Casa após um golpe articulado por Eugênio José em parceria com o Ministério Público local, assumiu a entidade de onde havia sido deposta a provedora que a conduzira a uma condição de respeitabilidade nunca antes vista em sua história.
Para relembrar os fatos, a Santa Casa no governo de Luiz Fernando Carneiro passava por grandes problemas de ordem econômica e estrutural, sendo que o provedor de então não mais desejava ficar à frente da instituição.
Em uma eleição com chapa única foi eleita para a provedoria Helena de Souza Pereira que tirou a entidade do buraco que se encontrava e conduziu-a a condição de uma das melhores do Estado de São Paulo.
Tal fato incomodou sobremaneira o governo de Eugênio José que através de recomendação do Ministério Público interviu na Santa Casa através do seu vice, Gustavo Pimenta, para solucionar as questões levantadas pelo MP.
Ao que tudo indica, hoje se percebe que nem Gustavo Pimenta, nem seu sucessor, e muito menos Mário Montini, cumpriram as exigências que o Ministério Público local impunha na ocasião.
Mário Montini sucedeu Marcelo Galleti, ambos indicações do grupo de Eugênio José que desde a intervenção estava e está no comando da Santa Casa.
Mesmo que neguem, como possivelmente negará no futuro o grupo de Fernando Cunha, a Santa Casa, infelizmente está atrelada a prefeitura local e só não esteve no período que esteve a provedora presidindo a instituição.
Rei morto, rei posto, com a retirada de Eugênio do poder, Mário, o Mordaça que se notabilizou pelos enfrentamentos constantes dos críticos de sua administração ao acionar sua disposição de luta em relação ao rei posto e sua trupe, parece que foi a nocaute e sucumbe aos seus excessos, agoniza em via pública.
Entrega, primeiramente a Beneficência Portuguesa que presidia, logo após o tombamento do prédio, o que pode inviabilizar futura negociação imobiliária do imóvel, que segundo comentários, sobre os quais só Mário, o Mordaça pode falar, era a intenção ser vendido.
Agora anuncia que na semana que vem também deixa a Santa Casa, que sob o comando de Mário, o Mordaça, ao longo dos anos noticiava balanços bem sucedidos, situações positivas, problemas solucionados e condições de administração merecedoras de elogios.
Repentinamente o que se coloca para a população diverge das cores rosa e do positivismo exagerado vendido desde a intervenção insinuando que a situação econômica não é das melhores e deixando o entendimento que muitas ou algumas inverdades foram ditas ao longo dos anos.
Mário Montini que descerra a cortina de suas vaidades e abandona o cenário das retaliações contra os adversários, deixa, ao que tudo indica, atrás de si, muita história a ser contada sobre sua passagem pela instituição e muito segredo a ser revelado.
Nada agora parece que era da maneira como se alardeava e não há como estas situações não virem a público em breve tempo.
A Santa Casa, pelo que se depreende do que se noticia, sangra e a pressão de Mário sobre o Poder Executivo não fluiu, não rendeu o resultado que sua verborragia muitas vezes sem propósito, exagerada, nas redes sociais e jornais, rádios, algumas vezes rendia, intimidando os que escolhia para adversários.
As representações ao Judiciário e outras diatribes não profissionalizaram Mário, o Mordaça para o embate de agora, restando a ele a confecção de sua malinha, o recolhimento de suas trouxas, a desocupação das gavetas e o rendimento a intervenção branca imposta por Cunha e sua claque.
A história se repete: antes o Ministério Público sugeriu a intervenção, agora o poder público através de pressão de bastidores, possivelmente irá intervir na Santa Casa prometendo resolver os mesmos problemas identificados pelo MP à época da intervenção, vergonhosamente, muitos deles, sem solução até agora.
Sem solução, como cansou de denunciar este jornal, sofrendo retaliações e perseguições na busca de um jornalismo preocupado com os fatos e com o que pode estar atrás dos fatos e que agora começa vir a público.
Tchau Mário, Olímpia terá uma mordaça a menos.
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