02 de maio | 2021

O terrorismo em pauta

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“Hitler se suicidou no Bunker e Mussolini
foi morto pela população e seu cadáver
exposto pendurado de cabeça pra baixo
na travessa de sustentação do telhado de
um posto de gasolina. Antes, porém, foram
necessárias milhares e milhares de mortes
para se perceber o que pode uma mente
assassina fazer de mal para um país e
milhares e milhares de cidadãos
enlouquecidos agredindo fisicamente
quem se opunha ao regime
criminoso que defendiam”.

 

Do Conselho Editorial

O Brasil vive uma situação na política que o tem distinguido dos demais pa­íses por produzir violência e estupidez em nível nunca visto antes.

Depois que o “bolsona­rismo” ascendeu ao poder, o direito de se ex­pres­sar, para algumas pes­soas, pas­sou a ter uma interpretação contrária a tudo que havia até então no mundo dito ci­vilizado.

É preciso antes de tudo dividir o bolsonarista fanático, lunático e radical, daquele que consegue visua­lizar no diálogo uma nação progressista.

Se no período eleitoral o ódio destes bolso­na­ristas tomaram as redes sociais e o gabinete do ó­dio de Bra­sília ditou as narrativas mais mentirosas e criminosas possíveis do ponto de vista e­leitoral, após, o crescente deste ódio tomou características pessoais.

Já naquele período o ataque pessoal a quem divergia do bolsonarismo era algo terrível e com sinais de agressividade e trucu­lên­cia, muito além do que se vira antes no país.

A princípio, o discurso era contra a possível instalação do comunismo no país e de um combate à esquerda sem tréguas voltado o foco ao Partido dos Trabalhadores.

Os outros expoentes do que chamam de esquerda nacional também sofriam e sofrem com ataques rasteiros de uma direita raivosa, hidrófoba e sem noção de coisa alguma.

Bastava alguém se posi­ci­­onar contra o bolsona­ris­mo raiz para que fosse atacado, tivesse sua vida pessoal exposta, telefone, endereço e mentiras de to­da ordem inventadas.

No início as pessoas saudáveis mentalmente ficavam se perguntando de que esgoto fétido tinha saído tanta ratazana metida a ser do bem e combatente da corrupção.

 Ganha a eleição, ao contrário do que alguns imaginavam e como pensava parte do pensamento político e jurídico brasileiro que estava na corrente con­trária ao crescimento deste movimento de alienação e embrutecimento das relações, ampliou-se a agressividade.

No poder, os bolsona­ris­tas foram se fundir ao trum­pismo que por sua vez representava o que podia haver de mais idioti­za­do, brutal e venal na política dos Estados Unidos.

As promessas de campanha eleitoral, de acabar com a corrupção, de uso inadequado da máquina administrativa, aparelhamento do Estado e de não cooptação das forças políticas através de cargos e e­mendas se mostraram mentirosas.

E para encobrir o envol­vimento da família com des­mandos e mazelas foi se corrompendo o aparelho de Estado e trazendo para o poder muito mais atos de desvirtuamento das funções do Estado do que já havia antes.

Se antes havia uma política ambiental que funcionava meia boca, hoje o que existe são autoridades policiais e de fiscalização revoltadas denunciando des­vios e falcatruas de to­da ordem nos órgãos policiais.

As nomeações no governo federal parecem ter por objetivo ocultar desman­dos praticados, por pai, mãe, filhos e amigos da “fa­milicia”.

Por todo lado, por onde se olha há um cheque do Queiroz voando em direção de alguém, uma Val do Açai, uma mansão de seis milhões, uma loja de chocolates e suspeições que não acabam mais.

Não bastasse tudo isso, o discurso anticorrupção foi pras “cucuias” na hora que o presidente anunciou que daria cabo da Lava jato como deu e na sequência se jogou nos braços do Cen­trão, despejando milhões e milhões em emendas parlamentares nos políticos que na campanha considerava os mais corruptos do país.

Trump e sua cambada de terroristas vagabundos ordinários foram chutados da Casa Branca, não sem antes promoverem a baixaria final e isto resvalou significativamente nas relações Brasil/EUA e acabou deixando ao desmiolado de plantão a pecha de Trump dos Trópicos, o que não é bom para o País.

O Brasil, cuja imagem vinha se recuperando dos estragos da ditadura militar, tem hoje no poder um ex-capitão expulso do exército, que conseguiu destroçar a imagem brasileira pe­lo espírito genocida, destruição das florestas, discurso preconceituoso, pos­tura anticientífica e visão passadista de mundo.

Com a popularidade em baixa e enfrentando uma CPI da Covid-19, conta com o rebotalho da ausência de pensamento, moral, inteligência, dignidade e noção de civilidade, que é o que sobrou para de­fen­dê-lo dos revezes que irá sofrer.

Esta gentalha empo­bre­cida intelectualmente, co­mo animais acossados em rebanho, imagina que defesa é ataque mortal contra os inimigos e sai tentando destruir quem se coloque a sua frente.

As redes sociais estão su­perlotadas de robôs e de imbecis robotizados distribuindo ódio contra as instituições que os contraria, como se Senado, STF e imprensa livre tivessem sido criados para satisfazê-los e não para estar a serviço do país.         

Coisas absurdas estão sendo vivenciadas pelo po­vo brasileiro, ao ponto de se perguntar se em outros governos seria possível imaginar conduzir uma autoridade para um cargo de Ministro da Justiça, do STF, Procuradoria Geral da República ou de responsável pelo comando da Polícia Federal que estivesse sintonizado com os interesses do presidente da república e sua família, co­mo parece ter sido o que tem ocorrido.

E os estúpidos cidadãos do bem que produziram o nazismo na Alemanha e o fascismo na Itália, com o apoio das igrejas, tentam construir ideia semelhante no Brasil fazendo uso dos mesmos métodos.

Hitler se suicidou no Bun­ker e Mussolini foi morto pela população e seu cadáver exposto pendurado de cabeça pra baixo na travessa de sustentação do telhado de um posto de gasolina.

Antes foram necessárias milhares e milhares de mor­tes para se perceber o que pode uma mente assassina fazer de mal para um país e milhares e milhares de cidadãos enlouquecidos agredindo fisicamente quem se opunha ao regime criminoso que defendiam.

Milhares de mortos já se tem por aqui, discursos de ódio avançam cada vez mais carregados de intolerância, não há bunkers e nem travessa de sustentação de telhado de posto de gasolina, há, no entanto, uma vontade crescente de justiça e pacificação da sociedade.

Da mesma maneira que cresceram os ataques e a violência contra pessoas e instituições cresceu também o cansaço contra o negacionismo, a virulência, o extremismo e a contrariedade contra a perda do direito de poder se expressar livremente sem correr o risco de sofrer uma avalanche de insultos, de ser exposto publicamente.

Há no Brasil, como houve nos Estados Unidos da excrescência trumpista, um sentimento contrário à visão nazifascista desta gentalha que pensa que é o poder e que o poder não foi feito para governar e sim para destruir os que se o­põem à ausência de gover­nança e excessos de incompetência.

Os Estados Unidos mudaram rapidamente ao ponto de as pessoas, a indústria, o comércio, a economia estarem voltando com a força toda.

Em algumas regiões, o povo já pode transitar sem máscaras pelas ruas observando as normas recomendas pela OMS.

Tomara que o brasileiro senso comum que acha que o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil, compreenda que é preciso mudar e com urgência a forma de ver a vida e se rebelem contra os ne­gacionistas detentores dos gabinetes do ódio e percebam que antes deles a vida seguia o curso normal, com facilidades e dificuldades, sem mortes e sem ó­dio.

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