10 de agosto | 2014

Ocupação faz vir à tona déficit habitacional de mais de 3000 casas?

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Do Conselho Editorial

Pelo que se pode depreender da tentativa de esclarecimento do vice-prefeito e Secretário de Assistência Social, Gustavo Pimenta, a cidade tem um déficit habitacional de mais de três mil casas.

Quando um dos líderes se manifestava acerca da ocupação levada a efeito por moradores de Olímpia, onde outrora estavam instaladas as lagoas de tratamento de esgoto, e falava que havia cerca de quinhentos moradores sem casa no município, foi corrigido pelo Secretário da Assistência Social, que afirmou que o déficit era de mais de três mil casas.

Lógico que ficou indiretamente evidenciado na interrupção uma vontade de demonstrar o desconhecimento que a liderança pode ter do problema habitacional e social que a cidade enfrenta.

A liderança, em sua fala, não se referia, no entanto, em relação a questão como um todo, apenas colocava os números que se relacionavam aos inscritos pela ocupação, e que até aquele momento segundo ele, chegava a casa de quinhentas pessoas.

A intervenção “sincericida” do vice-prefeito Gustavo Pimenta, demonstra que a cidade de Olímpia está vivendo uma situação de extremo desconforto, contando com pouco mais de quinze mil casas se a cidade tiver um deficit habitacional tão alto estará vivendo bem abaixo da linha da pobreza.

No entanto, se verídica for, e vindo de quem vem, sendo autoridade no assunto, considerando-se que é o Secretário de Assistência Social, portanto, envolvido diretamente na questão, deveria e deve ser verdade, mesmo que contrarie declarações do prefeito Eugênio José que mostra outra realidade totalmente diferente.

Está no portal da Prefeitura e foi dito pelo prefeito Geninho a seguinte frase que pode contestar a contestação do seu vice.

“O prefeito Geninho ainda disse sobre o déficit habitacional de Olímpia. “O IBGE aponta que nós temos 800 casas de déficit habitacional. Nós vamos entregar 713.

Se os números do IBGE estiverem corretos, que eu acredito que não estão, nós estamos zerando a demanda habitacional de Olímpia.

“Depois de vários governos com descaso total a Programas Habitacionais, prefeitos que não pensaram em realizar o sonho número um de todo brasileiro que é ter sua casa, nós estamos de uma forma geral com todos os programas sociais, MCMV e CDHU e vamos chegar até o final de 2014 com 2 mil unidades habitacionais populares novas para a população de Olímpia”, finalizou Geninho. 07/11/12

Em novembro de 2012, segundo o prefeito, baseado no IBGE o déficit era de 800 casas, Geninho entregou 713, portanto o déficit passou a ser de 87 casas.

Anunciava que em 2014 entregaria 2 mil unidades habitacionais populares novas, o que foi feito.

Se tirarmos, a grosso modo, sem exatidão, 713 de 2000, sobram 1287, retira-se aqueles 87 que ficaram de fora da conta do IBGE, coloca nestas 87 casas, e sobram 1000.

Depois de coberto o déficit deu superávit, saldo positivo, pelas contas sobraram 1000 casas para ser distribuídas.

Metade disto seriam as quinhentas pessoas que a liderança diz que havia inscrito na ocupação, e sobrariam mais quinhentas para distribuir para aqueles cuja necessidade seria menor, os menos aflitos.

A soma do vice-prefeito, na sua correção, ou está muita certa, ou está muito errada, três mil casas é muita casa, se acrescidas as duas mil que já foram contempladas uma parte da cidade vai ficar deserta.

Uma coisa é a pessoa não ser proprietário do imóvel, outra coisa é ela não estar morando em casa alguma.

Explicando melhor, que este raciocínio pode estar muito confuso, uma das pessoas que participavam da ocupação, de nome Paulinho, morava onde era a Estação de Tratamento de Esgoto, antigo lixão, este não tinha e não tem casa mesmo.

Já, a maioria dos ocupantes, não tem um espaço que seja de sua propriedade, é um pouco diferente, vivem de favores, de aluguéis, e expulsos de lá, da ocupação, pela Justiça que foi acionada por Geninho, voltarão para algum lugar.

Já Paulinho não, irá, se nenhum parente ou cidadão se sensibilizar com sua dor terá que curtir sereno e sol por ai.

Os outros, como tantos, se contemplados fossem com a casa própria, deixariam a casa que não é sua, alugada ou de favores, e iriam aquecer seu teto de calor humano e convivência familiar.

Concluindo o raciocínio, se levar em conta os números do IBGE, do líder da ocupação, do Gustavo Pimenta, do Geninho, pode se chegar a conclusão, pelo número de casas vazias na cidade, que os números entre si não batem, e que pode proceder a denúncia de que foram beneficiadas nos sorteios pessoas que não precisavam e quem precisava pode ter ficado de fora.

Se o número que Pimenta apresenta for verdadeiro é miséria total, o caos.

O do IBGE se for verdadeiro, Geninho exagerou na dose.

Os da liderança da ocupação, por mais falho que possa ter parecido ao vice prefeito, aos olhos de toda gente, ficou evidente, que tirando um ou outro oportunista, que isto há em toda parte, na sua maioria, estavam ali desamparados, gente necessitada, carente, para quem deveria haver uma discussão mais aprofundada por representarem uma realidade triste que necessita de reparos urgentes.

 

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