01 de setembro | 2019

Olímpia, a terra das intrigas?

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Do Conselho Editorial

Olímpia parece ter entrado pela porta dos fundos na história recente assumindo como parte da população brasileira a visão da baixaria e do esculacho.

As relações entre as pessoas e as autoridades, em vários planos, nos últimos tempos tem se dado pela agressividade, mentira, falta de ética, desrespeito e de um baixo nível nunca dantes visto por aqui.

Poucos são os assuntos que não orbitam pela seara da violência e distorção dos fatos.

O pior é que, dividida, entre a realidade, a noção de civilidade e o exagero, hipocrisia e alienação, parte da população acaba por optar pelo que pode ser pior para a construção de uma sociedade em que impere o respeito de um ser humano pelo outro.

A lógica que distingue o ser humano dos animais é exatamente o fato de fazer uso da fala e do pensamento e através da voz expressar o que pensa a respeito do mundo.

No entanto, o que se está a observar nas relações expressadas pelo povo e pelo poder público, representado na questão ou por eleitos ou por puxa sacos, é de uma vilania e vulgaridade sem igual, afora, lógico, algumas exceções.

Os debates levados às vezes, muitas vezes, na Tribuna da Câmara Municipal chegam a enojar de tão baixo o nível das discussões que resvalam geralmente para o pessoal e em nada contribuem no sentido de melhorar a vida da população.

Por outro lado, quando alguma crítica é tecida ao Executivo em razão dos maus serviços prestados à comunidade, os bate-paus ligados ao primeiro mandatário, as penas e bocas de aluguel, gastam papel na imprensa escrita, esgoe­lam na falada e criam calos nos dedos atacando os que apontam falhas da administração.

E o nível das argumentações e o desprezo por quem tem direito a expressar sua insatisfação com o desgoverno reinante é brutal vindo acompanhado de impropérios e acusações contra quem deseja que se melhore a qualidade de vida do habitante local.

Há que se escrever, para não premiar a parcialidade, que parte da população envolvida neste clima de beligerância, fofocas, intrigas, fuxicos, palavrões, denúncias, ataques, acaba por assumir que o ataque baixo e vulgar ao indivíduo e não a questão tratada pode dar mais resultado que a discussão educada, elegante, civilizada e o que deveria ser um bom debate é transformado em barbárie.

Nos últimos dias surpreendeu a comunidade uma verdadeira guerra travada entre postulantes ao cargo de Conselheiros Tutelares que a exemplo do que vêm ocorrendo no Legislativo acabou se transformando em caso de polícia.

Pessoas que se propõem a cuidar de menores em situação de vulnerabi­lidade se digladiando em praça pública quando deveriam estar trabalhando o convencimento das pessoas em relação as suas propostas, buscando votos através das boas alternativas apresentadas para o curso do mandato, caso eleitas, se atracando como primitivos seres das cavernas.

Não se trata aqui de avaliar quem possa estar certo ou errado neste embate, pois isto cabe a quem de direito investigar e concluir, porém é evidente que o nível das discussões demonstra despreparo, falta de noção da importância e da dimensão do cargo a ser ocupado por parte do que por ventura estiver equivocado nesta guerra desnecessária e sem nexo.

O que fica como aprendizado é que as relações se esgarçaram e que até a eleição para compor o Conselho Tutelar foi contaminada pelo vírus da violência e da tentativa da intimidação.

Tudo isso pode ser a demonstração cabal de que a sociedade doente necessitada de tratamento urgente para recuperação de sua saúde cívica.

 

 

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