17 de janeiro | 2016

Olímpia uma cidade ilhada pela incompetência Executiva

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Do Conselho Editorial

O governo municipal falhou em vários quesitos ao administrar muito equivocadamente a cidade de Olímpia ao longo destes oito anos.

A atual administração de Eugênio José Zuliani centrou foco no turismo enquanto alavanca da economia local, e tentou demonstrar através do seu marketing de fundo de quintal, de maneira muito amadora, que aqui era o paraíso, o país das maravilhas, que abrigava um dos maiores parques aquáticos da América Latina e só acertaram nisto, infelizmente.

O turista, que foi tantas vezes louvado nas mensagens do Executivo local no seu marketing mambembe, quando sai da cidade e adentra ao Thermas deve ficar com a impressão de que saiu do purgatório e entrou no paraíso.

A cidade governada por Eugênio não conseguiu, ao longo de oito anos de mandato, a custo de milhares de reais montar uma estrutura que pudesse servir a turistas que eles mesmo, nas propagandas evidenciam, frequentam o Clube.

Sem nenhum preconceito, ou discriminação, o que a cidade fornece para os turistas sendo bastante pródigo, bondoso, no máximo, serviria aos famosos farofeiros que invadiam as praias nos finais de semana nos anos sessenta.

Eram famílias de baixa renda, que reuniam suas minguadas economias, lotavam a perua Komby e sem nenhuma estrutura ou exigência de conforto desciam para o litoral para aproveitar, junto com tantos outros iguais em felicidade e miséria das ondas do mar, do sol, do frango assado, maionese, macarrão, cerveja quente e caipirinha a beira-mar.

Estas cenas viraram lendas urbanas, mitos, folclore que povoam a imaginação dos que passaram pelo sufoco de estar em algum lugar cercado de gente com a sensação de abandono e distante do mundo moderno, sem condições de contar com nada que o ligasse a sociedade de consumo, mar, mato, sujeira, abandono e nada mais além da alegria de estar vivendo o espírito de uma aventura selvagem, distante do planeta do consumo.

Olímpia, turística, às vezes, e neste ano se evidenciou muito isto, parece muito a Caraguatachuva e a Ubachuva dos anos dourados, do período hippie, paz, amor, flor, barraca de lona, lampião de gás e miojo lamen, e muita lama, para pagar qualquer pecado e ganhar o reino dos céus.

Estes lugares, e outros, como Trindade, Paraty, Angra, mudaram e hoje são maravilhas tendo espaço e bom atendimento para turistas de todo e qualquer poder aquisitivo.

Há problemas nestes lugares? Sim! Lógico que há. Dependendo do número de frequentadores na alta temporada, sempre sobra um arranhão ou outro a ser motivo de queixas da parte de quem sai de sua casa e pretende relaxar por um período, longe de problemas e situações de stress.

Olímpia, no entanto, e não se confunda com o parque aquático, têm deixado a desejar para os frequentadores do clube que têm encontrado uma cidade cada vez mais distante do tão comemorada Estância Turística.

A cidade este ano parece que evidenciou o caos no setor. Se antes nada havia no sentido de promover lazer e cultura para os habitantes locais e para os visitantes, este ano conseguiu ir ao fundo do poço, nem parece período de férias fora do Thermas.

Esqueça a questão dos bares e restaurantes que costumam fechar para o almoço como se fala a boca pequena por ai e já se alastrou entre os turistas esta máxima ironia que dá conta da dificuldade de encontrar algum restaurante aberto na cidade nos finais de semana no período da tarde.

Os que há na noite olimpiense, sem generalizar, não parecem atrativos, não se renovam, atuam pela mesmice  e maioria fecham cedo, e a cidade que se diz turística, nos finais de semana parece que dorme com as corujas.

Do abandono das vias, dos matos, da escuridão, dos buracos, do asfalto de terceira, já se cansou de falar por aqui.

Não bastassem estes elementos, a água fornecida pelo município aos munícipes não se pode afirmar que seja de qualidade superior nos períodos normais em que maioria das vezes corre cor de coca das torneiras, e muitas vezes não dá sinal de nem uma gota por dias em vários bairros da cidade.

Nas férias, alta temporada, aumenta o número de frequentadores do Clube, amplia-se o consumo e o que era horrível vai pra linha do caos, do surreal, do absurdo, e oito anos seria mais que suficiente para se ter pensado em uma solução, que não veio, e a cada dia  parece mais distante.

Bom, se o turista não teve oportunizado uma água limpa e cristalina nas torneiras das pousadas, poderá, como em filme B de terror contar com os inúmeros apagões promovidos pela CPFL, o que o levará ao tempo das cavernas em pleno terceiro milênio.

As emoções não param por ai, safou de todos os buracos, deu a volta ao mundo, por que algumas pontes sobre os rios estão impedidas de ser utilizadas, entre elas a do Rio Turvo na divisa Olímpia/Tabapuã, há mais emoções por aqui que os buracos desta vicinal e da cidade como um todo a ser superados.

Se desejar se comunicar com algum parente à distância, via celular, Watswap, Facebook, vai se sentir como no tempo que as pessoas iam a sede da Telefônica pediam a ligação, por exemplo, para a casa de um parente na capital, e voltavam pra casa e ficavam esperando alguém da Central Telefônica, informar muitas horas depois, que havia completado a ligação, e que devia correr para falar com o parente por que a ligação poderia cair a qualquer momento.

Como não há disposição política de se resolver esta questão, a cidade de Olímpia é muito mal servida nestas questões ligadas a rede mundial de informações, celulares e computadores por aqui funcionam quando o desejo do destino e da natureza deixam.

Diante deste quadro, nem se fale de informações por que quase tudo neste quesito é maquiagem, o turista quando entra na cidade deveria ser informado que entrou no corredor do medo de uma cidade utilitarista onde o poder Executivo luta apenas para conseguir verbas, verbas, verbas e verbas, e não consegue demonstrar exatamente onde as aplica e se aplica bem.

Exceção aos múltiplos cargos em comissão contratados, os estágios, e os benefícios aos próximos do poder.

Resta ao cidadão local conviver com esta prática da política de resultados mesclada à propaganda baseada nos ensinamentos do grande mestre Pinóquio, vendo áreas alagadas, onde soluções foram apontadas, verbas públicas demonstradas que seriam destinadas a resolver o caso e solução zero, se somando a mato, lixo, abandono.

Ao turista resta a emoção de voltar ao período da barbárie, se depender da preocupação com seu lazer e diversão enquanto estiver por aqui, ou a sorte de ter ultrapassado todas as barreiras impostas pelo Executivo local e conseguir chegar ao paraíso das águas quentes, de onde sensatamente, não parece aconselhável que saia, a menos que colecione decepções e deseje levar algumas de volta para casa, que é, embora indesejável, o que o governo municipal por ora parece ter a oferecer.

 

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