18 de março | 2018

Por que Geninho ficou feroz com a lei anticorrupção?

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Do Conselho Editorial

Sob todo governo no Brasil, por melhor ou pior que tenha sido, paira, mesmo que não seja verdadeira, a sombra de que acoberta e se nutre da corrupção.

Chega a ser normal as suspeições sobre a classe política em razão dos séculos de atos condenáveis e de ilícitos praticados.

Nas cidades pequenas há uma ampliação destas falas em razão até da proximidade que as pessoas têm umas com as outras, laços familiares, de amizade e a própria importância do poder Executivo na vida das pessoas.

O prefeito tem a caneta na mão e pode, baseado nos poderes conferidos por lei ou pelos despropósitos da falta de noção ética, comprometer e prejudicar a vida dos cidadãos dificultando a eles uma série de serviços e direitos a que deveria ter acesso.

Entre outras coisas, o poder público, através do exercício da fiscalização, pode, muito bem, estribado em lei, dificultar a vida de um comerciante desde a abertura do negócio até a permanência e a continuidade do mesmo.

Sem contar licitações, cartas convites, empregos, aprovação de cestas básicas, atendimento médico, muitas vezes levado ilegalmente a efeito através de agentes públicos, distribuição de remédios, interna­ções, até os benefícios do Bolsa Família passa pelo crivo do poder público.

Sem contar que na maioria das cidades a máquina pública inchada costuma ser o maior empregador de quem dependem muitas famílias.

A grosso modo isto pode, de forma simplista, dar um panorama da importância do poder Executivo e da participação dele na vida da maioria.

Como o país está envolto em um enorme vendaval de denúncias de corrupção, chega a ser bastante comum nas rodas a discussão de enriquecimento ilícito de alguns governantes.

E a inventar fazendas no Mato Grosso, compra de helicópteros, carros último tipo, escritórios de pi­so de mármore de carrara e mansões hollywoodia­nas, lanchas, iates, viagens para o exterior e toda ostentação possível imaginável.

Este discurso do enriquecimento rápido e fácil, em todas as localidades, geralmente atingem o mandatário e seus fiéis seguidores, que ao longo do mandato costumam expor um estilo de vida geralmente incompatível com o que viviam antes.  

Em Olímpia não poderia e não é diferente da maioria das cidades brasileiras. O que se falava e o que se fala do ex prefeito e sua equipe pelas ruas, assim como se fala do atual é coisa de arrepiar cabelo de careca.

Até ser verdade ou não vai uma distância que pode ser enorme ou não.

Como falar até papagaio fala as pessoas vão falando e outras vão ouvindo e esparramando a falação por ai que somada à notícia de alguns fatos vão fazendo a amarração da realidade.

No governo de Eugênio José a expansão imobiliária alcançou seu ápice, sendo aprovados vários lotea­mentos e construções, alguns administrados por membros de sua família, sendo um que envolve imóvel de sua família alvo de inquérito para apurar possíveis irregularidades.

Esta citação tem por objetivo demonstrar como vai se construindo através de situações objetivas o subjetivismo que vai dar contornos de verdade na imaginação da população.

Se alguém tem o lo­tea­mento que seria promovido pela família do investigado, o que não pode ter levado a efeito de equívocos nos outros que não tinham relação comercial consigo pensarão as pessoas.

E ao publicar uma lei que popularmente tem sido chamada de Lei Anti Propina o prefeito Fernando Cunha deu a entender que empresários pagavam propinas para obter aprovação de grandes empreendimentos no município de Olímpia.

Como grandes hotéis e loteamentos foram instalados nos últimos anos na cidade, a tendência é de que a lenda urbana recaia, pelo menos em parte, sobre o último ocupante.

Porém, a maioria, não fosse a manifestação revoltada de Eugênio José, possivelmente não teria conferido valor demasiado a manifestação do alcaide.

Em sua manifestação achou Geninho taxou: “É um absurdo. Me causa estranheza esse tipo de declaração leviana e irresponsável”. Mas, o fato é que empreendedores terão que repassar 5% dos investimentos para os cofres do município.

A impressão, pelo menos aparentemente, é a de que a ideia não foi bem aceita por Geni­nho, provavelmente em razão de ficar a suspeita de que possa ter ocorrido algum deslize em seu governo, uma vez que grande parte dos grandes empreendimentos, principalmente do setor hoteleiro, tenham iniciado em suas administrações.

Não há razão, em tempos de investigações da prática de atos ilícitos por parte de agentes políticos, para que alguém que ocupou posto tão significativo se oponha a uma lei que trate do combate a corrupção através de cobrança de propina simplesmente por se opor.

A menos que haja nos céus do governo virtual Genial algo além dos aviões de carreira, não soa coerente sua manifestação de ira por estimular as dúvidas que pairam sobre sua passagem pela prefeitura e abre espaço a que se pergunte:

– Por que Geninho ficou feroz com a lei anticorrupção?

 

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