27 de fevereiro | 2017

Seriedade se prova e comprova com ações e não com propaganda

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Do Conselho Editorial

O governo de Eugênio José, embora tenha gasto os tubos na sua promoção pessoal e nos atos que entendia positivos à sua administração, no tocante a respeitabilidade, seriedade e probidade ficou bem aquém do desejável nesta faz de farsa da falsa mora­li­zação do Estado.

Grande parte dos blo­gue­i­ros, radialistas, jornalistas, jornais, rádios, fotógrafos, colunistas sociais e uma parte da mídia regional davam mostras de que teriam sido cooptados e­co­nomicamente pelo governo de Zuliani, tamanha a defesa de um governo virtual.

No início de seu governo parece que havia um painel anunciando obras em cada quarteirão da cidade.

Retirando os extremos e os exageros da afirmação, era quase isto que ocorria, um espirro que Geninho libertasse de seu organismo, era dourado e perfumado pelos inúmeros ba­ju­ladores, vozes e canetas de aluguel, presumivel­mente, pagos com dinheiro público.

Uma empresa de propaganda foi contratada a preço razoável e o pop star reinou como se fora o su­prassumo dos administradores que passaram por esta aldeola dos esquecimentos.

Tudo meio infrutífero, sepulcros caiados que o­cul­tavam podridão e cadáveres que vieram e virão à tona com o passar dos dias, fazendo que desmoronasse o templo da fragilidade moral erguido sobre a areia do deserto moral que parece ter sido a administração passada.

As vigas de sustentação roeram sem resistência alguma às traças e cupins que as rondavam vindo abaixo nos escândalos da Máfia do asfalto, da merenda, da denúncia de possível enriquecimento ilícito do Secretário Kleber Ci­zoto e outros que percorrem corredores do judiciário a espera de definição.

A estes se somarão outras investigações sem sombra de dúvidas, visto que só após a saída do poder a lenda urbana diz que o ocupante de cargos no Brasil costuma ser investigado como deveria.

Talvez seja ou não seja desta maneira, porém, é certo que outros processos, que porventura houver, virão a tona em razão da perda do foro privilegiado e a devolução dos mesmos a primeira instância o que lhes confere maior publicidade e facilidade de consulta por parte da população interessada.

Estas questões e a cons­trução de uma imagem não muito condizente com o que se espera de u­ma administração, independente do gasto excessivo com propaganda, uma som­bra pálida do que deveria ser.

Em tese rasgou, queimou dinheiro público na tentativa de pavimentar sua candidatura a deputado estadual, embora, tudo indica, até pelo fracasso to­tal da candidatura que endossou nas últimas eleições, não foi bem sucedido.

Este período distante do poder que o joga no ostracismo parece dar conta da inutilidade da contratação de um batalhão de defensores que atuaram de forma kamikaze atirando para tudo que é lado para defender o líder e não acertaram o alvo ao que tudo parece indicar. 

Isto deveria servir de lição ao atual ocupante da cadeira de primeiro mandatário, no entanto, vagarosamente, sutilmente, silenciosamente vai se incorporando a cada dia ma­is penduricalhos ao poder, as con­tas de campanha vão sendo pagas sem a ostentação genial, imprimindo com mais vagar as mesmas práticas que vigoraram desde sempre por aqui.

Entre uma demagogia e outra, um populismo e outro a máquina vai inchando e as promessas de economia vão ficando desacreditadas como ficaram no governo de Eugênio.

Não há governo que resista ao choque de realidade, a comparação entre o prometido e o cumprido e é neste aspecto e noutros que a administração passada foi perdendo credibi­li­dade e aplicando verbas vultosas na defesa intransigente de si nas mídias sem um resultado relevante.

Todo dia ouve-se aqui e ali que os métodos arcaicos resistem, que o coro­nelismo parece estar vivo e forte, só mudou de fisio­nomia e discurso, continua atuante com a mesma prática perversa do aos amigos tudo aos inimigos os rigores da lei.

Os bastidores, em que pese ser cedo para se avaliar com mais rigor, parecem cheirar o mesmo ranço de outrora com verniz nova que pode não resistir às altas temperaturas que parece se anunciar no horizonte.

O administrador pode tomar dois caminhos distintos sendo que um é cons­­truir um cenário irreal e fantasioso para se mostrar além daquilo que suas condições permitem e outro colocar os dois pés no chão e calibrar o discurso na direção da realidade de um país que desmancha economicamente, onde a fantasia pode não resistir aos quatro anos de mandato.

Como não resistiu a de Eugênio, que sai puído, amar­rotado, desgastado por não ter trabalhado a realidade e se jogado na virtualidade sem ter a percepção de que seriedade se prova e se comprova com ações e não com propaganda.

 

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