31 de outubro | 2016

Tempo de despedida e de início de governo

Compartilhe:

Do Conselho Editorial

Com a decisão de primeira instância de arquivamento da ação que pedia a cassação das candidaturas de Fernando Cunha e Fábio Martinez por abuso do poder econômico, começa a se desenhar no horizonte a quase certeza de que eles serão os mandatários da cidade nos próximos quatro anos.

Lógico que existe a possibilidade de recursos e mesmo que a decisão seja revertida ou não em outra instância de julgamento.

A princípio, a decisão anunciada de arquivamento transmite uma ideia de segurança e considerando-se a prática política e jurídica do Brasil ao longo dos anos, em que depois de eleitos, ou empossados, dificilmente os candidatos têm seus mandatos cassados, é de se presumir que o governo Cunha pode, em síntese, se considerar instalado.

E pode, exatamente por que restam poucos dias e ações que poderiam ser dependentes da equipe que já se despede dos cargos e das responsabilidades que os mesmos obrigam.

A partir de agora, mesmo que se esforcem para mostrar o contrário, o que se deixou de fazer ao longo de oito anos não será de forma alguma concluído em dois meses.

Portanto, como diria conhecida política e sexóloga o momento é de relaxar e gozar.

Período de transição iniciado, resta aos que deixam a casa grande passar informações aos que irão ocupá-la nos próximos anos para que não sejam pegos de surpresa, comprometendo serviços essenciais e a continuidade da vida da comunidade.

De resto é esperar agora que os ventos da assunção soprem com mais serenidade e o anúncio das primeiras medidas a serem tomadas, inclusive os nomes dos que substituirão os que pendurarão as chuteiras por um bom tempo.

E, em janeiro, rei morto rei posto, a vida se renova dando espaço a esperança, pelo menos no início do governo, já que é mais ou menos assim toda vez, e não foi diferente com o que deixa a mamata e se joga no anonimato.

Começa, como há quase cem anos atrás, pintando guias e convocando determinada usina e seus funcionários para em conjunto com a máquina pública promoverem uma limpeza geral na cidade.

E como há quase cem anos atrás o governo que sai deixa atrás de si um legado de terra arrasada que em nada condiz com seus primeiros passos no comando da cidade, quando as expectativas eram de que enfim a cidade se modernizaria e encontraria sua vocação econômica.

Não foi muito tempo para se evocar o mesmo discurso de quase cem anos atrás de que muita coisa não ocorria por conta da herança maldita que o sucessor havia deixado, e esta “lenga lenga” quase centenária foi a tônica de oito anos de desmandos, irresponsabilidades, abandono e inchaço da máquina pública.

Inicia-se novo ciclo, com as promessas centenárias de renovação nas quais se deve dar crédito da mesma forma que se deu a tantas outras que não aconteceram por incapacidade dos go­ver­nantes, falta de cria­tividade, omissão, ausência de vontade política ou pura preguiça.

Inicia-se novo ciclo como tantos outros ao longo dos anos e é necessário com todas as forças e esforços dos pensamentos ultrapositivos, acreditar que vai dar certo, que pode dar certo, como se acreditou desde sempre, mesmo que não dê como não deu com o governante que já acena da janelinha na sua viagem rumo ao esquecimento.

É preciso crer, e tomara que dê certo, pois um dia nem que for por erro algo vai ter de dar certo nesta cidade cansada de ser cobaia de tantos aventureiros sem condição alguma de ser o que foram e foram de forma irresponsável conduzidos irresponsavelmente ao poder de comando e direção de mais de cinquenta mil vidas quando estavam mal preparados para cuidar da sua própria vida.

Tomara que dê certo, pois vidas não são brinquedinhos expostos à venda em estantes de supermercados e é com elas que sempre se lidou por aqui sem muita ética e responsabilidade social.

Tomara que este tempo tenha passado e esteja inserido como memória triste a ser esquecida por não ter produzido progresso e respeito ao princípio da dignidade humana.

Que venham os próximos anos e que sejam de alegria e felicidade, planejamento, transparência e trato decente com a coisa pública.

 

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas