18 de fevereiro | 2018

Termina o carnaval e a vida recomeça?

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Do Conselho Editorial

O carnaval em Olímpia não foi bom ao ponto de só receber elogios e nem tão mal ao ponto de só receber críticas desfavoráveis.

Esteve na média dos carnavais de bairro das cidades médias ou das corrup­te­­las do interior, distante, porém, e muito, de uma cidade que abriga o festejado quarto mais visitado clube de águas termais do mundo e ostenta o título de estância turística.

Além de nenhum atrativo que chamasse o público, tipo estrelas do carnaval, trio elétrico com cantores de renome ou outra destas inovações que o pessoal adere em massa, a organização foi precária como sempre.

As escolas de samba para variar desfiaram seu antigo rosário de queixas no que tange a demora para se definir a verba a que teriam direito para se organizarem para o evento, e que para variar foi disponibilizada na bacia das almas.

Não satisfeito os “desor­ganizadores” do evento mais uma vez mudaram o local dos festejos repetindo a ladainha de anos, parece que para confirmar que não são eficientes sequer para determinar um local para os festejos carnavalescos quanto mais para organizar com sucesso o carnaval.

Afora isto, em que pese o amadorismo e a confirmação de que o carnaval local não está e nunca esteve à altura do título de estância turística que a cidade ostenta, observando as limitações e o desconhecimento da matéria dos que promoveram o evento, foi razoável.

Nem tão bom quanto o de Severínia, nem tão ótimo quanto o de Guaraci, nem tão horrível quanto poderia se considerando ser evento sem planejamento algum, feito nas coxas e de última hora.

Olímpia, seus habitantes, os turistas, pela arrecadação anual e o título de estância turística, já passou da hora de constituir uma comissão de organização do carnaval com poder de decisão que discuta o festejo assim que acabem os desfiles, para que no ano seguinte seja melhor e no outro melhor ainda.

As escolas e os blocos carnavalescos de Olímpia provaram a exaustão que são capazes de fazer muito mais do que fazem se houver organização e tempo; delegar a eles a tarefa da organização dos festejos a iniciar ao término de cada carnaval, é ideia a se pensar, se houver intenção de melhorar.

Carnaval traz divisas econômicas e leva o nome e o reconhecimento da cidade para outros rincões.

Já mencionado aqui que o Executivo deveria trabalhar em parceria com os clubes da cidade, pousadas, hotéis, Associação Comercial, e acrescente-se ai as escolas de samba e blocos para a organização do carnaval.

As escolas e blocos ganhariam pela satisfação e alegria de poder elevar seu potencial e capacidade de lidar com o que é paixão e expandir a beleza das apresentações muitas vezes limitada pela falta de verba e pouco tempo para organização.

Os clubes pousadas e hotéis ofereceriam um atrativo a mais a seus clientes turistas e o comércio seria beneficiado, pois os turistas e os olimpienses não teriam que buscar diversão em outras cidades, e o numerário gasto fora abasteceria o comércio local.

O sistema capitalista privilegia o lucro e a função de grandes eventos visa exatamente atrair lucra­tividade para quem organiza e para o entorno.

Um exemplo dessa dinâmica seria a festa do peão do boiadeiro de Barretos que abriga mais de um milhão de pessoas na cidade que a hospeda e costuma lotar os hotéis da região.

Para não ser longo, não é necessário ser doutor em economia para perceber que ganha o município pelo aumento da arrecadação, os barraqueiros, os restaurantes, hotéis, os contratados, pois falta mão de obra neste período, e até alguns cidadãos que alugam parte de suas casas para abrigar visitantes. 

Nem seria necessário este exemplo se os políticos locais observassem a lotação dos hotéis locais no período da festa do peão de boiadeiro.

Ou se atentassem para número de turistas que circulam pela cidade na alta temporada.

Parecem cegos, surdos e mudos para a realidade econômica, enquanto muitos gritam que a solução é o turismo, que é uma fonte inesgotável de renda, aqui parece que o poder público nega esta realidade.

Terminou o carnaval, hora de reiniciar a vida conforme apregoa a lenda urbana e nada mais coerente e utilitarista que iniciar o período de discussões de lucro e de negócios por focar a atenção nos descuidos que deixam de gerar emprego e renda.

Enquanto algumas pessoas discutem o desgaste do ser político que está na esfera de domínio do poder, tão somente para ocupar este espaço, aos que tem bom senso seria notável pressionar este poder para funções e atribuições que modernizem as relações entre este poder e seus administrados e que esta discussão se transforme em oportunidades e crescimento da nossa economia.

Afora isto, continuará a cidade a pensar miudinho e a ter carnavais e outros eventos que não condizem com a imagem que se pretende construir.

Termina o carnaval e a vida recomeça.

Que recomece com criatividade e participação popular.

 

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