15 de janeiro | 2018

Thermas e os conflitos da alta temporada

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Do Conselho Editorial

Por ser muito recente e até por falta de profissio­nalização de muitos que atuam no setor, a ideia de turismo, enquanto produto de consumo, encontra resistência em parcela da população que culmina em estimular preconceitos e lendas urbanas principalmente no período de alta temporada.

Com o recente crescimento da participação popular nas redes sociais, a tendência é de que temas que antes não eram discutidos ou não ocupavam espaços na mídia tradicional venham dividir opiniões nos Facebook e WhatsApps da vida.

No tocante ao Thermas o que está pegando é o de sempre, adicionado ao que parece ter sido o início do final da disputa judicial que se desenrolava em um grande hotel da cidade.

Como em todas as férias, feriados ou final de ano, vêm à baila a questão dos excessos cometidos pelos captadores que interrompem o trânsito, incomodam turistas e moradores no tocante a locomoção ao Thermas ou em direção as suas residências na obstinada tentativa de impor a venda de imóveis.

Não há como ser contra a que as vendas ocorram, porém é necessário com urgência discutir formas de disciplinar a ação que causa aborrecimentos e transtornos a incontável número de pessoas, visitantes e turistas, interferindo e atrapalhando seu dia a dia nas interrupções obrigatórias que os captadores impõem ao trânsito local em algumas áreas que conduzem ao parque termal.

A discussão está em aberto e o poder Executivo que já acenou várias vezes sua boa vontade para resolver o conflito de forma harmoniosa e equilibrada percebendo que seus reclamos não foram atendidos estuda fórmulas coercitivas instrumen­talizadas a permitir uma fiscalização severa e possíveis multas para equacio­nar de vez a questão.

Outra discussão que torna neste período em que amplia a procura pelo Thermas é a tradicional “possível epidemia” que ora, prega a lenda urbana, se deu pela ingestão de comida estragada, ora pela diarreia provocada pela água fornecida pelo poder público, que afirmam os especialistas em tudo, em razão do grande número de turistas não teria como fazer o tratamento adequado.

E outras e outras mais foram se somando ao fol­clorário sem que, ao longo dos anos, nenhuma destas teses tenha sido cientificamente comprovada.

Nesta temporada, um vídeo postado na internet, e com quase um milhão de visualizações, alerta para a possibilidade de que um turista e seu grupo tenham contraído conjunt­ivite quando em visita ao parque aquático.

Vale salientar que o rapaz não afirma, apenas aconselha e indica a possibilidade de ter contraído o vírus quando da visita ao Thermas.

Qualquer pessoa que tenha feito uso de alguma piscina ou do mar algum dia sabe e muito bem que ambos podem irritar os olhos e ser fontes de infecções, principalmente as alérgicas, um dos três tipos da doença (alérgica, viral e bacteriana).

Que a conjuntivite viral se espalha com mais facilidade em dias de calor intenso, reafirmando, e contagiosa e pode ser contraída é do conhecimento público. Mas suas formas de contágio se dão principalmente através da secreção provoca­da pela infecção (pus) e por falta de higiene.

Não havendo registros na saúde pública de grande número de pessoas acometidas por conjunti­vite há que se atribuir ao caso em tela, um contexto isolado que infelizmente acometeu um turista e não a uma epidemia como parece pretendeu-se passar a impressão.

Toda temporada tem destas situações e o clube tem que estar atento e presente a estas discussões que podem afastar a clientela e prejudicar a economia local.

Lendas urbanas como estas e outras retomam neste período e faz parte da alma humana desejar impor sua narrativa e se empoderar através da sensação de que tem domínio e autoridade para falar e discutir sobre múltiplas questões pouco importando se isto trará ou não prejuízo a comunidade em que vive e por tabela, a si.

Outra coisa que pegou e está pegando é a que indica que houve uma definição judicial para os embates que estavam sendo travados pelas partes em disputa que visava o controle de um grande hotel da cidade e que parece chega a um ponto diverso dos anteriores.

Com manifestações públicas das correntes envolvidas que se pode considerar condenáveis pelo sensacionalismo, pela baixaria, pela falta de respeito a questões caras à manutenção da imagem senão dos personagens envolvidos, pelo menos dos negócios, ao que tudo indica, uma novela com características de folhetim que envolveu famílias, turistas, empregados, titulares de direito, paralisações, manifestação de funcionários em vias públicas, manifestações de turistas, boletins de ocorrência e muita lavagem de roupa suja parece ganhar um capítulo diferente.

Parecer, no entanto, não significa que as disputas chegaram ao final, podem, como os comentários de toda e eterna alta temporada, estar no início de um período de reabastecimento de energias visando voltar no próximo verão, com a força e a fúria dos que não se conformam com o anonimato e desejam de toda maneira impor seu pensamento, sua narrativa, por mais destrutiva e equivocada que possa ser.

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