19 de dezembro | 2021

Uma Câmara dirigida pelo ódio e as cassações de vereadora e do direito de escolher se privatiza ou não o Daemo

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 “Quem nutre o verdadeiro amor por Cristo não prega o amor
incondicional apenas da boca para fora. Pratica-o.”

Mestre Baba Zen Aranes.

SEM SOMBRA …

… de dúvidas, dois assuntos permearam os noticiários na cidade esta semana, deixando um monte de outros em terceiro e quarto planos. Os dois, inclusive, tiveram como palco aquela que deveria ser a casa do povo, mas parece ser apenas a casa de alguns: a possível cassação da vereadora Alessandra Bueno e a supressão em sessão armada na surdina, sem discutir com a população, de dispositivo da Lei Orgânica que prevê a realização de consulta popular para privatizar o Daemo.

O PIOR É QUE, …

… se uma coisa não ocorre, a outra também não teria vindo à tona. Se a vereadora, ao saber de sua possibilidade de ser cassada, não denuncia que haveria um conluio entre os vereadores para privatizar o Daemo, a Câmara iria fazer passar sem que ninguém ficasse nem sabendo e discutisse a questão: que estava tirando da Lei Orgânica um de seus dispositivos mais democráticos para poder facilitar no futuro a venda do departamento mais rentável da administração e considerado básico, fundamental para garantir os interesses de todos os olimpienses, inclusive de que sua conta não seja ainda mais estratosférica.

ALIÁS, …

… o Brasil parece que sempre anda na contramão da história. Estamos atrasados séculos e séculos.

ENQUANTO …

… iniciativas para privatizar sistemas de saneamento avançam no Brasil, um estudo indica que esforços para fazer exatamente o inverso – devolver a gestão do tratamento e fornecimento de água às mãos públicas – continua a ser uma tendência global crescente.

DE ACORDO …

… com um mapeamento feito por onze organizações majoritariamente europeias, da virada do milênio para cá foram registrados 267 casos de “remunicipalização”, ou reestatização, de sistemas de água e esgoto. No ano 2000, de acordo com o estudo, só se conheciam três casos (Dados extraídos da BBC News Brasil, recompartilhados do amigo João Pama).

MAS, COMEÇANDO …

…do começo, tudo começou com a relação de ódio estabelecida por aquele que se diz evangélico, crente e defensor do amor pregado por Cristo, o presidente da Câmara local, o José Kokão e a vereadora Alessandra Bueno.

ALIÁS, ESTA …

… composição da Câmara, desde o início da legislatura, praticamente se mostrou unanimidade em relação ao executivo. Uma mera carimbadora das determinações do prefeito. Sem legislar a contento, sem discutir amiúde as propostas, e o que é pior, sem dar sinais de que estaria fiscalizando a aplicação do dinheiro público.

SE A ANTERIOR …

… já era chamada de circo da Aurora, devido principalmente aos embates provocados pelo saudoso Niquinha (pelo menos tinha discussões e alguns vereadores tentavam questionar e esmiuçar o que era enviado para ser aprovado); esta, no entanto, além de ser a Câmara do amém, simplesmente virou um palco de Colunismo Social, ou TV Fama, entregando títulos, comendas, homenagens, diplomas e votos de aplauso até para atirador com melhor desempenho físico (será que tem que ser o mais bombado?), tudo isso usando a estrutura do Legislativo e, por conseguinte, o dinheiro público.

NUNCA …

… em nenhum tempo, se viu uma Câmara mais propagadora do puxa-saquismo populista do que esta.

MAS, SE AQUELE …

… que se diz evangélico e temente a Deus, não consegue conviver com uma vereadora que, por sua formação humilde e suas atitudes verdadeiras, sem papas da língua, que fala o que pensa, e, ao que se informa, quase chegou a cenas de pugilato com ela, não pode ser considerado praticante do amor incondicional que o filósofo Cristo pregou.

DAÍ PARA …

…frente, começaram a chegar fuxicos e mais fuxicos de que estavam preparando tudo para a cassação daquela que seria a única que, embora também estivesse ao lado do prefeito, se postava contra aquilo que entendia ser prejudicial ao povo, como o encerramento da Prodem, por exemplo. E, claro, não se abstinha de falar de coisas que achava errado na Câmara, como a compra de uma câmera para gravar as sessões do legislativo por aproximadamente R$ 90 mil, mesa de som de mais de R$ 10 mil e mais de 400 mil para digitalizar os documentos do legislativo e, claro, nepotismo e um possível grande volume de contratação de comissionados.

DAÍ PRA …

… frente, o requerimento protocolado pela OAB pedindo a manifestação da Câmara em razão de possível e questionável falta de decoro cometido pela vereadora em bate-boca pela internet contra uma advogada da cidade, foi uma gota d’água no processo.

ERA O MOMENTO …

… de acabar com esse incômodo de ter alguém questionando o que o “terrivelmente evangélico” faz no comando daquele que deveria ser o poder representativo direto do povo.

OS FUXICOS …

… então começaram a chegar dando conta de que Alessandra estaria praticamente cassada. Era a oportunidade de se livrar de vez do incômodo de ter alguém que não leva desaforo pra casa, que fala o que vê e o que pensa e fica desmascarando todo o tempo, aquele que tenta criar um cenário para uma peça de teatro para pregar e fazer parecer que é o melhor do mundo, o abençoado, o indicado, o enviado por Deus.

ALESSANDRA …

… então, usando o recurso que a fez ficar conhecida, as tais das “lives”, foi pra internet e, com seu jeitão descontrolado, nervosa, deitou falação e, além de colocar tudo o que achava de errado na Câmara, denunciou que já estaria tudo preparado entre os vereadores para a privatização do Daemo. Ela, no entanto, não sabia que o primeiro “round” da arapuca estava sendo armada pelo seu “grande amigo” presidente.

FICOU SABENDO …

… pela informação publicada por este jornal que estava em andamento na Câmara uma adequação da Lei Orgânica que supriria dela, o inciso VII do artigo 181 que, democraticamente, prevê a consulta popular para uma possível privatização do Daemo.

ONDE HÁ …

… fumaça, há fogo. A vereadora não iria vir a público falar sobre isso se não tivesse visto, ouvido, ou pelo menos ficado sabendo de tratativas para tanto.

José Salamargo, incrivelmente puto da vida, não só pelo fato em si, privatizar o Daemo ou não, mas principalmente por se fazer as coisas às escondidas, sem discussão e sempre querendo enganar a população, justamente por aqueles que foram eleitos para representá-la e defender os direitos do povo. É uma vergonha. Uma verdadeira sacanagem (no sentido de perversidade; maldade, deslealdade e imoralidade).

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