29 de outubro | 2017

Uma cidade fantasma?

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Do Conselho Editorial

Quem anda pelo centro de Olímpia em determinados dias da semana e em determinados horários pode ficar com a triste sensação de que, aos poucos, ela vai se transformando em uma cidade fantasma.

São tantos os imóveis colocados à disposição para serem alugados, e tão pouca gente transitando no comércio, que a ideia que se tem é a de que, em breve, a área central, se não se discutir com seriedade e criatividade uma saída, será a ideia viva da aldeia do desconsolo do Plínio Marcos, onde o vento encostava o lixo e as pragas botavam ovos.

Em contrapartida, percebe-se que indo na direção do Thermas dos Laranjais, mesmo que tenha ocorrido uma diminuição bastante drástica nos investimentos na área da construção civil relacionada à construção de novos apartamentos, hotéis e pousadas, a coisa flui, vagarosamente, mas flui.

A cidade, na área central, a cada dia, apresenta o que era antes um excelente e bem localizado ponto de portas cerradas e com a tradicional placa de “Aluga-se”, entristecendo a fachada e comprovando a possível diminuição de postos de trabalho e renda.

Queixa comum, tanto dos comerciantes que alugam pontos comerciais para explorar, quanto de inquilinos que alugam imóveis para morar, é de que o aluguel em Olímpia está insustentável ser honrado em razão da exor­bitância pedida.

Há comerciante que alega que a renda de seu comércio é suficiente apenas, ou muitas vezes insuficiente, para fazer frente às despesas com salário de funcionários, aluguel, contabilidade, água, luz e outras despesas obrigatórias, obrigando a que cerrem as portas para não falirem ou trazer comprometimento ao patrimônio familiar.

Da mesma maneira, muitos provedores de lares acrescentam à queixa dos comerciantes suas angústias em relação ao cumprimento a obriga­torieda­de do pagamento dos aluguéis das casas que abrigam suas famílias.

Há relatos e não são po­ucos, que a renda familiar é comprometida ao ponto de se somarem para auxiliar no pagamento do aluguel e passarem por dificuldades no tocante a outros itens indispensáveis a uma vida com conforto e dignidade.

Pode até acontecer um ou outro relato mais exagerado, porém, no conjunto, sem ser regra, a média salarial da cidade não atinge no geral patamares elevados que permitissem gastos de tal monta.

Soma-se aos baixos salários o crescimento do desemprego no País, com reflexos diretos na economia local que vive em parte da exploração de seus recursos políticos e em parte da agricultura, sendo que o turismo em tempos de crise é mais profundamente atingido pela crise.

Razão pela qual, necessário um esforço conjunto das forças econômicas representativas da sociedade para traçar um plano para equacionar esta questão e alavancar a economia local conduzindo-a a uma realidade que seja compatível com o cenário de caos econômico que o país enfrenta.

Se o setor imobiliário vai flexibilizar os valores dos aluguéis em relação harmoniosa com os proprietários;

Se os clubes locais vão oferecer pacotes turísticos e hospedagem com custos que possibilitem mais fre­quência de turistas e mais investimentos no setor; se a agricultura vai agregar valores aos seus produtos;

Se a Usina vai operar com um número maior de mão de obra local; se o poder Executivo vai investir em parcerias com comércio;

Se o Legislativo vai propor legislação que impeça entraves burocráticos ou gastos excessivos as empresas nas suas relações com o poder;

Se a ACIO vai propor grandes promoções visando atrair os habitantes das cidades vizinhas ou se os bares e restaurantes em parceria com a prefeitura irão apresentar atrações visando a que os turistas não tenham de sair da cidade à noite para se divertir, é problema do capital e do capitalista;

Se o capital e o capitalista não conseguiram observar o que é mais que óbvio, o centro da cidade, ou a cidade em si, caminhando como caminha, com a quantidade de casas comerciais e residenciais postas para aluguel ou venda em tempo não muito con­tiguo, será aquilo que em alguns dias parece que é: uma cidade fantasma. 

 

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