27 de outubro | 2019
Vereadores e Assistência Social calados sobre a eleição do Conselho Tutelar, por quê?
Do Conselho Editorial
A vergonhosa discussão obre a possibilidade de intervenções indevidas na eleição para escolha dos futuros conselheiros tutelares continua nos bastidores.
A cada dia parece que se acresce nova história aos escabrosos casos que rolaram desde o início das candidaturas até o dia da eleição.
Qualquer ser vivente mais lúcido e com um pouco de experiência das coisas públicas sabe que aconteceram neste evento escolha de conselheiros tutelares, coisas impublicáveis e outras que destoam totalmente do que deveria ser uma eleição séria.
Tanto, que motivou vários boletins de ocorrência, denúncias várias, processo administrativo para apurar possíveis irregularidades e a invocação do Ministério Público para apurar o que pode ter desbordado do correto na campanha e eleição.
O chocante é ter a sensação de que a secretária da Assistência Social, Cristina Reale, que, por função do cargo e obrigatoriedade legal de organizar a eleição teria o dever da total imparcialidade, foi, ao que parece, uma das figuras que contribuíram para a desmoralização do pleito, assumindo publicamente a candidatura de sua preferência.
Assim como ela, que foi eleita vereadora, outros vereadores com assento no Legislativo jogaram suas fichas em algum nome também conferindo ao pleito a ideia de algo desvirtuado que merece ser olhado mais atentamente pelo Ministério Público e pelo Judiciário local.
Não é normal que em uma cidade cuja população tem a característica dos ausentes, indiferente na maioria das questões de cidadania tenha comparecido maciça e espontaneamente em pleno domingo para votar em uma eleição em que o voto não é obrigatório.
Mais estranho ainda é que estes eleitores tenham chegado ao local de votação nas mesmas conduções o dia todo.
Para explicar, o automóvel estacionava alguns quarteirões distante do local da votação, descarregava pessoas, ia embora e voltava com outras pessoas e levava os que haviam votado. Parece muita gentileza sem explicação.
Assim como não se explica que no Legislativo, onde vez em quando um ou outro vereador deixa subentendido que a Assistência Social tem fugido dos princípios que deveria nortear seus trabalhos e caído na seara do fisiologismo, populismo barato e filantropia com possíveis finalidades e objetivos eleitorais, também todos estejam calados.
O natural seria o uso da tribuna para acompanhar e fiscalizar o desdobramento destas complexas acusações que foram publicadas pela mídia e ventiladas pelas ruas.
Todo mundo calado nestas horas passa a impressão de que a maioria deu sua contribuição para o desenlace vergonhoso da eleição do Conselho Tutelar.
Tudo tem e deveria ser investigado a fundo, doa a quem doer. O silêncio dos representantes fala muito nesta questão, dando a impressão de que exista omissão, incapacidade para o cargo, ou envolvimento até o pescoço no que foi a mais vergonhosa eleição de membros do Conselho Tutelar, desde sua fundação.
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