20 de setembro | 2009

Diretor admite que poderia reformar ponte sem interdição total

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 O diretor regional do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), de São José do Rio Preto, engenheiro Natal Takashi Araka­wa(foto), admite que poderia realizar as obras necessárias para a reforma da ponte sobre o rio Turvo, sem interditar a rodovia Assis Chate­au­briand (SP-425), causando mu­itos transtornos aos usuários da estrada, principalmente, à população de Olímpia.

Isso é o que se de­pre­ende das afirmações que o engenheiro fez durante uma entrevista que concedeu à uma emissora de rádio local, di­vulgada no final da manhã da quinta-feira, dia 17. Na oportunidade, Arakawa, além de assumir a responsabilidade da decisão de interditar o trecho da ponte, também não garantiu o término da o­bra no prazo de 60 dias.

Que a interdição era desnecessária, ficou explicito num dos comentários que fez durante a entrevista, quando foi questionado se a ponte seria liberada, realmente no prazo anunciado no comunicado divulgado pelo órgão, apenas na sexta-feira, dia 11, portanto, faltando apenas quatro dias para a interdição.

“Nós vamos ver se nós conseguimos fazer em 60 dias no máximo, enquanto se nós tivéssemos que fazer o serviço meia pista e depois meia pista, a previsão era de no mínimo cinco meses de duração essa obra”, disse e, a­cres­centou: “60 dias é o prazo máximo que o DER deu para a em­pre­sa executar (a o­bra). Se ela demorar 61 dias eu vou multá-la. É o que posso fazer”.

Sem se preocupar com os custos adicionais da viagem para usar as opções de desvios for­ne­cidas pelo DER, o diretor justifica que o tempo de aproximadamente meia hora na espera da liberação do trecho é o tempo suficiente para fazer outro percurso.

Já sobre os custos maiores que os usuários passaram a ter, afirma que não foi a primeira preocu­pa­ção.“Não foi pensado no ônus. O ô­nus ele é tão importante como a segurança, mas optamos pela segurança”.

PEDIDOS

O diretor confirmou que recebeu várias solicitações, inclusive da Polícia Rodoviária Federal, para que não acontecesse a interdição: “Os prefeitos me pediram para não interditar totalmente. A própria Polícia Federal me solicitou que não proibisse os veículos leves, mas não acredito nesse tipo de operação porque a partir do momento que tem um veículo leve passando e chega um caminhão para passar, quem é que vai impedir desse caminhão de carga não passar”.

“O que a gente lamenta é que não há possibilidade de fazer o conserto necessário sobre a ponte do rio Turvo, sem causar o transtorno que es­tamos causando. Não que a gente não saiba dos problemas que acontecem quando você é obrigado a dobrar a distância para fazer a viagem e Olímpia a São José do Rio Preto”, acrescentou.

Sobre a possibilidade de interditar apenas um lado da pista de cada vez, o diretor informa que foi realizado um teste que comprovaria o tempo de espera que seria imposto aos usuários, o que tornaria impossível realizar os trabalhos sem a interdição total.

“Esse teste mostrou que não tínhamos condições de fazer um controle do final dessa fila no sistema pare e siga que nós testamos durante cinco minutos de cada lado, onde houve uma formação de fila de 400 metros de cada lado da pista. Isso, sem ter necessidade de um controle de velocidade em cima da ponte. Com um controle de velocidade que somos obrigados a fazer para trabalhar na ponte, teríamos filas que haveria um tempo de espera médio de meia hora”, justificou.

De acordo com o que informou, a SP-425 apresenta períodos do dia com um tráfego de aproximadamente mil veículos por hora. “Em cima dessas informações que nós obtivemos, junto com a Polícia Rodoviária que auxiliou a tomar esse tipo de decisão, não tivemos alternativa, a não ser o fechamento”.

ÚLTIMA HORA

Arakawa informou ainda que a decisão de interditar o trecho foi comunicada no último momento às prefeituras da microrregião. O prefeito de Olímpia, Eugênio José Zuliani, Geninho, por exemplo, segundo ele, recebeu o comunicado “provavelmente no domingo ou segunda-feira dessa semana”.

O curto prazo ele justifica que “uma divulgação desse tamanho, talvez a gente não tivesse conseguido nem interditar o que nós estamos fazendo lá hoje. A pressão que existe, mesmo depois de ter a tomada de decisão, em função daquilo que chamamos de segurança do usuário, que foi o que pesou mais para a tomarmos, qualquer influência, vamos dizer, de outra ordem poderia estar comprometendo muito esse tipo de serviço. A gente tomou, junto com outros técnicos, inclusive com a Polícia Rodoviária, a decisão mais correta para que o usuário conseguisse uma segurança melhor”.

Ainda de acordo com o diretor, a interdição foi discutida, também, com autoridades do DER em São Paulo. “Nós levamos a situação, sabíamos que é uma situação complicada e que os usuários iriam de qualquer maneira fazer as reclamações que eles têm o direito de fazer, mas, infelizmente, não temos como diminuir esse transtorno que a gente sabe que é grande”, explicou.

Já sobre o transbordo de passageiros, pretendido pelo Expresso Itamaraty, afirmou que não tinha esse pedido e que, mesmo que tivesse, não via qualquer possibilidade de atendimento. “Não tenho como atender. Precisaria fazer uma avaliação, porque isso tem custo que nós não temos previsão. Poderemos até pensar e até achar um caminho para resolver isso, mas, por enquanto, nós não temos porque a ponte virou um canteiro de obras.

Disse ainda: “Um canteiro de obras tem as inseguranças de uma obra e não podemos nos responsabilizar por outras pessoas que eventualmente estejam transitando por ali. É um problema de segurança. Caso a gen­te não consiga uma passagem segura pela obra, não temos como autorizar também”.

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