09 de abril | 2007

Igreja recomenda abstinência de carnes na 6.ª feira da Paixão

Compartilhe:

 

 Embora não condene os banquetes à base de peixes caros, como é o caso do bacalhau, a igreja católica recomenda a abstenção de carnes vermelhas como forma das pessoas se reeducarem em busca de melhor compreender os semelhantes. Pelo menos isto é o que subentende das explicações dadas pelo padre Ivanaldo Gonçalves de Mendonça (foto), da Paróquia de São João Batista.

"A abstinência de carne é observância da igreja sobre tudo no tempo da quaresma. Existem dois dias principais que a igreja recomenda o jejum e também a abstinência de carnes: a quarta-feira de cinzas, e a sexta-feira da paixão", explicou.

Ivanaldo cita que talvez a maior parte das pessoas não entende o significado da abstinência e passa a acreditar ser até uma superstição. "Nós só vamos participar do verdadeiro sentido da páscoa, aproximando o nosso jeito de viver da proposta de Jesus Cristo. A igreja assume na quaresma três gestos: a oração que é alimentar a nossa intimidade com Deus, a esmola que é olhar para os nossos irmãos mais necessitados e viver a fraternidade, por isso que a igreja celebra a campanha da fraternidade na quaresma, e o outro gesto é o jejum".

Jejuar

Ele explica que o jejum significa ficar sem alguma coisa que é comum ou que é importante para a pessoa: "significa me educar ou aprender a dar valor as coisas que realmente merecem valor. O jejum tem esse significado. Então, me privando da carne ou de qualquer outra coisa, que assuma o compromisso de privar no jejum, estou aprendendo a me educar".

A abstinência da carne, segundo padre Ivanaldo entra justamente como o esforço ou sacrifício através do qual a pessoa se aproxima também do sacrifício e do esforço de Jesus Cristo na cruz.

"É um gesto de penitência que os católicos assumem em comunhão com o sofrimento de Jesus Cristo na cruz. Justamente nas sextas-feiras por estar lembrando da paixão e morte de Jesus Cristo. Então, é um sinal, é um compromisso que a igreja sugere que os cristãos assumam e pede que esse sacrifício não seja só para cumprir ritual ou para cumprir obrigação. Mas que ele seja traduzido numa vida, que se aproxime cada vez mais da vontade de Deus", explicou.

No entanto, ressalva que somente ficar sem comer carne não garante nada a ninguém: "se eu não aprendo a partilhar ou, por exemplo, se na sexta-feira santa eu comer uma bacalhoada que custe não sei quantos reais e não sou capaz de partilhar com os irmãos que necessitam".

E acrescentou: "precisa haver uma relação muito profunda porque esse gesto ou qualquer outro gesto de sacrifício só faz sentido se me tornar uma pessoa melhor, sobretudo na sexta-feira santa a igreja recomenda a abstinência da carne, justamente para que a gente participe do sacrifício de Jesus Cristo que se entregou, entregou sua própria carne, seu próprio corpo para a nossa salvação", finalizou.

 

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas