28 de junho | 2010

Médica denuncia descaso com saúde e meio-ambiente

Compartilhe:
 
Um verdadeiro labirinto ou a odisséia dos abandonados? Talvez sejam estas as sensações de pessoas que vêem as coisas irregulares e até crimes ambientais acontecerem e nada ser feito pelas autoridades, que deveriam ser as responsáveis para evitar as várias repetições de casos, quase que diariamente em pontos diferentes da cidade.


É comum ouvir, através das emissoras de rádio, reclamações de moradores sobre o incômodo com a fumaça proveniente de queimadas em lixos jogados em qualquer canto, prejudicando o bem-estar das pessoas, principalmente daqueles que enfrentam algum problema de saúde.


Esse, ao que tudo indica, foi o caso vivido pela médica Maura Troncoso Braga José (foto), no início da tarde do dia 20 de junho, um domingo, por volta das 13h20, no prolongamento da avenida Aurora Forti Neves, a menos de um quilômetro do Parque Aquático Thermas dos Laranjais, principal atração turística de Olímpia.


“Estou me referindo às “queimadas domésticas”, que têm sido diárias, em todos os bairros do nosso município, sendo que é sabido existir uma Lei Municipal, sem falar na Lei Estadual, proibindo as queimadas, sendo considerado ato criminoso”, diz.


Na tentativa de encontrar ajuda pra solucionar um problema que considera crítico no município, até por não ter visto qualquer movimentação ou interesse da Secretaria Municipal, responsável pelo Meio Ambiente, a médica relatou, via e-mail enviado à editoria desta Folha, as dificuldades que enfrentou naquele início de tarde.


“Hoje, 20 de junho, voltando para casa, por volta das 13h20, me deparei com uma imensa fumaça de queimada, naquele terreno baldio da avenida nova de acesso ao clube Thermas, dificultando inclusive a visualização do tráfego de veículos, e podendo provocar acidentes”, contou. “Fiquei indignada!”, acrescentou.


Por isso, decidiu se mobilizar contra esse tipo de ato criminoso e, chegando em sua casa, segundo conta, primeiro ligou ao Corpo de Bombeiros local: “onde fui muito bem atendida pelo soldado Lima, e prontamente me atenderam ao pedido de se mobilizarem em apagar o fogo”.


“Em seguida, liguei para a Polícia Militar, onde infelizmente não fui tão bem atendida, pois o policial que me atendeu não se identificou, e após o meu pedido para se identificar, se recusou por várias vezes. Insisti e disse que iria desligar o telefone e ligaria novamente, e gostaria que fosse atendida por alguém que pudesse se identificar. Fazendo isso, o próprio atendeu, e insistiu em não se identificar, referindo estar seguindo protocolo da Polícia Militar! Sendo assim desisti em querer saber com quem estava falando, solicitei a informação que desejava, mas não posso dizer quem me passou tal informação”, diz trecho da mensagem que enviou à redação do jornal.


POLÍCIA AMBIENTAL

Ela relata que foi informada que o caso seria da competência da Polícia Ambiental, que tem sede na cidade de Barretos. Depois de ser informada sobre dois números de telefone, fez o contato: “Liguei, fui novamente muito bem atendida, com a pronta identificação do soldado Berdã, sem ser questionado por mim. Foi muito prestativo, me orientando que, como se trata de queimada dentro do município, este caso é de competência da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, e que eu deveria, inicialmente, tentar amigavelmente fazer com que eles cumpram com sua obrigação e, caso não houvesse resultado positivo, deveria recorrer ao Ministério Público, e se mesmo assim não resolver, voltar a falar com a Polícia Ambiental, que eles teriam que recorrer junto à CETESB, providências”.

”Diante de tudo o que expus aqui, cheguei à conclusão que meios para se resolver o problema não faltam, o que falta é vontade. Como cidadã consciente que sou, sabendo dos males que estas queimadas provocam, ainda mais com a umidade relativa do ar em 38%, como hoje, não dá para ficar muda. Tenho que estar com a minha consciência tranquila que, pelo menos estou tentando”, asseverou.


Mas de acordo com a médica, todas as vezes que ver situações idênticas, vai acionar o Corpo de Bombeiros: “vão ter que ter paciência comigo, mas enquanto este problema não for solucionado, vou dar muito trabalho para eles”.
Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas