20 de abril | 2013

Olímpia citada em grampo telefônico da “Operação Fratelli”

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Pela primeira vez, desde o início da operação "Fratelli", o  nome de Olímpia foi diretamente citado em informações relacionadas a possível quadrilha que está sendo considerada a maior organização e o maior escândalo de corrupção da história do Brasil. Segundo a informação, a cidade foi citada em conversa que teria relação com a construção de um aterro sanitário do município.

A situação aparece em um documento do Ministério Público, no qual o procurador destaca um grampo telefônico, de 17 de maio de 2010: "Denise, chefe de gabinete parlamentar, conversa com Olívio sobre um aterro sanitário a ser construído em Olímpia, afirmando que ele (provavelmente o deputado para o qual ela trabalha) tem o recurso e quer que eles indiquem alguém, perguntando se Olívio topa."

Coincidentemente ou não, a Câmara aprovou a implantação de um aterro sanitário em Olímpia que, à época causou até polêmica, não pela ligação com o deputado, mas porque previa até o recebimento de lixo tóxico.

As informações foram obtidas pelo jornal "O Estado de São Paulo" e publicadas na edição de sábado, 20, do jornal Diário da Região de Rio Preto referem-se a grampo em que aparece conversa entre a chefe de gabinete do deputado Candido Vacarezza, do PT de São Paulo.

O documento do Ministério Público estadual afirma que a assessora do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) Denise Cavalcanti pediu ao empreiteiro Olívio Scamatti que providenciasse um avião para o petista "viajar pelo interior de São Paulo".

Scamatti está preso sob acusação de chefiar uma quadrilha que fraudava licitações municipais com verbas de emendas parlamentares. O ex-líder do governo Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados confirma que viajou em um avião providenciado pela auxiliar, mas diz não ter certeza se ele era mesmo do empreiteiro.

Datado de 5 de março de 2012, o relatório consta dos autos da Operação Fratelli, desencadeada dia 9 passado pela Polícia Federal e Ministério Público. O procurador de Justiça Luiz Otávio Roque subscreve a peça de 35 páginas que foi endereçada na época ao Tribunal de Justiça.

A citação a Vaccarezza está na página 30. O procurador transcreve trecho de uma interceptação telefônica de 15 de julho de 2010. "Denise, de Brasília, liga para Olívio e pergunta se ele pode emprestar o avião para o Vaccarezza viajar no dia seguinte pelo interior de São Paulo."

A assessora foi exonerada do gabinete do petista após a eleição de 2010. O deputado diz tê-la demitido e nega relação com os episódios envolvendo Scamatti, dos quais diz não ter conhecimento. Ele afirma que fez uma reestruturação em seu gabinete. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

APAGA TUDO

Por outro lado, também na edição de sábado, 20, do Diário da Região de Rio Preto, está a informação de que o analista de sistemas Luiz Henrique Perez, funcionário da Demop preso pela Polícia Federal no último sábado por ocultação de provas, afirmou, em depoimento, que o empresário Olívio Scamatti, assim que foi detido, pediu que arquivos eletrônicos que estavam em uma mala dele na empreiteira fossem apagados.

O analista contou ter recebido uma mensagem de celular do filho de Olívio. “Luiz, apaga tudo, pelo amor de Deus, a Polícia Federal está aqui”, foi a ordem.

Posteriormente, o próprio empresário ligou para o analista para saber se ele dera fim nos documentos que estavam em pendrives, um HD externo e um tablet que Scamatti sempre carregava consigo. Perez admitiu que escondeu na casa de sua sogra os objetos eletrônicos que estavam na pasta de Scamatti, e afirmou que apagou apenas “superficialmente” os documentos.

MÁFIA DO ASFALTO

Ainda na mesma edição do jornal de Rio Preto, está a informação de que no sistema do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo constam duas ações contra

membros da família Scamatti por improbidade administrativa, uma em Buritama e outra em Mirassol.

Acusados de participar da Máfia do Asfalto pelo Ministério Público Federal (MPF), os donos da Demop já eram investigados pelo Ministério Público de São Paulo.

Pedro Scamatti Filho e Mauro André Scamatti foram condenados pela Justiça de Mirassol, por fraude em licitação, a pena de dois anos e quatro meses de detenção, em regime aberto. Eles podem recorrer da sentença no TJ.

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