27 de junho | 2021

Sindicato dos Jornalistas reúne-se com o secretário de Segurança para acelerar apuração do atentado contra editor da Folha de Olímpia

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O secretário comprometeu-se a conversar com as autoridades policiais responsáveis sobre as investigações, levando a preocupação do Sindicato no sentido de que haja mais celeridade, e se avance em medidas como quebras de sigilos de comunicações eletrônicas, importantes para que se apure as identidades de possíveis mandantes.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais o Estado de São Paulo, Paulo Zocchi, acompanhado pelo deputado estadual José Américo (PT), jornalista filiado ao SJSP, que acompanha o caso desde o início e o Secretário de Segurança Pública de São Paulo, general João Camilo Pires de Campos.


DA REDAÇÃO COM
ADRIANA FRANCO DO SJSP

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo postou em sua página na internet na quinta-feira, 25, matéria sobre o encontro que o presidente da entidade teve na quarta-feira com o secretário da Segurança Pública no sentido de agilizar a investigação sobre o atentado terrorista sofrido pelo editor desta Folha na madrugada do dia 17 de março último.

A matéria escrita pela jornalista Adriana Franco tem o seguinte teor:

O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, Paulo Zocchi, reuniu-se, na quarta-feira (23), com o Secretário de Segurança Pública de São Paulo, general João Camilo Pires de Campos, para pedir maior rapidez e empenho das autoridades policiais na investigação do atentado contra o jornalista José Antônio Arantes, em Olímpia, ocorrido em março último.

Zocchi estava acompanhado pelo deputado estadual José Américo (PT), jornalista filiado ao SJSP, que acompanha o caso desde o início e tem dado seu apoio à ação da entidade nesta questão.

Na madrugada de 17 de março, o jornalista teve atacada sua residência e sede do jornal Folha da Região de Olímpia e da Rádio Cidade, quando um homem aproximou-se do imóvel, jogou material combustível e ateou fogo.

Acordados pelos cachorros, o jornalista e sua família puderam se colocar a salvo, enquanto o incêndio era controlado. Posteriormente, identificou-se o autor do crime, o bombeiro Cláudio José Azevedo Assis, que assumiu a autoria do ataque.

O secretário de segurança pública comprometeu-se a conversar com as autoridades policiais responsáveis sobre as investigações, levando a preocupação do Sindicato no sentido de que haja mais celeridade, e se avance em medidas como quebras de sigilos de comunicações eletrônicas, importantes para que se apure as identidades de possíveis mandantes.

A situação presente é que, três meses após o atentado, a investigação pouco andou, e Arantes vem sofrendo uma escalada de ataques. Agora eles se dão na esfera da Justiça, configurando um verdadeiro assédio judicial.

Até o momento, Arantes foi citado em seis processos por danos morais e perdas e danos, e relata ter sido alvo de outros processos que não prosperaram na Justiça.

“São várias ações pelo mesmo fato, patrocinadas pelo mesmo advogado, que é meu detrator na internet. Não tem como não acreditar que não seja suspeito de ter, ao menos, estimulado o bombeiro a fazer o que fez [o ataque à sua residência e redação jornalística], por ser negacionista e bolsonarista, e ter sido flagrado no protesto em frente à prefeitura, contra as medidas restritivas, ao lado do bombeiro”, relatou Arantes.

Os processos-crime são contra o jornalista e sua filha, enquanto os processos cíveis são contra o profissional, sua filha, a rádio, o jornal e o site nos quais Arantes é editor.

Violência contra jornalistas
O presidente do SJSP aproveitou a audiência para relatar o panorama de ataque aos quais os jornalistas estão submetidos nos tempos atuais, seja nas redes sociais, como na rua.

Nas redes sociais os jornalistas são alvo de haters, que promovem ataques virtuais, que recebem pouca atenção das autoridades públicas; em atos e manifestações, mais raras neste período por conta da pandemia, e mesmo trabalhando na rua, os jornalistas foram muitas vezes vítimas das forças policiais, bem como de cidadãos comuns, estimulados pelo clima de confrontação política.

Diante do exposto, o Sindicato sugeriu à secretaria criar-se um canal aberto para comunicar os casos de violência tão logo aconteçam, com o objetivo de proteger a categoria.

O general Campos afirmou a importância de investigar crimes cibernéticos e disse que diversas delegacias especializadas têm sido abertas para dar suporte às pessoas ameaçadas ou vítimas de ataques em rede social.

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