26 de outubro | 2008

Usina adia investimentos de curto prazo por causa da crise mundial

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A empresa Açúcar Guarani confirmou, nesta semana, o adiamento de investimentos de curto prazo e a solicitação de um empréstimo no valor de US$ 220 milhões da acionista francesa Tereos. Essas foram as formas encontradas para enfrentar o primeiro impacto causado pela crise financeira mundial.

O Grupo Guarani, considerado o segundo maior do Brasil no segmento de açúcar e terceiro na moagem de cana-de-açúcar, de acordo com informação de um jornal de São José do Rio Preto, sente também grande oscilação de suas ações na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).

Segundo o jornal, as ações do grupo oscilaram 0,97% na quarta-feira, dia 22, na Bovespa. Cotada a R$ 2,10 no início do pregão, atingiu máxima de R $2,15 e mínima de R$ 2,01. Porém, apesar da oscilação, a cota de ações ficou em R$ 2,07.

A Açúcar Guarani é a maior empregadora da região no setor privado. Somente a planta industrial Cruz Alta de Olímpia, emprega 3.933 funcionários, entre efetivos e safristas.

De acordo com o diretor-presidente do grupo, Jacyr Costa Filho, o empréstimo foi feito em virtude de dificuldade em conseguir crédito no mercado brasileiro. Com o aporte, foi possível transformar dívidas de curto para longo prazo.

"A medida permite um perfil de endividamento mais condizente com as nossas exportações", explicou ao jornal. Segundo ele, o grupo exporta cerca de US$ 200 milhões ao ano (R$ 476 milhões).

Já segundo declarou a outro jornal riopretense, Reinando Benites, diretor financeiro e de relações com os investidores, a operação intercorporativa permitiu obtenção de crédito a taxas menores de juros.

Benites explicou que a crise não foi o fator que levou a Guarani a postergar a implantação da unidade em Cardoso e a ampliação da unidade produtora de etanol de Tanabi. Segundo ele, a decisão foi tomada no ano passado depois de uma análise das conjunturas do mercado.

Pela dificuldade de conseguir crédito, o grupo reviu seus investimentos em curto prazo. O greenfield (construção de usina a partir do zero) da unidade Cardoso, em Pedranópolis, foi adiado até 2011. A duplicação da capacidade da unidade de Tanabi também foi adiada, mas a data de retomada não foi definida. Em vez disso, a empresa vai investir entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões em mecanização.

ICMS

Por outro lado, o governo do Estado de São Paulo estuda propostas pontuais para liberação adicional de créditos do Imposto de Circulação sobre Mercadorias e Serviços (ICMS) para a sucroalcooleira Açúcar Guarani.

A escassez de crédito, provocada pela crise financeira internacional, levou a empresa a protocolar processo na Secretaria da Fazenda de São Paulo, requerendo aumento na liberação mensal dos recursos do ICMS retidos. A empresa argumenta que os recursos são necessários para garantir seus investimentos.

A empresa solicitou a liberação de R$ 120 milhões ao governo paulista, que pretende aplicar o recurso no projeto de ampliação da estrutura de co-geração de energia elétrica de uma de suas unidades sucroalcooleiras.

 

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