26 de julho | 2020

A irresponsabilidade do presidente coloca a vida das pessoas em risco permanente

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“Quem não cuida da própria vida com
carinho e acatamento, como respeitará
o próximo e o direito de continuar
existindo com dignidade?”

Do Conselho Editorial

Qualquer cidadão que tenha um mínimo de fertilização de sua capacidade reflexiva através do questionar e estabelecer conceitos próximos da realidade, com certeza deve ficar estupefato diante do festival de atitudes e palavras toscas emitidas pelo atual maior mandatário da nação.

Seria de causar estarrecimento e espanto a quantidade de asneiras produzidas em tão pouco tempo pelo dito cujo.

E continua do Palácio do Planalto conduzindo o país ao isolamento mundial que culminará em reflexos muito graves para a economia do país.

Reflexos que alguns empresários nacionais e internacionais não só sentem como produzem movimentos para que haja mudança nas pautas para tentar evitar o que se tem como inevitável.

Infelizmente, por mais que se tente, Jair Bolso­naro é como se fora o paciente mais insano e incon­trolável deste grande manicômio que o Brasil se transformou.

Sua insistência no uso da Cloroquina para combater o Covid 19 é para além de irresponsável, criminosa, visto que as evidências científicas demonstram a ineficácia da droga no tratamento da doença.

  A maior pesquisa conduzida no Brasil chamada Coalizão I, que pesquisou 667 pacientes, com em média 50 anos, atendidos em 55 hospitais brasileiros, sobre o uso da hidroxicloroquina para tratar a covid-19, mostra que o medicamento é ineficaz em casos leves e moderados da doença.

Além disso, não reduz a taxa de óbito e está ligado a maior risco de arritmia e lesão hepática.

O estudo responde a uma dúvida que rondava o meio científico – até então, a maioria dos dados considerava pacientes em estados graves.

Para a equipe brasileira os resultados também podem ser considerados “um ponto final” na linha de investigação focada em combater a pandemia da covid-19 com o medicamento criado para tratar a artrite reumatoide.

E o presidente, cuja compreensão de mundo continua praticando a “necropolítica”, estimulando o uso da panaceia, continua conduzindo à morte brasileiros que creem nas inverdades ditas por ele.

O universalmente conhecido como Capitão Cloroquina fez propaganda em “live” do remédio e no ponto máximo de seus ataques de Napoleão do Planalto central exibiu uma caixa de cloroquina para as emas que vivem no Palácio da Alvorada.

Acometido pela doença, testado positivo para o covid, foi fotografado passeando de moto na área externa do Palácio da Alvorada.

No caminho, como não poderia deixar de ser, parou para conversar com garis sem usar máscara de proteção contra o novo coronavírus.

Chega a ser incômodo para quem tem dois neurô­nios, mesmo que um avariado, assistir alguém que ocupa um cargo com tamanha relevância se comportar como um paciente descontrolado de hospício.

E, o que é pior, recebendo apoio de outros tão doidos quanto ele, que parecem não entender o valor da própria vida e não respeitar o direito que o semelhante tem de continuar vivendo.

Infelizmente o exemplo que vem de cima é coisa muito baixa, muito rasteira, que deixa a sensação de que este país está sendo governado por inconsequentes que destroem a nação em nome da ausência de projetos, do respeito as instituições e do desdém as vidas humanas que os elegeram pra que fossem cuidadas com respeito.

Respeito que não há. Pois quem não cuida da própria vida com carinho e acatamento, como respeitará o próximo e o direito de continuar existindo com dignidade?


 

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