26 de abril | 2015

Aprovação das contas de Geninho em uma Câmara refém do Executivo

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Do Conselho Editorial

Com 22 apontamentos do Tribunal de Contas, a pior representação legislativa dos últimos cem anos aprovou por unanimidade as contas de 2012 da administração de Eugênio José.

Simplesmente vergonhosa a postura da maioria dos vereadores locais que estão de quatro para o executivo local, se postando como se fossem lacaios do poder local e não representantes legítimos da população.

Não houve sequer uma discussão, um debate sobre os absurdos que foram os diversos apontamentos que demonstram de forma clara e transparente o caos administrativo a que foi relegado o município de Olímpia na gestão Geninho.

Não se esperava que como no período de Zé Rizzati ou de Carneiro, com a mobilização de Geninho nos bastidores, o atual prefeito tivesse suas contas reprovadas e ficasse inelegível como ficaram seus dois ex estimuladores.

José Rizzati foi a figura que trouxe Geninho para a vida pública. Orientou seus primeiros passos e foi por quatro anos por ele defendido com unhas e dentes.

Carneiro cooptou Geninho para sua base e foi por ele defendido por quatro anos também, não foram por ele poupados, e nem pelos vereadores de então, e tinham bem menos apontamentos do que Eugênio tem hoje.

O mesmo Salata que junto com Marco Santos tanto incomodavam em razão das contas de ex-prefeitos submissos e calados, endossaram este descalabro, estas mazelas vergonhosas sem dar um pio, sem uma manifestação.

Hilário, que não deixa de ser hilário nunca, nem quando o momento obriga, mais uma vez joga pra torcida, como a passar a imagem do bom mocinho indignado com o que aprovou.

É preciso notar que Hilário, carneirista desde sempre, tanto que fez o PT dobrar com o PMDB nas últimas eleições, contrariando os jurássicos do partido, votou a reprovação das contas de Carneiro com muito menos apontamento e o tornou inelegível, e agora dá seu endosso a um absurdo destes sem necessidade alguma, já que se “opõe” a este governo.

Não se trata aqui de discutir a posição de cada um, pois não se trata disto a discussão, se trata de questões éticas, morais e políticas sobretudo, em tempo de moralização da coisa pública, de povo indo as ruas gritando contra desmandos e corrupções, a maioria, dez vereadores, pagos pelo povo, votar unanimemente a aprovação de contas com 22 apontamentos é no mínimo estarrecedor e vergonhoso.

E o que é mais grave ainda com indicações de envio ao Ministério Público por parte do TC de alguns apontamentos que demonstram possíveis irregularidades insanáveis.

O homem público deveria no mínimo e no máximo saber de suas funções e responsabilidades sendo simplesmente inadmissível que aquilo a que deveria ser seu dever de oficio, sua obrigação cidadã seja conduzido de forma tão leviana e irresponsável, simplesmente por estar a reboque e refém de um sistema sobre o qual pesa as maiores dúvidas possíveis.

Da máfia do asfalto, a investigação de Eugênio na sua tentativa de pagar a empresa Demop, a investigação do secretário Cleber Cizoto por possível enriquecimento ilícito, e tantas outras mazelas vem se somar ao pagamento das viagens da primeira dama a Brasília por conta do erário, sem abalar, ou sem fazer tira a bunda da cadeira, ou fazer os neurônios dos nossos dez vereadores avaliar que não há normalidade neste quadro.

É preciso, é necessário para se restabelecer a própria credibilidade do Chefe do Executivo investigar todas as questões a fundo, e demonstrar sua lisura, ou seu comprometimento.

Infelizmente, o povo não espera e nem pode esperar isto desta representação tão abaixo do nível da mediocridade, tão insignificante, ao ponto do chefe do executivo ter vinte e dois apontamentos no Tribunal de Contas e nenhum deles demonstra indignação como deveria ou invoca uma investigação nos moldes que uma Câmara séria que busca ser respeitada pelo seu povo pediria.

 

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