Do Conselho Editorial

Está havendo um descompasso gigantesco entre o que fala o presidente da Câmara Municipal de Olímpia, Humberto José Putini, e o atual prefeito Eugênio José Zuliani, a respeito do recente aumento de IPTU votado e aprovado pela maioria dos vereadores de Olímpia.

Beto Putini diz que não haverá o aumento significativo que foi anunciado pela mídia local e que em muitos casos as pessoas não terão que pagar IPTU e em outros terão os valores diminuídos.

Já Eugênio José Zuliani garante que dobrará a arrecadação com o IPTU e que a mesma saltará dos poucos mais de três milhões para mais de sete milhões de reais.

Figuras que se pensam mais reais que o roto rei afirmam baseados em ponta de lápis, papéis velhos, calculadoras e férteis cérebros que a conta avançará para além da casa dos dez milhões.

Destas três correntes divergentes entre si, saltará uma realidade que poderá ou não ferir o bolso do já sacrificado contribuinte local.

Muitos pedem, oram, imploram que a corrente relacionada com o pensamento de Beto Putini esteja carregada de razão, muito embora invoquem em discursos reservados extrema falta de confiança, tanto no discurso de Beto Putini quanto na possibilidade de não haver aumento.

O histórico político do presidente da Câmara deixa evidente traços de fisiologismo e marcada vocação para a demagogia, além do descrédito que todo político têm em relação a memória do povo brasileiro, crêem no esquecimento.

A tendência é que o discurso de Putini entre para a história como mais uma das milhares de preocupações ocas e vazias dos que querem impor a imagem de defensores da população mesmo se postando contra ela.

Acompanha o discurso de Putini o marcante silêncio dos outros vereadores que não saíram da toca onde se esconderam para defenderem seus votos favoráveis ao aumento do IPTU por temor ao desgaste que isto pode trazer a possibilidade de futuras candidaturas.

Fosse coerente a fala de Putini, com certeza o malufista Salata e seus companheiros, Becerra, Ferezin, Marcos Coca, Pastor Leonardo, Marcelo da Branca, Cristina Reale, Paulo Polizelo, que votaram a favor do aumento, estariam como Hilário Ruiz, que votou contra, na mídia, gozando dos benefícios eleitoreiros que a posição pode trazer.

Por outro lado, é muito mais prático e sensato crer que tenha razão Eugênio José Zuliani quando, mesmo não sendo de seu desejo, acaba por contestar a desinformação passada por Beto Putini e afirma e reafirma que dobrará a arrecadação com o aumento do IPTU.

Se isto coloca num plano de descrédito o discurso oportunista de Beto Putini, por outro lado pode reforçar a falação de bastidores dos matemáticos de plantão que sustentam que Eugênio desta vez não colocou super valores na sua avaliação e por isto deve ter chutado baixo para não assustar a patuléia.

Tudo isto será confirmado quando forem entregues os carnês para cobrança do tão discutido aumento levado a efeito da forma mais antidemocrática possível.

Uma coisa, porém, é muito certa, se houver o aumento na proporção que se imagina e que está expresso no projeto de lei aprovado, o que não aumentará em nada será a credibilidade da Câmara municipal de Olímpia e nem a imagem dos que deveriam ser representantes dos anseios da população, que ao que tudo indica se postam como reféns do Executivo a ele atendendo as cegas mesmo que isto possa custar o futuro político de muitos deles.

A população, representada no dia da votação do aumento pela irreverência da manifestação de Neguinho Ismael, pela aprovação registrada e comentada nas mídias sociais já dão mostras da insatisfação que tomará conta dos cidadãos quando tomarem ciência do quanto terão de pagar.

Se agora, sem saber exatamente quanto isto custará realmente aos bolsos de cada um, observa-se nas redes sociais um sem número de descontentes com o aumento aprovado a toque de caixa, lá na frente a tendência é que esta indignação venha a ser ampliada.

É esperar, por otimismo excessivo, que a fala de Beto Putini não tenha sido apenas mais um espetáculo do agir oportunista.

Destes que imaginam que a imensa maioria é composta de tolos e que qualquer tolice que saia de sua boca será tida como a maior e mais verdadeira de todas as verdades ditas e não apenas um discurso tosco que de improviso saltou da boca de um ator despreparado para o pão e circo que a desacreditada classe política repete pelos séculos e séculos. Amém?