“A falta de testes, a falta de informação,
a proliferação de desinformações é letal
e cruel, não apenas para Olímpia”.

Rafael dos Santos Borges

O termo cidade inteligente está na moda, é o presente que precisamos para os próximos anos. Olímpia completa 118 anos em 02 de março, vamos então no presente pensar em um bom futuro para nossa cidade.

Inteligência é a capacidade cognitiva e emocional de realizar com sucesso seus planos, ou agir bem em uma emergência (por isso a inteligência é tão emergente e fundamental agora). O conceito cidade – empresa – escola – instituição inteligente revela o que é fundamental para o nosso tempo e o mais forte ativo do capitalismo atual, a informação.

O ciclo de geração de riqueza agora não é o simples transformar matéria prima em produto, mas sim transformar dados em informação, informação em conhecimento, conhecimento em sabedoria para agir certo diante de dilemas. A maior riqueza está na cabeça dos profissionais bem formados que sabem lidar com dados, informações, pressões e emoções para guiar decisões e saber escapar de armadilhas e manipulações.

Por isso, a nossa sociedade presciente de pessoas que tenham conhecimento poderoso, capaz de construir dados e alimentar toda essa engrenagem econômica de informação-conhecimento-sabedoria. A matéria prima são os dados e o que agrega valor são os trabalhadores do conhecimento (engenheiros, tecnólogos, professores, gestores). Trabalhadores do mundo! Estudem!  O primeiro ingrediente de uma cidade inteligente é a valorização da educação, valorizando os profissionais que estudam, investigam e inovam (não necessariamente os que têm mais diplomas).

Nas últimas eleições os estudantes de Administração da Faculdade Eduvale construíram questões aos candidatos baseadas em dados sociais, econômicos, demográficos de Olímpia. As bases de dados foram: fundação SEADE e IBGE, para dados econômicos e de envelhecimento que denotam que estamos no melhor momento econômico e de força de trabalho, chamado bônus demográfico, quando há mais adultos do que crianças e velhos, por isso a força produtiva é maior do que a população que requer cuidado; dados da IDEB denotam que Olímpia tem excelente índices na educação básica, pois educação há construção de dados de diagnóstico de aprendizagem que aprimoram a ação; o Plano gestor da DAEMO  (2010) apontava problemas na gestão de resíduos sólidos por alto custo operacional, bem como estrangulamentos no abastecimento de água, se não houver medidas de contenção do desperdício e revigora das fontes de abastecimento; os dados do INPE e da operação Corta do Fogo do governo de São Paulo mostram que Olímpia em 2019 de maio até outubro houve contínuos focos de incêndio e; último exemplo, os dados de 2019 do Ministério do Trabalho, construído com base no Posto de Atendimento ao Trabalhador, denota que a maior ocupação são atendentes de restaurantes, os garçons, com tal informação a prefeitura pode lançar aperfeiçoamento profissional, políticos podem lançar estratégias de organização desses trabalhadores, empresários pode oferecer vantagens para essa categoria.

Esperamos que as informações possam guiar as ações, é dramática a cegueira do SUS durante a Pandemia que vivemos. Mesmo tendo uma estrutura de banco de dados como o DATASUS, que passou por processo de reestru­tu­ra­ção que significou o esvaziamento. A falta de testes, a falta de informação, a proliferação de desinformações é letal e cruel, não apenas para Olímpia.

Devemos cultivar o trabalho com inteligência. Já existem grandes dados públicos, grandes administradores se guiam por diagnósticos, planejamentos e ações. Que em Olímpia cultive a inteligência.

Prof. Dr. Rafael dos Santos Borges, professor de História, Filosofia, Sociologia, Ética na Faculdade Eduvale, na Fatec Rio Preto e no Colégio Objetivo de Olímpia.