09 de maio | 2016

Eugênio traiu Gustavo. Será que trairá Beto por causa de Fernando?

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Do Conselho Editorial

Ao longo dos anos foi se tramando nas linhas retas e tortas que vão confeccionando as aproximações e os afastamentos, as “traições” políticas que dora­van­te se somarão à que pública se tornou.

Esta semana que passou o fato destaque foi o anúncio do apoio de Eugênio José à candidatura de Beto Puttini.

Como é impossível se fazer omeletes sem quebrar ovos, alguém teria que se sentir traído com a decisão de Geninho, e este alguém, ao que tudo indica, foi o vice-prefeito Gustavo Pimenta.

No facebook Pimenta postou a foto de um homem de costas e o que simbolizaria dois punhais, ou facas, e a seguinte frase… “Sem palavras…. Apenas a conciência de cada um…….”.

Com erro ortográfico na palavra consciência que foi mantido para não se tirar a originalidade do texto.

A seguir, vários de seus seguidores expressam seu descontentamento com o que entendem como uma traição de Eugênio, que caminhou ao longo dos anos com Gustavo e agora o dispensa, além de estimulá-lo a perseguir sua candidatura sem esmorecer.

Bom notar que a simbologia do homem de costas com dois punhais postado por Gustavo Pimenta remete a traição cometida por Décimus Junius Brutus Albinus contra Júlio César de quem era primo distante e estava entre os seus herdeiros.

A famosa frase – Até tu Brutus? deriva desta tragédia histórica que vai se repetindo quase sempre pelos mesmos motivos, a tomada do poder, mesmo que de maneira diferente da original que culminou no assassinato de Julio César. 

Quando Júlio César atravessa o Rubicão, dando assim início à guerra civil entre a sua facção política controlada por Pompeu Magno, Décimo Bruto o apóia e sobe assim na sua estima pessoal bem como na arena política romana.

 César instaurou o ódio em Marco Bruto, que o culpava pelo assassínio de Pom­peu e organizou a cons­piração contra o ditador romano.

Segundo Suetônio, César teria sido avisado pelo adivinho Espurina, que lhe teria avisado do perigo, que não viveria depois dos idos de março.

Impressionado, César resolveu não sair de casa naquele dia. Diz-se, então, que seu amigo Décimo Al­bi­no Bruto (o filho adotivo de César era Marcus) convenceu-o que um homem de seu porte não podia se submeter a previsões su­per­sticiosas de um astrólogo. 

César entrou no Senado rindo de Es­pu­ri­na, dizendo que ele era um falso profeta, pois os idos de Março haviam chegado mas nada acontecera a ele. Espurina respondeu que era verdade que eles haviam chegado, mas eles ainda não haviam passado.

Em pleno Senado, que naquele dia se reunia no templo de Vênus, César foi assassinado por Marco Júnio Bruto, que pensava que César seria o autor da desgraça de Roma.

Se transportar a tragédia romana para a realidade local que envolveu prefeito e vice-prefeito neste momento irá se concluir que habita nelas muitas coincidências e que a política é um jogo su­jo onde não se pode dar as costas aos que se pensa serem amigos, ou que se imagina estejam do seu lado.

A diferença básica evidente é que a relação entre Geninho e Gustavo desde muito se dava pelos extremos e o pacto de solidariedade travado entre a primeira e segunda eleição já tinha de há algum tempo se esgarçado.

Só faltava a Gustavo sair da inanição, despertar do pesadelo a que imaginava ser um sonho belo e feliz que traria auroras brilhantes de sol, solidariedade e respeito oriundos do ninho de cobras que frequenta.

Era, no serpentário, uma lagartixa que escalava paredes e não era alcançada pelo veneno, pelos pares ansiosos pela não convivência com as diferenças nele notadas.

Não há mal que sempre dure, e a proximidade do período eleitoral, aliado a pressão exercida por Beto Puttini que via esvaziar suas possibilidades de concorrer nas próximas eleições levou ao inevitável envenenamento da relação Eugênio José e Gustavo Pimenta.

Pimenta é menos ágil e mais contido que Beto, porém sabe que é hora de antídoto e de se preparar para se recuperar deste e de outros golpes que virão do sub­solo da política suja que alguns insistem em conduzir em pleno terceiro milênio.

Não será a fórceps que candidaturas serão impostas ao voto.

Poderão ser forçadas, por ameaças de bastidores, por postagens merecedoras de críticas nas redes sociais promovidas por fakes, por fuxicos de toda ordem, só que na hora das urnas o que conta é a vontade e a disposição do eleitor.

Se Gustavo, que aceitou ser candidato a vice na primeira eleição de Eugênio, quando não se visualizava a possibilidade de vitória; Se Gustavo acompanhou o governo municipal ao longo destes anos todos demonstrando pelo menos, no que se pode observar, solidariedade e respeito a sua condição de vice, nunca estimulando nenhuma postura pública que fosse negativa ao governo de Eugênio, foi traído, quem não será?

E ai, como se sabe publicamente, é fato notório que o homem de preferência do grupo de Rodrigo Garcia, que escora e sustenta Ge­ninho politicamente desde sempre, é Fernando Cunha, imagina-se que Beto Puttini será deixado à beira da estrada no momento adequado, como o foi Gustavo Pimenta.

Só pressão e terrorismo, ou a falta de pressão ou terrorismo, não bastam para se endossar uma candidatura.   

E quem trai um, trai dez; trair e coçar é só começar.

Eugênio, que traiu Gustavo, trairá Beto por causa de Fernando?

 

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