Do Conselho Editorial

Todo olimpiense sabe e alguns muito bem, que a próxima eleição será disputada pelas mesmas farinhas do mesmo saco que, neste período eleitoral, fingem ter discordâncias e conflitos que os separam para induzir o eleitor desinformado a erro.

Levadas a efeito, as convenções foram homologados os nomes de Fernando Cunha, Beto Puttini, Hilário e Neto Naim.

Basta entrar na página do facebook dos candidatos para se dar conta do perfil de cada um e, ao lado de quem estão, se cheiram a modernidade ou a bolor, se são progressistas ou ligados ao mais atrasado coronelismo que domina Olímpia travando seu crescimento há décadas.

Lembrar nunca é demais, Gilberto Kassab já foi filiado do PFL, que é oriundo do PDS que nasceu da Arena que deu sustentação à ditadura militar.

Foi vice-presidente do DEM no Estado de São Paulo, que é o atual partido de Eugênio José, que algumas vezes defendeu a candidatura de Kassab em dobradinha com Rodrigo Garcia.

Malufista como Geninho, foi secretário de planejamento do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, que se notabilizou pelos escândalos em sua administração e após ser denunciado pela mulher Nicéia Pitta.

Separado politicamente de Rodrigo Garcia, Kassab e Gar­cia são alvos de algumas denúncias e processos inves­tigatórios que tiveram repercussão na mídia nacional.

Em Olímpia, Rodrigo Garcia tem, ao que tudo indica, domínio sobre o poder local, exercendo-o através da prefeitura e da liderança do prefeito, inclusive com indicações em cargos de mando na prefeitura de pessoal ligado ao seu grupo, oriundos principalmente da cidade de Votuporanga,  sendo aqui um de seus currais eleitorais.

Kassab, que dividia este curral eleitoral com ele, após divergências com direito a barraco em gabinete, segundo informações da mídia, buscou outras alternativas para continuar exercendo seu domínio eleitoral por aqui e o resultado nas urnas através de parceria com a suposta oposição.

Neste período eleitoral o grupo de Kassab e de Rodrigo Garcia lançam candidaturas que se opõe estrategicamente, mas que indicam o con­tinuísmo e a manipulação dos resultados eleitorais de forma a que o poder seja mantido entre os mesmos de sempre.

O Candidato de Rodrigo Garcia ao que se sabe é Fernando Cunha, contrariando para os leigos a vontade de Geninho, que é do grupo de Garcia e para o público apoia a candidatura de Beto Putini.

Algo que soa estranho, pois as fotos nas redes sociais mostram os apoiadores de Eugênio dos dois lados, Beto e Fernando querendo demonstrar que são grupos distintos quando se sabe que não são.

Do lado do candidato do grupo de Kassab, que é Hilário, a situação chega a ser mais complexa, mais hilária, visto que o mesmo saiu do PT por discordar das práticas de corrupção envolvendo o partido que o desgastou nacionalmente e assumiu um partido que adota as mesmas práticas, com membros sendo investigados da mesma maneira e pelos mesmos motivos dos membros do partido que abandonou.

Portanto, ao que tudo indica, Olímpia terá dois candidatos ligados ao grupo de Garcia, um assumindo que é Fernando e outro que é Beto se fazendo de alheio e de um candidato do grupo de Kassab, Hilário, todos objetivamente, mesmo que não gostem ou desdenhem no período eleitoral, tudo saco do mesmo balaio, contra a candidatura com menores chances de Neto Naim, oriunda do Psol, sem muita condições de polarizar e a princípio, em análise de conjuntura e estrutura, sem representar grande risco ao continuísmo e ao coronelismo.

Como eleição, motor de fusca e ovo só se sabe qual o resultado depois de abertos, no caso das eleições, abertas as urnas, é esperar para ver se as eleições deste ano vão empolgar ou trazer novidades que não sejam planfletos, vídeos, baixarias e coisas provincianas e vulgares.

É aguardar o desenrolar dos acontecimentos e esperar a abertura das urnas e exigir debate de alto nível, mesmo que saiba que os malufistas dificilmente conduzem eleições com debates propositivos, e nesta eleição, os candidatos em sua maioria ou são adeptos ou simpatizantes do malufismo.