01 de outubro | 2016

Hora das urnas

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Do Conselho Editorial

Quem prometeu, prometeu, quem não prometeu não adianta prometer mais.

Com todas as denúncias, prisão de vereador, apreensão de carro de propaganda eleitoral com som acima do volume, multas por excessos cometidos, fraudes em pesquisas, muito café da manhã nas empresas, churrasco, festa, um ou outro comício, termina o ritual da falsa democracia com a entrega do voto.

Não foi uma campanha que primasse pela ética e pelo respeito ao adversário, pelo menos no tocante a alguns candidatos que trataram o adversário como inimigo.

Houve golpes bem baixos e discussão de pouco nível, além das representações para se investigar o que se fingia não saber.

Olímpia viveu um surto de realidade mesclada à síndrome de Alice no País das Maravilhas.

De um lado o candidato oficial tentando passar a ideia de que o mundo virtual criado pela ilha da fantasia dos que rodeiam o futuro ex-prefeito, tentando fazer a população acreditar que a máquina pública funciona adequadamente e que o continuísmo pode ser a prova do progresso e da modernidade e que optar por outra solução fortuita é acreditar no atraso.

De outro lado, seus parceiros instantaneamente rebelados mostrando que a versão rosa do poder não se sustenta pelo abandono e pela incapacidade do grupo gestor do qual faziam parte e pretendem, se eleitos, dar continuidade ao que deveria ser feito, e fracassou.

Meio estranha esta proposição, porém em terra que a falsa oposição eleita se une ao poder e como os que estão no poder rompem próximo do período eleitoral e articulam discursos que demonstram que tentaram ao longo de quatro anos enganarem os bobos na casca do ovo. 

E haja incapacidade de governança, e haja problemas a serem solucionados na cidade onde tudo era maravilhoso e fantástico e repentinamente urge a necessidade de um administrador que os que desgovernam, embora ex parceiros, são fabricantes de caos.

Na outra ponta, tímida oposição sem grande frequência ideológica, sustenta e endossa o discurso da catástrofe administrativa, que é real, e sinaliza com utopias e românticos que não verbalizam a racionalidade dos orçamentos e não contemplam a dificuldade da imposição de pautas avançadas em uma sociedade conservadora, corporativista e voltada para o senso comum de transformação da coisa pública em privada.

Vendendo facilidades em um país que caminha para a maior recessão de todos os tempos em uma cidade que vivenciará dias dramáticos, por conta da queda da arrecadação na grande maioria dos municípios e dos estados brasileiros, os políticos cessaram a insensatez das promessas que, em grande parte, jamais se darão, para aguardar o resultado das urnas.

Quem bebeu cerveja, comeu churrasquinho, abasteceu o carro por colar o adesivo, abraçou o candidato que neste período se humanizou e foi visto de perto, a cores e ao vivo, agora irá às urnas endossá-lo para governar uma Saúde decadente em uma cidade sem empregos, lazer, cultura, água, esgoto tratado, impostos altos, máquina pública inchada e outros problemas que prometeram serão solucionados.

Hora das urnas, hora dos votos, hora de depositar a confiança em um dos quatro que participaram dos debates civilizados e das baixarias que surgiram nesta campanha eleitoral que promete, ao que tudo indica, pelas representações ainda não avaliadas pela Justiça Eleitoral, continuar por um bom período.

Que todos (as) ao final depositem seu voto com a consciência de estar votando em favor não de alguém, ou de alguma coisa, mas sim, em favor de uma boa proposta de governo que possa, independente do baixo nível ofertado na campanha, conduzir a cidade a um destino que a reorganize e resgate o respeito às instituições, que se fragilizaram ao longo deste governo em razão de tantas denúncias e mazelas, uma pior que a outra.

Que cada cidadão olimpiense, ao se dirigir à cabine eleitoral, saiba da responsabilidade que tem diante de si, a responsabilidade da transformação ou não do destino do lugar onde vive, o que atingirá a si e aos seus de forma negativa ou positiva dependendo da escolha que fizer.

Razão mais que suficiente para votar certo e com a consciência.

 

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