15 de julho | 2012

O semi prefeito Geninho

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Willian A. Zanolli
Fomos surpreendidos esta semana com singela homenagem a nós prestada pelo prefeito local em sua página no facebook. Ele assim se expressou: “Hoje de tarde repórteres de uma TV da região entraram disfarçado e agora a noite um semi-jornalista de um semanário estava tirando fotos. Todos tentando achar um defeito na UPA. Que Deus abençoe estas pessoas.”

Lembremos antes, porém, que o ex-grande oposicionista de carteirinha, o que previu a possibilidade de instalação de catraca no cemitério, e depois se deixou cair em tentação, líder situacionista já chamado de ocupante de mandato tampão, líder do prefeito, Luiz Antonio, nos períodos de maiores encantamentos discursivos em que se afirmava pelo conflito assim se referia ao ex vereador e atual alcaide.

Se Geninho ele dá este trabalho, imagino se um dia conseguir chegar a Genião.

É Salata, que por um dos milagres que nem a lâmpada mágica explica, após esta e outras falações acerca do seu atual líder e guru, delicadas ou carregadas de elogios múltiplos que não repetiremos, por se tratar de período eleitoral, reviu seus conceitos e queda inerte, com serenidade e tranquilidade até diante de possíveis mazelas que outrora combatia com ferocidade.

Pois bem, é melhor mudar de ideias do que não ter ideias para mudar.

Não é que este gênio ao se sentir no aumentativo, como previa seu líder de bancada, optou pela ironia ou pelos excessos de educação, que falta de delicadeza ou de educação em um mandatário é coisa inconcebível, se igualar a escribas mal remunerados nunnnncaaaa.

Sempre mantendo salto alto, sem despencar das tamancas, sempre louvando a elegância, decadência nunca.

Não é que o Eugenio, Grande General Genial, em um de seus fortuitos ataques de generosidade verbal, no facebook, se referiu a este humilde escriba oriundo do campezinato sem clareza do processo de entendimento da separação dos átomos, como se fora um semijornalista de um semanário tentando achar defeito na UPA.

Antes, porém, para que não seja inexato o relato, necessário também relatar que no mesmo Facebook, o mesmo semiprefeito alertou a população que um repórter de TV entrou disfarçado na UPA.

Há quem afirme que se alguém repórter ou não, entrou na UPA disfarçado, não foi de médico ou de enfermeiro, pois parece que estes disfarces não pegariam por lá, que são tão poucos os profissionais no atendimento que seria facilmente percebido.

De paciente, pior ainda, que teria de esperar horas infindáveis para ser atendido, o que atrasaria a pauta, e como pauta não são as obras do governo do Geninho que pode ser concluída anos depois de anunciada a inauguração.

Isto, pouco importa, voltemos ao leito, e oremos para que não seja leito da UPA.

O leito a que me refiro é o que conduz o texto, que entre outras coisas falava da forma carinhosa e educada como o semiprefeito Geninho se referiu a minha pessoa no Facebook, semijornalista.

Buscamos no dicionário o esclarecimento da gentileza com que nos agraciou o primeiro erudito mandatário da cidade, e nos surpreendemos mais ainda com seus extremos de gentilezas.

A palavra semi, que por má formação desconhecíamos, e como viver é acrescentar conhecimentos, graças a bondade do GGG descobrimos que se trata de termo que indica metade, meio.

Ufaaa! Graças a San Fermin, por quem comemoraram os espanhóis soltando as ruas os mais chifrudos dos touros para que atropelassem as pessoas e cruelmente fossem depois abatidos pela maldade humana, ao final do que chamam lá de festa, e eu cá de crueldade, não se trata, no entanto, de indelicadeza do mandatário.

Ufaaa! Novamente que isto vem como a provar que somos mais que touros chifrudos a tentar penetrar em desumanizadas carnes humanas, ou multidão ensandecida a fugir de pontiagudos chifres que fogem à inevitável morte, ou toureiros com destino de tão poucos louvores.

Somos pessoas, e compreendo como compreende o mandatário que sendo assim somos inconclusos e inacabados e vamos nos compondo aos poucos com trancos, barrancos, adversidades que vão nos moldando a figura que se nos assemelha e buscamos ao longo da trajetória que conduz ao infinito.

Imagino que tenha pretendido falar o semiprefeito Geninho, exatamente isto que estou a pensar, que sou um jornalista em meio ao caminho que conduz a formação desta brilhante carreira com a qual me identifico.

Há que se alertar aqui, que embora esteja satisfeito com a consideração do nosso semiprefeito, me incomoda um pouco saber que o mesmo não demonstra em suas ações o mínimo de conhecimento desta área, jornalismo, para fazer tal avaliação, porém, estou gratificado.                        

Metade do caminho andado na direção do jornalismo significa cinquenta por cento, para quem tinha a pretensão de ser artista plástico, há motivos para comemoração.
Em se tratando de alguém que escreve está bom, bom demais, Obrigado semiprefeito Geninho.

Huuuummmm! Olha para o que me atentei, ser meio jornalista não é algo que possa prejudicar a sociedade de forma irreversível; jornalista não cuida de vidas, de dinheiro público; já ser metade, meio, semiprefeito, fica um pouco mais complicado.

Ai o que foi eleito entende as necessidades da população pela metade e não completa o ciclo de entrega de obras, educa as pessoas pela metade, dá só metade do remédio para curar os doentes, só contrata metade dos médicos para atender a população, só atua pela metade na Assistência Social, no esporte, na Cultura, na Agricultura.

E a UPA, as praças da Matriz e Rui Barbosa, a avenida Harry Gianechinni, UBS do Tropical, a da Santa Ifigênia, parecem provas de que um semiprefeito tem meia lentidão de um prefeito inteiro, então, semiprefeito
Geninho, faça como eu, que entendi seu recado e vou tentar melhorar minha performance no jornalismo.

E você por seu lado, pé no acelerador, que nas minhas mãos só tem umas folhas de papel em branco para ser preenchidas, uma tela de computador esperando por palavras, ocas, vazias, prenhes de verdades, que você concordando ou não, serão apenas palavras.

Nas tuas mãos está, infelizmente, o destino de muitas vidas que podem deixar o mundo dos vivos por conta da falta de habilidade, de capacitação para o cargo, de incompetência, eu posso ser semi, você, tudo indica que não.

E as várias mortes ocorridas na Santa Casa, ou atribuídas à falta de atendimento na rede pública, parecem demonstrar isto.

Willian A. Zanolli é artista plástico e semijornalista e leu que o ex senador DEMóstenes, do DEM, Democratas, tem se queixado que seus amigos o abandonaram, não tem se comunicado com ele, o que pode significar que o bloqueio de celulares nas cadeias pode estar funcionando.

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