25 de junho | 2022

Mudanças na Câmara muda a correlação de forças?

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“E se a ex-vereadora não voltar por ordem judicial, alertam os
entendedores, a tendência é que a mesma, para não diluir
seu patrimônio político, optará pelo encaminhamento
das denúncias que considerava graves e que tanto
anunciou nas redes sociais e na mídia local”.

 

Do Conselho Editorial

A pergunta que está no ar é que, se efetivada pelo judiciário a cassação do mandato da que até agora pode ser considerada ex-vereadora, mudaria a correlação de forças no Legislativo?

E se for modificada pelo Judiciário a decisão levada a efeito pelo Legislativo como ficaria esta mesma questão no próprio Legislativo?

Lógico que uma hora ou outra, como existe por parte de alguns vereadores, a pretensão legítima de vir a se candidatar a disputa pelo cargo de prefeito, em algum momento, terão que se decidir se serão situação ou oposição.

Se pode ter sido muito precipitada ou não a decisão de se alinhar a vereadora cassada a mais de dois anos da eleição municipal só o tempo poderá mostrar a aqueles que tomaram esta decisão.

Evidente, para quem pensa politicamente, que o xadrez ali jogado, para além do incomodo com as “lives” despropositadas da ex-vereadora, havia uma luta intestina pelo poder.

Se de um lado ficou bastante claro que a intenção passava pela disputa da futura composição da mesa diretora da Câmara, por outro lado, a precipitada e antecipada divisão dos grupos com tanto temor de antecedência, trará consequências danosas para um dos grupos.

O que pretende se manter na direção do Legislativo terá que mover as pedras de forma a dar o xeque mate no grupo que deseja ocupar este espaço, para poder permanecer na direção.

Conta com o apoio do Executivo e sua máquina, o que importa reconhecer que não terá as dificuldades que o grupo que se posta como opositor terá que enfrentar.

Nos bastidores se sabe muito e bem como foi composta a maioria para se conseguir o número de votos que possibilitou a cassação da ex-vereadora.

Houve um esforço violento da máquina pública na movimentação de cargos, criação de secretarias, e mesmo assim, não fosse a estratégia capenga de dois vereadores, o esforço teria sido frustrado.

No entanto, voltando para o Legislativo, estes dois vereadores componentes deste grupo de falsa oposição, podem vir a se realinhar com os propósitos do Executivo ou romper de vez.

Porém, a atitude que ambos tiveram de renúncia de cargos é algo incomum na política local e se opor a máquina pública faltando tanto tempo para o pleito eleitoral figura como uma quase impossibilidade.

Principalmente se for considerado que os dois vereadores ora dissidentes e a ex-vereadora cassada não tinham prática de oposição, contrário a isto,tinham atrelamento total às vontades do mandatário.

Isto pode mudar, embora o discurso de ambos seja de conciliação, mas, se não mudar, as dificuldades vindouras podem dobrar suas espinhas, por ver a distância o sonho de ocupar a direção da Câmara e a provável futura candidatura ao cargo majoritário vazar água.

O que se especula no momento é exatamente o que poderá vir a acontecer se mantida a cassação ou se a mesma voltar a ocupar uma cadeira no Legislativo.

Os entendedores da política entendem que haverá espaço de precificação de vereadores em votações necessárias a vontade da administração na implantação de projetos.

Não há sinal de que a composição de maioria levada a efeito pelo Executivo até agora possa vir a ser comprometida.

O que há é a especulação de que os vereadores insurgentes poderão vir a ter dificuldades a suas pretensões políticas se forem tratados a pão e água pelo mandatário.

E se a ex-vereadora voltar através da justiça, o quadro pode obrigar ao detentor do poder Executivo a um exercício descomunal para recompor sua base.

E se a ex-vereadora não voltar por ordem judicial, alertam os entendedores,a tendência é que a mesma, para não diluir seu patrimônio político, optará pelo encaminhamento das denúncias que considerava graves e que tanto anunciou nas redes sociais e na mídia local.

De uma maneira ou outra, se espera alguma turbulência política, pois como bem diz o dito popular, não se faz omelete sem quebrar ovos.

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